O Renato Guedes, no último debate pela anulação da dÃvida do CADPP, lembrou que a pujança nas exportações de iogurte grego – já notada pela UBS suiça e acarinhada nos EUA -, subiu na mesma proporção que caiu o consumo de lacticÃnios na Grécia, medido pela insuspeita FAO. Ou seja, os gregos não comem iogurte, mas as suas empresas exportam-no como nunca. Há uma «mania» mundial pelo iogurte grego, não porque em 2012 descobriram as suas extraordinárias propriedades mas porque o seu preço de custo caiu de tal forma que os lucros luzem. As exportações para as empresas gregas «saÃrem da crise» são a fome dos trabalhadores gregos.
Vejam como este agricultor norte-americano, produtor de leite, conta a sua história. «Estávamos mal, o preço a cair, os custos a subir (…) até que veio o iorgurte grego e nos salvou». Palavras simples para aquilo que Marx formulou como lei da queda tendencial da taxa de lucro, que todos parecem ignorar menos os capitalistas. Os supermercados norte-americanos estão inundados de iogurte grego.
A mesma receita tem sido por cá recomendada, com a burguesia subitamente manÃaca com as exportações para «sair da crise». Já se vê na entrada da Caixa Geral de Depósitos – a primeira a interpretar este fervor de procura do mercado externo – um anúncio com um camião a sair do paÃs, um comboio em movimento e um «Está na hora de pôr o paÃs a mexer». Contou-me o meu peixeiro, o Sr. Jorge, que não consegue negociar na lota a compra de peixe galo porque «vai todo para a Suiça». A este ritmo de «saÃda da crise» podemos dizer adeus ao peixe galo, aos carapaus e à petinga. Ficaremos com frango de aviário, um local onde vivem 150 mil galinhas juntas durante o tempo em que são injectadas com hormonas.
Por cá vai ficar a honra de se ter pago uma dÃvida, perdão renegociado, perdão…não pagar os juros que são imorais, a dÃvida ilegÃtima da corrupção…aquele bocadinho de dÃvida que veio da corrupção… Que dia é hoje pá?
Aos 13 minutos
É *galo* . . .