E se o Governo pagar a desempregados para trabalharem no BPI ou em grandes empresas? C’oa breca… Eureka!
Fernando Ulrich revela hoje no Diário Económico uma inovação teórica de génio: o emprego em Portugal cria-se com “voluntarismo”. Caso contrário, “o caminho em que nós vamos é o de reduzir pessoas (…) porque é isso que aumenta a rentabilidade do bancoâ€. O que é o voluntarismo? É os desempregados trabalharem no seu banco enquanto recebem o subsÃdio de desemprego. Assim, andariam “integrados”, em vez de “perdidos”.
Trocado por miúdos: Fernando Ulrich (coração de ouro!) quer que o Estado pague os salários dos seus trabalhadores. Os lucros, essa agora!, ficam para si e para os seus. Algumas mentes mais retrógradas perguntariam: se o BPI precisa de trabalhadores, porque não os contrata? Pobres néscios, inda não atingiram o novo paradigma económico.
Depois do neoliberalismo, que chamar a este novo paradigma? Capitalismo voluntarista? Neoliberalismo socialista? Talvez a formulação mais inspirada seja esta:
“Foi o Mussolini que disse que o fascismo era a fusão dos interesses corporativos com os interesses do estado. Ora aqui está um fascista” (Pedro Pinto via Afonso Macedo via Facebook)
Como é obvio…..para quem está desempregado…é muito melhor estar em casa à espera que o telefone toque.
Isto deveria ser feito já…..mas deveriamos mudar as EDP, Sonar, BPI, para todas as empresas que estariam interessadas nesse esquema.
Vou falar antes numa qualquer PME, porque falar de grandes empresas causa alguma urticária ao povo de esquerda.
Se uma empresa, que não vai contratar porque não consegue….não aceitaria um desempregado como se fosse um estagiário?
Um desempregado arranja mais facilmente trabalho se estiver em casa, ou se estiver a trabalhar? onde alem da empresa, pode desenvolver contactos com outras empresas e descobrir um emprego.
Mas acho que um esquema com tempos definidos, com ordenados combinados…poderia resultar.
Eu sei, a conclusão é…..aparecerem logo, as vozes as dizer não, porque isto iria tornar-se em trabalho barato.
Mas então não vale a pena “inventar” qualquer medida que facilite as empresas a empregar os trabalhadores porque a conversinha é a do patrao explorador….e não passamos disto!
Sim, e o que o leva a crer que não continuam a despedir para substituir empregados por outros mais baratos? Ainda por cima estando tudo sobrecontratado.
A objeção previsÃvel. Mas “um esquema com tempos definidos, com ordenados combinados”, já existe, são os estágios remunerados (creio), e a meu ver já são bastante abusados.
Não está a ver a beleza do novo paradigma: é mesmo o Estado a pagar o subsÃdio de trabalhos forçados, o empregador a pagar nada e a embolsar o lucro.
Ou como explica o meu amigo (e micro-empresário!) Afonso Macedo: “Se há trabalho deve ser suportado porque quem dele tira proveitos. não devo ser eu nem tu a pagar o empregado do bpi ou da sonae…por essa ordem de ideias também ponho um aqui na loja e vou para casa descansar e és “tu” que lhe pagas, que tal?”.
José
Percebo o que diz…..e como disse no meu comentario….então não vale a pena “inventar” novas formas de empregar…porque a conclusão será sempre a do patrão explorador.
Sobre os estagios…voltamos à mesma conversa….Acredito que se abusem em alguns casos….mas então fazemos o quê? acabamos com os estagios?
Eu, se calhar fui um sortudo, porque entrei na empresa como estagiario e passados 6 meses fiquei contratado. É que a historia do estagiariozito que só servia para tirar fotocopias e servir cafes, parece-me ja um pouco desactualizada.
Concordo em parte com a afirmação do seu amigo….mas deixo-lhe uma pergunta: Quem é que paga os desempregados? Não somos nós, os contribuintes?
Em relação aos estágios, controle-se o seu abuso para preencher necessidades permanentes de uma empresa. O seu caso será sortudo, mas todos conhecem a história dos estagiários que mudam de x em x meses para preencher as mesmas funções. Quantos ficam? Compreende-se: se uma empresa pode ter o Estado permanentemente a pagar-lhe parte dos salários (ou a totalidade, no novo paradigma ulrichiano), porque raio há de contratar a sério?
Ulrich não é tolo. O que acha que faria com o seu novo paradigma? Punha mais trabalhadores no BPI ou substituÃa os que já tem com os novos trabalhadores forçados?
Ou usa como ameaça a substituição a quem não trabalha mais de dez horas por dia.
