Eis a terceira parte do meu top de músicas de 2012 (estas foram a primeira e segunda partes):
30 – Dead Can Dance – Amnesia
No contexto da sonoridade incomparável da banda australiana e do seu saudoso regresso, o melhor do lado Brendan Perry de Anastasis. Um tema sombrio e denso, ao nÃvel do grandes perólas post-punk mais depressivas que se fizeram nos anos 80.
29. Viva – Candela
Uma mistura curiosÃssima entre umas percussões brutais africanas e o travo de desencanto pop lo-fi. Donde estas Candela… a saudade, expressa de forma diferente e mágica.
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28. Moda Impura – Ando à Noite à Trovoada
Por uma questão de gosto e não de preconceito, seria à partida estranho haver algo de hip-hop no meu top final. No caso, tudo faz sentido: o texto de Lobo Antunes, o piano de Filipe Raposo, as cordas requintadas, a interpretação solene de Vitorino e, sim, o texto “rapado” de Chullage. Modernidades magnÃficas.
27 – António Zambujo – Algo Estranho Acontece
Na letra, na música (de Pedro Dias da Silva, dos Deolinda) e, goste-se ou não, na alma interpretativa de Zambujo, um extraordinário tema de amor. E o remate final é deslumbrante: “E eu vivia tudo novamente”…
26 – Fiona Apple – Every Single Night
O imaginário encantado e sofrido e a garra e o poder da interpretação da princesa Fiona sentem-se de forma descomunal no tema de abertura de The Idler’s Wheel. E é notável a simbiose entre o “I just wanna feel everything”, repetido no tema, e as emoções profundas que a grande cantautora nos proporciona.
25 – Lotus Plaza – Strangers
Ao lado do génio Bradford Cox nos Deerhunter, está um senhor mais discreto, mas também muito talentoso chamado Lockett Pundt. Na banda-mãe mostrou-o, por exemplo, nesse hino chamado Desire Lines. A solo, enquanto Lotus Plaza, dá-nos tremendos ganchos pop, com uma complexidade subliminar, como este fabuloso Strangers.
24 – Alt J – Something Good
Um tema da reabilitação depois da perda (“something good tonight make me forget about you for now”), com uma linha de piano lindÃssima e um ambiente em crescendo, mostra desde já porque foram uma das bandas revelação de 2012. Voltarão mais duas vezes a este top de final de ano.
23 – Sharon Van Etten – Give Out
Uma autêntica elegia triste e de desespero, tão simples quanto bonita, a mostrar todos os dotes da voz de Sharon Van Etten. A entrada progressiva da percussão não constitui nada de novo, mas é um lugar-comum que é possÃvel fazer coisas extraordinárias com fórmulas realizadas vezes sem conta.
22 – Dr. John – Revolution
Entre o blues e o funk, a conjugação de uma lenda da música negra, o toque de midas de Dan Auerbach dos The Black Keys, uns sopros magnÃficos e uns teclados psicadélicos resgatados, quem sabe, ao fabuloso jazz etÃope. Revolution…um tema vibrante e genial.
21 – Calexico – Para
Com o arrastamento especial das guitarras, a voz cada mais apurada de Joey Burns e uns toques essenciais dos sopros, a melancolia dos Calexico continua imprescindÃvel. O refrão épico e lindÃssimo deste single, com uma cadência rÃtmica em crescendo, mostra-o de forma inequÃvoca.