Na semana passada, houve uma das maiores greves dos médicos de que há memória. Esta acção de luta durou dois dias e teve efeitos em todo o paÃs. Depois de algumas acções de rua, os professores têm levado o seu protesto à Assembleia da República. Por dois dias, as forças de segurança receberam a ordem de evacuar os manifestantes que enchiam as galerias. No sábado, algumas centenas de jovens juntaram-se num piquenique para debater a actual situação no paÃs e a luta contra a precariedade. Já há cerca de dez dias, o Movimento em Defesa da Cultura levava a agitação aos transportes públicos apelando aos passageiros para que não só fossem solidários com o protesto dos trabalhadores da cultura mas que também engrossassem o caudal da tão necessária luta para derrubar o governo. Isto foi pouco depois da acção de protesto organizada pela Associação dos Bolseiros de Investigação CientÃfica. Há poucos dias, foi a vez de os trabalhadores ferroviários entregarem um pré-aviso de greve: durante o mês de Agosto não se faz trabalho extraordinário, não se trabalha em dias de greve, não se trabalha em dias de descanso. Este é um modelo de paralisação também adoptado pelos trabalhadores dos CTT de Leiria que de 11 de Julho a 21 de Julho só asseguram a entrega de correio prioritário. Por todo o paÃs, há acções de luta nacionais, regionais e locais. Há operários que se batem pela manutenção do posto de trabalho. Há operadores de telecomunicações que lutam contra a precariedade. Há populações que lutam pela manutenção do posto médico. Há utentes que se batem por transportes de qualidade a baixo custo. Há populares que recebem secretários de Estado, ministros, primeiro-ministro e presidente da República com o repúdio que merecem. É pouco para a agressão de que somos vÃtimas? É. Mas isso não significa que tenhamos ido de férias. E dizê-lo é um insulto a todos os que diariamente esticam a corda para que a luta se radicalize.
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Ótimo texto!
A única acção que agora valeria a pena seria uma greve geral por tempo indeterminado, até o governo se demitir e serem convocadas novas eleições. Com um governo fragilizado como este, nem seria preciso muito tempo para levar à queda do governo.
Há duas versões para fazer acreditar que os portugueses aceitam passivamente esta agressão: a da “compreensão da inevitabilidade dos sacrifÃcios”” e a do “adormecimento, da falta de reacção”.
Esta última ajuda a outra.
Como ensina Miguel Urbano Rodrigues, “repetir evidências passou a ser uma necessidade no combate à alienação…”.
P.S. Obrigado Bruno!
Pingback: “Se queremos ganhar, lutemos sem descansar†– Relato da Raquel Varela, em Madrid. | cinco dias
desses movimentos todos que Vc aponta o dos médicos foi, surpreendentemente, o mais expressivo e contundente, obrigando o ministro a sentar-se á mesa das negociaçoes logo no dia a seguir ao fim da greve. Pena que tenha que ser um grupo da classe média baixa, a caminho da proletarização, a obrigar o governo a baixar a crista e a encostar o ministro arrogante ás cordas. Das tres organizaçoes que apoiaram a greve todas têm orientação politica diferente. Houve um sindicato filiado na CGTP, outro sindicato sem filiação de central mas claramente nao alinhado com a CGTP e a Ordem dos Médicos, uma ordem profissional em regra mais conservadora que interveniente, mas que ultimamente tem tomado posiçoes propgrassistas de defesa decidida do SNS.
Falta á CGTP afirmar-se como verdadeira vanguarda do movimento de contestação e isso vê-se pouco. Outra coisa que não se vê quase nada é politica de alianças.
Não é que se esteja de férias, mas temos que reconhecer que o povo espanhol, em menos tempo que o nosso, já deu provas de uma muito maior determinação. Não é que os portugueses sejam acomodados, mas é claro que falta uma vanguarda decidida á luta sem quartel contra os cripto-fascistas do governo. Acho mesmo que a intersindical serve, objectivamente, mais como mecanismo de controle do movimento de contestação que propriamente como vanguarda que estimule, instigue, coordene e oriente a vontade popular de mudar o rumo dos acontecimentos.
É o que me parece.
K
o que parece, por vezes, não é o que parece
A mim, parece-me que terão que ser os trabalhadores a iniciar a luta, a vanguarda precisa de uma retaguarda sem a qual nunca poderá existir como tal. A Inter não pode “inventar” realidades, pode, isto sim, alertar os trabalhadores para os perigos que se avizinham, depois, cabe a eles avançar ou não. Só então poderás falar de liderança e orientação na luta (tas sempre a falar em rebanho, carreirismo etc e agoras queres transformar a inter em pastor? : )
A alienação mediática (do povo) tem funcionado em pleno, com esse exército de comentadores a martelar diáriamente nas TVs com a “inevitabilidade dos sacrifÃcios” “não há outro caminho”, tendo como suporte o miserável apoio do PS para lhes dar mais credibilidade, Essa propaganda trás a população meio adormecida. Grande parte dos trabalhadores só agora é que estão a começar a ganhar consciencia de quanto estão a ser roubados, o que promete que terás a “tua luta” para breve
É assim onde eu trabalho
A tradição e experiencia de luta do povo espanhol (apesar de ser a mesma luta) é diferente da nossa.
*tráz
A mim cheira-me que só quando os trabalhadores se decidirem a criar comissões de trabalhadores nas suas empresas, se verá um redinamização do movimento trabalhista. A oligarquização das centrais sindicais tem-nas tornado particularmente ineficazes, a não ser para fazer umas manifestações sem objectivos e sem estratégia.
Essa foi a estratégia do PS: criar comissões de trabalhadores para tirar força aos sindicatos.
Camarada e qual o papel que atribuis à UGT? Não a mencionas talvez porque consideras que apenas serve como objeto de adorno.
Cuidado com esse tipo de criticas, tens que ter em atenção que na atual conjuntura a CGTP não pode cometer o minimo deslize.
Em espanha os sindicatos estão há uma semana na rua. O sindicato dos bombeiros protegeu os manifestantes de uma carga policial. em portugal o serviço de ordem AJUDA a policia a carregar.
entenda que nem sequer estou aqui a discutir se o povo unido precisa ou não de partido, porque precisando está em péssimas mãos.
Para quando uma greve dos desempregados? Não têm tempo? Hã, estão de férias, pois é, engraçado…
Só mesmo um pequeno vermezito para equiparar os desempregados a pessoas no gozo de férias.
Adivinha-se o jagunço por trás do comentário.Da estirpe de Passos e de Gaspar.
Está certo.Confere.Torna a nossa luta mais acertiva