Dezperado, conheço muita gente que partilha o seu ponto de vista, e compreendo que a ideia até possa parecer boa a quem desespera há demasiado tempo sem trabalho. Mas se olhar com mais calma…
Antes o Estado pagava aos desempregados porque não havia trabalho. Agora c’o novo paradigma ulrichiano passa a pagar-lhes para trabalharem para o Sr. Ulrich, que por sua vez pode usá-los para substituir trabalhadores que já tem — acha mesmo que ele resiste à tentação? –, criando novos desempregados…
Isto chega a ser belo na sua circularidade. Mas não cria emprego nenhum, só transforma (em última instância) os trabalhadores das empresas em trabalhadores forçados pagos pelo Estado. Salários socializados, lucros privados! Uma volta mais e Ulrich inda passa a defender a socialização dos lucros. Um comunista em potência, é o que ele é.
Quem paga aos desempregados?
Há qualquer confusão com essa história do pagamento aos desempregados.
O subsÃdio de desemprego pertence por direito ao trabalhador, já que para o receber descontou enquanto trabalhava. Que este governo de neoliberais caceteiros (e os seus antecessores de direita nevergonhada ou assumida) queira comprometer a segurança social já todos percebemos.Que se aldrabe é que nem pensar.
Há mais.MuitÃssimo mais
Oh idiota mentecapto, já pensas-te que o desempregado antes de o ser era um trabalhador com uma profissão, e já pensas-te que enquanto um posto de trabalho estiver ocupado por um trabalhador “desempregado” pago pelo estado (todos nós), o patrão não vai precisar de contratar um trabalhador desempregado pago por ele?
Mas esta corja da direita ensandeceu de vez?
Pensaste, A. Silva, pensaste…
“Oh idiota mentecapto, já pensas-te ”
A.Silva….primeiro vá aprender a escrever, depois não está a falar com ninguem da sua familia para tratar com esse carinho.
Pela sua lógica, acabem tambem com os estagiários…porque enquanto houver estagiários, ninguem vai querer contratar, porque estagiários são baratos…é a lógica da batata
Chego à conclusão que não é bem a medida que está tão errada….tem mais haver com quem sugeriu
Como a história da TSU…..tirar dinheiro aos trabalhadores para dar ao patrão??? é um escandalo….mais lucros para os patrões!!!
Mas engraçado que o “ultra neo liberal” Holland vai implentar essa medida em França…..que estranho não é?????
Há dias desperado postava assim este comentário:
Dezperado says:
15 de Outubro de 2012 at 10:58
Senta bobby, senta…..good dog!
É este que agora fala em “depois não está a falar com ninguem da sua familia para tratar com esse carinho.”
O assumido companheiro dos canÃdeos apela agora à solidariedade familiar? E queixa-se da ausência de carinho?
🙂
Só para que fique registado o comportamento dum neoliberal em trânsito.
Estou-me francamente nas tintas para os esgares de tratador de cães do referido sujeito.Ele lá sabe como lida com os da sua laia.
🙂
De, Dezperado e A. Silva, este é o último comentário desta luta de galos. Podem continuar a dar bicadas que vão parar ao lixo. Já se quiserem prosseguir o debate, sois bem vindos.
José
Eu estava a tentar debater um assunto consigo.
Mas depois temos sempre este problema…aparecem estes comentarios, de quem não sabe discutir ideias…
Não corresponde aos factos.
A defesa de Ulrich provocou a minha indignada resposta de 18 de Outubro de 2012 at 17:25.
Por inépcia minha não coloquei esta no sÃtio devido,aparecendo como um comentário avulso,pelo que tive que especificar a quem era dirigido.
A minha interferência inicial no post foi para apontar o dedo à forma que considero infame sobre o modo como se tratam os desempregados e sobre a defesa que alguém fez do trabalho escravo. Para em seguida comentar a falsa ideia que o subsÃdio de desemprego é uma “dádiva” dos contribuintes.
A discussão do conteúdo do post é demasiado importante para deixar passar em claro o que está em causa. O essencial não deve ser esquecido pela espuma da troca mais acalorada das ideias. De facto houve excessos,mas acima dos excessos da linguagem estão os excessos das posições que se confrontam.
Acontece que a minha indignação não é só minha:
http://olharaesquerda.blogspot.pt/2012/10/normal-0-21-false-false-false-pt-x-none_19.html
O autor do post pode impor os limites que entenda por bem. De facto tem todo o direito de o fazer. Dou por encerrado aqui este tema, com o pedido de desculpas não ao excesso de linguagem mas sim à perturbação que possa ter gerado na discussão.
era o que diziam os negreiros e os donos das plantações de algodão.
A palavra que procura é feudalismo.
…servidão primeiro, escravatura depois foi o que me veio à lembrança.
