“Quem denuncia, não renegocia; quem renegocia, não denuncia. Romper um contrato e discutir uma alteração dos termos desse contrato são movimentos mutuamente excludentes. Plain simple. Não há reformas revolucionárias nem revoluções reformistas: arrancar a árvore e podar os ramos são coisas diferentes e mutuamente excludentes.”
João Vilela, via facebook, a propósito de mais uma tentativa do Congresso Democrático das Alternativas recuperar o PS para lutar contra aquilo que votou e\ou de convencer quem luta contra a Troika a absolver o PS daquilo que sempre defendeu. Há que denunciar a renegociação, não renegociar o que se denúncia.
Digo mais à frente, no mesmo Facebook, que
«O que é que há de dúbio em denunciar um contrato, em denunciar o Memorando? É declará-lo inaceitável, que não se está disposto a cumpri-lo e parar de o cumprir. Depois, Vilela, alguma coisa terá que ser feita acerca da dÃvida que ele envolve e da dÃvida anterior. AÃ, mesmo que se declare uma moratória e/ou que não se assuma responsabilidade por parte dela (porque é odiosa, porque foi para financiamento de bancos ou outras entidades privadas, etc.) é necessário renegociar juros, termos e prazos de pagamento – mesmo que, repito, haja suspensão dos pagamentos. O que também decorre da denúncia do Memorando, entretanto, é que qualquer posterior negociação de questões financeiras se resume a elas, recusando imposições de natureza polÃtica, social e económica – que constituem a base da lógica do Memorando.»
Mas talvez isto dê memos jeito para gritar a um megafone, ou soe esquisito quando nos queremos armar em virgens impolutas apostrufando pilas que não existem.
Impoluto é quem quer simultaneamente manter a virgindade e parir Jesus.
Deste modo podemos manter inviolável a nossa pureza ideológica e convocar todos e todas para o inÃcio da revolução socialista mundial, um destes dias à porta da cervejaria/restaurante Galeto junto ao Saldanha
Queria quê?!? Fechar o Galeto? Deixe-o estar que aquele balcão parece feito à medida das senhas de racionamento.
Não desespere. Pode ser que quando lhe sobrar tempo depois de tantos afazeres a zurzir no partido em que militou até há pouco tempo, lhe puxe a cabeça e a inclinação para interpretar textos e, já agora, para pugnar pela unidade da esquerda
Eu sou sectário. Não há como dar a volta a isso. Mas ainda assim, dez vezes mais unitário do que o Bloco de Esquerda. E estou certo que não duvida do meu diagnóstico carÃssimo Saraiva.
Já cá faltavam as carpideiras do CDA soluçando pelo seu querido PS.
Mas olhe uma coisa Renato, o tÃtulo deste post está certÃssimo, mas não é só por causa do memorando e não é só por causa de uma eventual renegociação da dÃvida.
É que razões não faltam para afirmar categoricamente: o PS é um partido de direita.
É curioso que quando falo nisto aparecem logo umas carpideiras a lembrar nostalgicamente que o PCP apoiou o Soares e apoiou outros candidatos do PS em presidenciais e para a Câmara de Lisboa.
O PCP evoluiu, o PCP corrigiu os seus erros. As carpideiras, solidárias com o querido PS é que querem voltar para trás, regredir aos mesmos oportunismos de sempre, aos mesmos falsos “males menores” de sempre que nos levaram à situação actual do paÃs.
Mas desta vez não se safam. O vosso querido PASOK não sobreviveu à actual crise (apenas respira ligado à s máquinas), o PSOE está a rebentar por todos os lados com pesadas derrotas nas eleições galegas e bascas, está fracturado na Catalunha e é o partido mais odiado na Andaluzia onde implementa a austeridade em colaboração com o governo centralista de Rajoy. O PS italiano já foi destruÃdo à várias décadas pelos seus comprovados vÃnculos à máfia, já nesse tempo a Internacional Socialista estava no auge da podridão.
Vai chegar a vez do PS cá de Portugal passar à história (para o caixote do lixo) também e não vai demorar muito.
Thumbs up pela foto. Para o resto já dei a esmola.