Apesar de Hemingway e do Picasso, nunca admirei o espectáculo de ver um tipo ridÃculo, espartilhado e coberto de lantejoulas, a fazer-se ao touro com o mesmo inanimismo com que o animal se faz ao toureiro, ao vermelho ou aos cavalos. Não porque choque particularmente a prática deste desporto, ou que ceda ao delÃrio de querer proibir o que quer que seja, mas confesso que me faz muita confusão um desperdÃcio tão significativo de carne, sobretudo em tempo de crise. Do lado dos detractores também tudo parece fazer muito pouco sentido. Qual a ideia, por exemplo, de combater as touradas com imagens do touro a furar o toureiro, como se o show uma vez invertido já tivesse piada? Qual o sentido que alguém que se importa com a dor dos bichos, faça gáudio do sofrimento dos homens? Igualmente inexplicável, está bom de ver, é que se tenha convencionado chamar “corrida” a toda esta barbaridade, como se em algum momento o touro e o toureiro pisassem numa pista de tartan, montassem um selim ou nadassem mariposa. É verdade que um e o outro estafam ao longo de uma infinita maratona, mas alguma razão deve haver para o Pedrito de Portugal nunca ter sido porta-estandarte, a Ibéria não ter toureado nas OlimpÃadas e os Jogos ainda não testemunharam, em pleno pódio, à sombra da bandeira e ao som do hino nacional, um atleta a erguer uns túbaros e uma orelha ensanguentada.
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Bem toureado este assunto. Atrevo-me a acrescentar que faria falta tanta coragem dos toureiros para pegarem os governantes – pela parte que lhes der mais jeito -, e conduzi-los para os curros mansamente sob o aplauso de uma multidão agradecida. Tudo com muita galhardia e brilhantismo, claro.
quando se fala daquilo que não se sabe dá textos destes. Convinha estudar alguma coisa, até ler alguma coisa dos camaradas (Redol, Ãlvaro Guerra) e só, depois, falar.
Também convinha estudar quando se quer a todo o custo assinar Dr. É a vida.
Passas ao lado do principal óbice civilizacional a opor à s corridas de touros: elas erigem em espectáculo, para gáudio de espectadores pagantes, o sofrimento de animais. Isso, mais do que o sofrimento em si ou um suposto desperdÃcio de carne (que inexiste) é o fundamental. É coisa de bestas arcaicas aplaudir o sangue alheio, mesmo que de bichos.
Quanto à inversão de factores e actores que algumas campanhas encenam, ele é de efeito óbvio: tentar despertar a empatia para com os toiros.
E que é isso do “inanimismo”?
Uma intervenção consciente. Obrigado.
e o boxe, o que é?
Uma belÃssima luta entre iguais.
Bullfigths,a main issue in Nation’s impovershiment….
Mas qual desperdÃcio de carne? Como deverão saber, esta carne come-se. E lá vem a história do (suposto) sofrimento do animal, o qual nem existiria se não houvesse tauromaquia.
Basta ir a qualquer grande superficie para a encontrar, para além dos que por falta de qualidade para a lide são abatidos ainda em bezerros e claro entram no circuito comercial
Não me venham dizer que os se transformam em bifes são abatidos aos beijinhos
Então, se calhar era melhor que não existisse. Manténs o animal vivo para o torturar…
Não come. Não todas as vezes. E se lhe oferecerem tal coisa decline. Uma carne morta daquela maneira não deve ser coisa que se aprecie.
Quanto à propaganda, os proponentes deviam completar o esforço dialéctico e não se ficarem pela inversão simétrica (insuficiente). A sÃntese seria assim o touro e o toureiro finalmente reconciliados em acto amoroso, rematando o cartaz com o slogan: “pratica o bestialismo não a tortura”. O Fim da História da tourada, etc.
…e entre aplausos e olés vindo das galerias em delÃrio, o touro dá ao toureiro– 1 abraço 1— e segreda-lhe: logo á noite vou encontrar-me com uma Miura, não me emprestas os teus sapatinhos cor de rosa?
A inversão dos papeis apresentada na imagem tem o seu ponto:
Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti.
Não há descrição mais profunda do conceito denominado como ‘respeito’.
Conceito tão fundamental e tão ignorado (cada vez mais, diga-se).
Eis o porquê de toda a barbarie.
esta leva-me a uma frase que escrevi faz muito:
a propósito de cornos
se não os vês é porque os tens
por esta, e demais razões, partilho do anti em relação ao toureio 🙂
🙂
Pingback: Um flagelo denominado tauromaquia |
Muito bom post! Sim senhor, muito claro, assertivo e simples. Tenho esperança que isto chegue aos olhinhos dos totós que exigem ”direitos dos animais”. Não sou a favor das touradas,mas também não apoio pessoas estupidas a fazer um papel ridiculo e quase por desporto: usam fraca argumentaçao, fraca propaganda e desmonta-se tudo muito facilmente. É esta moda dos PAN’s e o camandro. Burguesices.
http://www.youtube.com/watch?v=6N_ISvNEDiQ
Se há quem aprecie isto, eu como inculto e selvagem abomino.
Talvez este exemplo (que está a seguir) consiga fazer muitos admiradores da tourada mudar de opinião. Se tiverem sensibilidade humana e respeito por os outros seres.
http://www.youtube.com/watch?v=LdeDo9VnAd4
Sei de uma situação idêntica na praça de touros de Alcacer do Sal com um miudo.
Existem touradas porque dá muito dinheiro e fama.