Ou como o Biafra o cancionou: New Feudalism – http://youtu.be/xsIZ29xerhA (e vale a pena ouvir a intro do gajo)
Now it’s signed
Text classified
Nations are now corporate colonies
Robber barons
In high castles
Have the nerve to call this free trade
Unh Unh
DDT
Gill net kills
Fought so hard to stop it all for years
Sweatshop kids in Nike Town
Globalize means downsize
Your rights to theirs
Tweet-tweet-tweet tweedle-de-da
Tweet-tweet-tweet tweedle-de da
A ha-ha-ha!
NAFTA GATT-cha
“We are being farmedâ€
NAFTA GATT-cha
Every time we buy
NAFTA GATT-cha
We are their serfs
New Feudalism
Remember the name
Forced loans from the World Bank
Soon your country’s sank
No food or medicine
Just factories, mines and dams
Peasant revolts arise
Like pesky little flies
We swat ‘em down,
Pull off their legs
One by one
NAFTA GATT-cha
“We are being farmedâ€
NAFTA GATT-cha
Every time we buy
NAFTA GATT-cha
We are their serfs
New Feudalism
Remember the name
A desfaçatez de um neoliberal em toda a sua extensão.
O fel que se destila da boca de quem fala dos desempregados, como se estes fossem os responsáveis pela sua situação.Como se os mais de 1 000 000 desempregados no paÃs estivessem assim por sua própria iniciativa.A semelhança de tal paleio com o paleio desse criminoso de tijela inteira de nome passos coelho.Um falou nas oportunidades que se criavam com o desemprego; outro fala “na espera em casa pelo toque do telefone”.
Simplesmente obsceno, do tamanho da obscenidade de quem tem da vida tal discurso e tal concepção.
Acrescido da néscia atitude da defesa do arranjar mão de obra gratuita para promover o crescimento dos lucros do patrão.Trabalho de borla para o patrão, enquanto pagamos do nosso bolso (como diz a tralha neoliberal) o esforço laboral.
Alguém um dia já disse.Esta corja ainda quer um dia que um trabalhador pague para trabalhar.
Como era mesmo a frase do fascista italiano?
Este comentarÃo é dirigido por inteiro ao primeiro comentário de dezperado.
É uma honra ter um comentário dirigido a mim…
Fico só com uma duvida: isto é copy/paste de uns posts para outros??? é que ainda não saiste do bla bla bla…..
Dezperado
Claro que sim, e se pagarem para trabalhar melhor.
Não seria ideal, que quem recebe as propinas de formandos (Universidades, etc) fossem responsáveis pelos estágio?
Porque realmente já recebem aquando da oferta do serviço (curso) que presumo deve de ser acompanhado pelo estágio correspondente.
Ouvi hoje, no noticiário, Angela Merkel congratular-se com a redução dos “custos do trabalho” em Portugal, Grécia, Espanha, Itália.
É esse o verdadeiro objectivo deste garrote chamado austeridade e de todas as propostas que vão sendo apresentadas para aumentar o emprego.
Atira-se para o desemprego (e o desespero) centenas de milhares de trabalhadores (dezenas de milhões na UE) e força-se uma redução drástica de salários, por vezes mascarada de polÃticas de emprego.
Octávio Teixeira, concluia assim um artigo, “O nó górdio”, publicado recentemente:
“O abandono do euro e subsequente desvalorização é uma necessidade objectiva. Tem custos, mas menores que os actuais. Por exemplo, desvalorizar 30% pode gerar uma perda salarial real de 8%, via inflação, menos que a soma do corte de um subsÃdio e da inflação. E com as vantagens de a competitividade aumentar cerca de 24%, potenciando rapidamente o crescimento económico e a redução do desemprego e dos défices, e de evitar a queda no abismo.
Este é o nó górdio que urge desatar. ”
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=581931&pn=1
O que Fernando Ulrich gostava de ter dito era que a variação da TSU proporcionalmente aplicada à criação de emprego poderia ser uma medida inteligente para garantir emprego para os patrões. Mas como foi apresentada à bruta e a esquerda pegou-lhe fogo logo, agora só resta esta do voluntarismo, paradigma de incentivo de esquerda, paga como é óbvio pelo estado (tipo todos nós que nem temos para viver). Ou queria que as portas do BPI abertas para emprego?Dah!
Um Fascista? cadê ele, cadê???
Que seja hoje possÃvel simplesmente conceber/postular/imaginar tal paradigma é sintomático do colossal retrocesso em que hoje se vive. Mas quer-me parecer que é em momentos de grandes retrocessos que nascem grandes revoluções…
Nem mais . Isto a mim já cheira aos estertores finais da contra-revolução.
olhem eu trabalhei para o bpi como recibo verde, 450€ nos primeitos meses fui depois promovido aos belos 500€. 40 horas semanais, fazia feriados e tudo! mete nojo
nem está mau. foste é muita bem pago, pá.
desta vez o nando ulrich quer que se trabalhe ainda mais à borla.