O COP18, conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, terminou em Doha, no Qatar, no sábado, um dia depois do previsto. Mas o dia extra não ajudou em nada as negociações ou a abrangência dos signatários.
Esta conferência vem no seguimento do acordo de Quioto, de 1997, e o seu acordo estende se até 2010. Foi aprovado pelos 27 membros da União Europeia, a Austrália, a SuÃça, e mais oito paÃses industrializados, sendo de assinalar a saÃda da Rússia Japão e Canadá. Os protocolos continuam também a não incluir os principais poluidores a China, Ãndia e EUA. Os signatários representam apenas 15% das emissões globais de gases de estufa.
No final da conferência, Kumi Naidoo, Director Executivo da Greenpeace International, afirmou «Pessoas estão a morrer por causa de alterações climáticas. Estão a perder as suas casas, seus empregos, sua fonte de alimentação. É triste ver os negociadores do paÃses ricos activamente a bloquear progressos por forma a manterem os seus lucros com carvão, petróleo e indústrias florestais. O recém-eleito Barack Obama não tem alterado a estratégia dos negociadores do EUA. A Europa agora também é intransigente, e está perder a sua imagem progressista em relação ao clima.»
Harjeet Singh, da ActionAid International, afirmou: «Os paÃses desenvolvidos estão a fuingir que as perdas e estragos não são um problema real, e que não precisamos de um mecanismo internacional. Digam isso à s Filipinas no rescaldo do Tufão Bofa»
Samantha Smith, do WWF: «A realidade é que este ano pessoas em paÃses ricos e pobres conheceram a verdadeira força das alterações climáticas. Ondas de calor extremas, secas e tempestades afectaram formas de vida, vidas e o ambiente do qual dependem. E só nesta semana, pessoas nas Filipinas perderam suas casas e vidas devido a condições climáticas severas. A lacuna entre esta realidade e o compromisso polÃtico para enfrentar as alterações climáticas é simplesmente demasiado grande.»
Aos que descartam o tema das Alterações Climáticas devido à forma como é aproveitada politica e economicamente pelas grandes potências, não percam perspectiva. Tais aproveitamentos não desfaz a realidade do problema.
Aos que clamam que “sempre houve alterações climáticas” não se esqueçam de ter em conta a escala temporal acelerada das recentes alterações climáticas.
Aos que opinam que a ciência ainda não provou existirem alterações climáticas, ou que isso é produto de uma cabala de cientistas, e que preferem assim juntar-se à direita conservador anti-ciência dos EUA, convido a analisarem os dados climáticas do século passado e deste, os dados sobre o degelo, os dados da frequência e severidade de tempestades e secas.
Aos que aceitam que estão a decorrer alterações climáticas, mas duvidam que seja da responsabilidade da actividade humana, convido a considerarem que naturalmente não existe forma de replicar “a experiência” mas já conhecemos o suficiente sobre bio-geoquÃmica para unir os pontos, e em última instância considerarem o princÃpio da precaução.
Um bom e actual texto!
(Quem foi que disse que “são pouco cultos e competentes em questões técnicas e cientÃficas” ?)