É cada vez mais evidente – a não ser para um governo que segue fanaticamente, e sem olhar a meios, o programa da Troika – que este caminho não nos serve. Temos saÃdo repetidamente à rua para exigir que sejamos ouvidos, para mostrar que estamos indignados com tanta insensibilidade social e com tantos jogos polÃticos que conduzem sempre ao mesmo resultado: mais pobreza, mais desemprego, mais precariedade, mais desigualdade social, mais austeridade, menos futuro! SaÃmos à rua porque é nela que mora a última esperança de liberdade quando os governos se tornam cegos, surdos e mudos face à s justas exigências de igualdade e justiça social.
Ler o resto do comunicado da Plataforma 15 de Outubro.
No actual contexto, onde o governo perdeu toda a legitimidade nas ruas e ainda assim continua a aplicar as suas polÃticas, entendemos que é importante aumentar a pressão social sobre quem insiste nas medidas que dilaceram o que resta do estado social e aplicam um verdadeiro saque fiscal sobre o trabalho e o consumo. Este governo, co-autor dos escandalosos números do desemprego, não merece continuar mais um dia à frente de um paÃs que está – como a bandeira das comemorações do 5 de Outubro – virado de pernas para o ar.
Não vamos desarmar. O Movimento Sem Emprego saúda as várias manifestações de desagrado das populações, que de Norte a Sul do paÃs não deixam que nenhum membro do governo usufrua sequer do passeio público, obrigando-os a andar de traseiras em traseiras, até que o medo se transforme em vergonha e abram caminho à realização de eleições. Saudamos especialmente a greve geral marcada pela CGTP, à qual nos associamos, assim como a Marcha do Desemprego. Saudamos especialmente a greve dos transportes, dos estivadores e dos demais trabalhadores que não desistem de lutar pela dignidade do seu posto de trabalho. Saudamos especialmente a corajosa desempregada que calou Cavaco Silva e António Costa no enterro do feriado da República.
Ler o resto do comunicado do Movimento Sem Emprego.
Não tenho dúvidas quanto à necessidade da manifestação mas tenho algumas dúvidas quanto à adequação da escolha desse dia. É uma 2ª feira, e isso pode impedir que muita gente possa estar presente. É muitos dias antes da apresentação e da discussão do Orçamento de Estado, pelo que não sabemos exactamente o que lá vai estar, o que dificulta um ataque incisivo, e pode não ser suficientemente mobilizador.
Parece-me que, sendo o OE discutido na generalidade e aprovado nos dias 30 e 31 de Outubro, seria mais adequado fazer essa manifestação/cerco nesses dias. Até porque haveria exigências a fazer – recusa do orçamento, demissão do governo – com mais força e oportunidade do que no dia 15. Além disso, à medida que se forem conhecendo as medidas concretas a integrar no OE, ir-se-á gerando uma indignação crescente, que – podem ter a certeza – será reforçada pelos muitos comentários que serão divulgados na comunicação social. A opinião pública estará ao rubro próximo do dia 30 de Outubro, mas ainda não o estará a 15. Corremos o risco de nos precipitarmos e, por comparação com o 15 de Setembro, dar a ideia de que as pessoas se estão a desmobilizar e não são tão contra o OE como foram contra as alterações na TSU.
Se for possÃvel, aconselho vivamente a alteração da data da manifestação para 30/31 de Outubro.
Não estou de acordo.
A entrega do Orçamento é um momento importante, sobretudo porque os dias seguintes serão determinantes para o governo sentir mais ou menos margem para fazer valer a sua proposta. Irá perder a força que precisa para que, no caminho, o governo caia com as contas que pretende aprovar no hemiciclo.
De resto, que mil manifestações floresçam. Pelo andar da carruagem, a data que propões pode bem vir a dar outra manifestação e até lá não falta calendário a cada um dos gostos. Abraço.
A principio não estava bem a olhar apara a data e parecia que o 15O estava a copiar muito bem a plataforma “Que se lixe a Troika!”, depois percebi ok é o 15O a 15 de Outubro.
Rodear o parlamento é uma boa ideia e já cá faltava.
A verdadeira alternativa de esquerda, a verdadeira aliança de esquerda só tem lugar na rua onde está o povo e a classe trabalhadora e fora das de todas as instituições burguesas como o parlamento. A alternativa não está no voto mas sim no não deixá-los governar.
Não precisamos de eleições, precisamos de uma Revolução. Precisamos de um povo em armas a tomar de assalto todos os parlamentos, conselhos de administração e escritórios da burguesia. Como no tempo do copcom temos de tratar da burguesia mesmo à bruta.
Concordo. As manifestações têm levado a meros recuos tácticos do governo, é tempo de ponderar outras formas de luta, como a resistência armada. Claro que teria de ser organizada, criação de comités e redes de distribuição, mas ninguém pode afirmar que seria um fracasso sem primeiro experimentar. Nem que demorasse muito tempo a ser preparada, só a sua implantação no terreno significaria uma importante vitória, mais que não fosse pela politização que acarretaria junto de um povo sujeito a doses cavalares de contra-informação. Propaganda pelo acto!