Por mais de uma vez manifestei neste espaço as minhas discordâncias sobre as decisões polÃticas com que a famÃlia Soares dos Santos nos tem brindado. Desta vez, parece-me inteiramente legÃtimo que possa decidir não aceitar nos seus supermercados pagamentos com cartões de multibanco para compras abaixo dos 20 euros.
O que a esmagadora maioria das pessoas não sabe é que, cada vez que se efectua um pagamento por multibanco, o banco fica com uma parte do valor da transacção. Como se fosse um imposto. Seja no café, na loja do mestre André ou na instituição de solidariedade social, e apesar de cada cidadão pagar os custos desse mesmo cartão.
O governo veio imediatamente em defesa da banca, ameaçando com inspecções do fisco todas as entidades que limitem os pagamentos por multibanco. Ora, se é verdade que a generalização da medida potencia o aumento da evasão fiscal, é absurdo que o governo ou o Banco de Portugal nunca tenham actuado sobre este imposto bancário. O Banco de Portugal, sempre tão célere a estabelecer tectos nas taxas de juro bancárias de modo a que não façam sombra às acções e obrigações de empresas privadas, e prejudicando os cidadãos que não querem jogar na bolsa as suas poupanças, parece estar apenas interessado em actuar sobre matérias fora do âmbito das suas competências (como a proposta de diminuição de 10% do valor dos salários).
Se a decisão desta cadeia de supermercados se alastrar a outras áreas, como se espera, as contas à ordem deixam de fazer qualquer sentido. Sem juros e com inúmeras taxas e impostos, não será certamente a crença de que o dinheiro se encontra em segurança que fará com que a maioria decida manter as suas contas.
Soares dos Santos, involuntariamente, pode ter aberto uma caixa de Pandora.
Publicado Sábado, no i.
As taxas nos pagamentos multibanco não são um imposto, são um pagamento de serviço. A verdade é que os pagamentos por cartão são mais convenientes tanto para consumidor como para retalhistas e é por isso que aceitam pagar por isso. A máquina montada pela SIBS também tem custos que têm que ser suportados.
Dito isto, é evidente que o preço pago pelos retalhistas é demasiado alto e isso tem que ver com a ausência de competição na área dos micro-pagamentos. E aà é a excessiva regulação bancária, aquela que dizem ser pouca, a culpada. Em muitos paÃses, até menos desenvolvidos, pagamento através de cartões pré-pagos e telemóvel são comuns.
Um “pagamento de serviço” que permitiu à banca aumentar os seus lucros imorais.E despedir pessoal com o qual aumentou ainda mais os seus serviços.
Ah e a culpa tem a ver com o excesso de regulação bancária.Foi o que disseram mais coisa menos coisa os pulhas reaganistas e seguidores,responsáveis directos pela crise de 2008.
Esta cambada neoliberal pensará que somos tontinhos ou faz-se?E disfarça à custa da semântica?
Esta banca não interessa para nada.A sua nacionalização torna-se um imperativo nacional.
Os custos para suportar a Máquina SIBS estão compensados nos despedimentos que a Banca foi fazendo ao longo dos anos por não precisar de continuar a ter gente aos balcões para atender o pessoal desviado para as máquinas SIBS e na sobrecarga de trabalho dos que ficaram.
Para a banca há sempre sol na eira e chuva no nabal. A regulação da banca, para não haver cá teóricos de que é excessiva (vê-se, aliás), resolvia-se nacionalizando a banca, sem apelo nem agravo.
soares dos santos faz pela fuga ao fisco dos valores inferiores a 20 euricos que são a maioria das suas transacções e o resto é treta para entreter o pagode a discutir o espÃrito cristão do seboso em causa.
O que faz a maioria das pessoas manter as contas são as entidades patronais e isso não vai mudar.