Depois das músicas e dos álbuns, eis a terceira e última parte do meu balanço musical de 2012, com concertos, desilusões, surpresas, confirmações e recuperações de 2011:
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          10 concertos para recordar:
1. Radiohead, Alive;
2. M83, Hard Club, Porto;
3. Metronomy, Alive;
4. dEUS, Aula Magna, Lisboa
5. Rapture, Primavera Sound;
6. God is an Astronaut, Paredes de Coura;
7. Flaming Lips, Primavera Sound;
8. Dead Combo & Marc Ribot, FMM Sines;
9. Moda Impura, Coliseu de Lisboa;
10. Warpaint, Alive;
                              5 confirmações:
               – as profundas riquezas escondidas da música tradicional portuguesa;
               – Marc Ribot confirmou ao vivo (em Sines), de forma arrebatadora, o facto de ser um extraordinário guitarrista. E fê-lo de forma dupla, quer no concerto de Dead Combo, quer em nome próprio;
               – o espectáculo dos Radiohead no Alive: competência sonora, efeito visual imponente e, acima de tudo, emoções superlativas no concerto de uma vida;
               – a confirmação de Beach House, Tame Impala ou Grizzly Bear no leque das principais bandas pop da actualidade;
               – no ano de regresso de GYBE!, houve o grande disco de Caspian e o tema maior que o Mundo de Ef (e seguramente tanto mais por explorar). Como tal, como considerar o post-rock um género morto?
                              5 desilusões:
        – a perda das emoções fortes nos últimos discos de Efterklang e Sigur Ros. No caso dos dinamarqueses, perderam definitivamente a tristeza épica do passado. No caso dos islandeses, é a primeira grande desilusão de uma carreira estrondosa;
       – nos caminhos de algum revivalismo 80’s, Ariel Pink e Twin Shadow regressaram dois anos depois com obras demasiado excêntricas e/ou pomposas, longe das grandes canções dos seus discos anteriores;
        – Nicolas Jaar e Caribou ao vivo: o primeiro, no Lux, tornou-se demasiado frio sem banda e perdeu o lado orgânico manifestado no SBSR 2012; o segundo, no Alive, foi tecnicamente muito prejudicado pelos preparativos para Radiohead e por um espaço e um momento que não o beneficiou;
      – os cancelamentos do Primavera de Bjork e Explosions in the Sky, aliados a alguns concertos abaixo do esperado, como Beach House (numa tenda?) ou The XX (chatinho), deixaram algum amargo de boca à primeira edição deste grande festival no Porto;
      – o cartaz da XX edição de Paredes de Coura, muito centrado no regresso dos Ornatos Violeta, foi uma relativa desilusão e esteve, por exemplo, a léguas da edição anterior.
                              5 surpresas:
               – a armada britânica revelação do ano: Alt J e Django Django;
            – como compositor, produtor e músico brutalmente eclético, Beck parecia já não poder surpreender, mas foi o que aconteceu este ano. O medley remisturado que criou a partir de trabalhos de Philip Glass é arrebatador;
       – a recuperação de Bobby Womack num disco de soul moderna, sem ser modernita, com destaque para um fabuloso dueto dom Lana Del Rey;
               – Alellujah!… pode não ser uma obra-prima ao nÃvel de Lift Your Skinny…, mas saúda-se efusivamente o regresso discográfico dos Godspeed You Black Emperor! em 2012;
               – Roberto Fonseca: uma capa de ostentação fÃsica esconde um tesouro musical liderado pelo piano jazzÃstico do músico cubano e onde confluem na perfeição os elementos latinos e essencialmente africanos.
Óptimos álbuns de 2011 que só ouvi devidamente em 2012:
Apparat – The Devil’s Walk
The Calm Blue Sea – The Calm Blue Sea
Phaedra – The Sea
Youth Lagoon – Year of Hibernation
Wye Oak – Civilian
Grandes músicas de 2011 que só apreciei devidamente em 2012:
Active Child – Hanging On
The Calm Blue Sea – Literal
Lousy Guru – Coração de Frango Tango
Sensible Soccers – Fernanda
Wye Oak – We Were Wealth
Foda-se, só música para entorpecer o povo, musiquinha dream pop e o caralho. A malta quer é riffs revolucionários, gritos de pessoas reais.
Desculpa lá desiludir-te, rapaz, mas são um bocado tontas e deslocados estas tuas listinhas da pop anglo-saxónica num blog leninista. Cai na real, moço, ainda hás-de encontrar o teu caminho num lugar onde te queiram…