A Lusa deu mais uma lição em matéria de investigação jornalÃstica, realidade que não está alheia ao facto de andarem para aà a quererem partir as pernas a uma agência de notÃcias que, com as dificuldades que são conhecidas, faz um trabalho muito acima da média do mercado de informação.
A tentativa de vender a ideia que a demissão do Professor Doutor Fernando Santos Neves – o tal que licenciou o Dr. Relvas por decreto e encomenda – não está relacionada com a impossibilidade de continuar a esconder a trapaça da licenciatura da Lusófona, é um spin esforçado mas com as pernas curtas. Não serão muitas as almas a acreditar que alguém está a ser promovido quando deixa de ser reitor para passar a liderar um órgão consultivo, com poucos dias de existência, e cuja posição na carreira académica não tem qualquer relevo nem paralelo com o cargo anterior. O Dr. Relvas, para correr atrás do prejuÃzo, vem agora dizer que está de “consciência tranquila” e que norteia a sua vida pela “procura do conhecimento permanente”.
Vale a pena deixar na Ãntegra a matéria da Lusa sem o retalho dos preguiçosos do costume. Entre o que foi publicado salva-se da mediocridade a matéria do i, que prova que a Lusófona mentiu sobre a composição do Conselho Cientifico com o único objectivo de salvar o tÃtulo ao Dr. Relvas:
Relvas/Licenciatura: Maioria do Conselho CientÃfico nega ter participado em reunião para atribuir equivalências
“Lisboa, 12 jul (Lusa) — Mais de metade dos nomes divulgados pela Lusófona como fazendo parte do Conselho CientÃfico que deu o aval à s equivalências para a licenciatura do ministro Miguel Relvas nunca participou em qualquer reunião para analisar o caso.
Em respostas por escrito enviadas à agência Lusa, seis docentes indicados na lista divulgada pela Universidade Lusófona como fazendo parte do Conselho CientÃfico do Departamento de Ciências Socias e Humanas no ano letivo de 2006/2007 disseram nunca ter participado em qualquer reunião para analisar o assunto, não se lembrar de tal encontro e, num dos casos, são até apontados outros quatro nomes de membros daquele órgão que não participaram em qualquer deliberação.
Na resposta enviada à s questões colocadas pela Lusa, a professora Selma Calasans Rodrigues afirma que “felizmente†não foi convocada para tal reunião e acrescenta ser contra as equivalências atribuÃdas, num despacho que é apenas assinado pelo presidente deste Conselho CientÃfico, Fernando Santos Neves, segundo o processo do aluno consultado pelos jornalistas no inÃcio da semana.
“Felizmente não fui convocada para tal ou tais reuniões do Conselho CientÃfico da Universidade, que me deixariam bastante constrangida se lá estivesse e tivesse que votar, principalmente por ser contrária à s decisões tomadasâ€, refere a resposta da docente.
Também o professor Luis Manana de Sousa confirma não ter estado presente em qualquer reunião para atribuição de equivalências.
Nalguns casos, os docentes contactaram os órgãos da Universidade Lusófona antes de responder, como aconteceu com Zoran Roca, que respondeu que, “depois de elucidado†nada tinha a acrescentar.
Houve também casos de docentes que disseram à Lusa não se lembrar de ter discutido o assunto em sede do Conselho CientÃfico, como foi o caso de Teotónio de Souza, outro nome indicado pela Lusófona como fazendo parte daquele órgão.
“Estas decisões são tomadas na comissão cientÃfica de cada departamento e, neste caso, na comissão cientÃfica do departamento de Ciência PolÃtica. Não me lembro de ter sido discutido o assunto no conselho cientÃfico da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, ou talvez não estive presente nessa reuniãoâ€, escreve
Já Manuel Tavares Gomes, na resposta enviada à Lusa, afirma que, embora os nomes referidos pela Lusófona fizessem parte formalmente do Conselho CientÃfico do Departamento de Ciências Socias e Humanas no ano letivo de 2006/2007, “há um conjunto de membros que pertencem ao CC [Conselho CientÃfico] do Instituto de Educaçãoâ€, como é o seu caso, e que “nunca participaram de qualquer Conselho CientÃfico onde essa matéria tenha sido discutida.
Como exemplos Manuel Tavares Gomes aponta, entre outros, os nomes de José Grosso de Oliveira, José Braz Rodrigues e de Óscar de Sousa. Este último, na resposta enviada à Lusa, diz não ter memória de tal reunião.
“Já lá vão alguns anos e confesso que não tenho presente se participei nessa reunião e, no caso afirmativo, se me pronunciei sobre o assuntoâ€, afirma o docente, acrescentando: “Posso apenas lembrar que estávamos no inÃcio do processo de Bolonha e que a legislação sobre o assunto era vagaâ€.
A Lusa questionou por diversas vezes nos últimos dias a Lusófona sobre se o Conselho CientÃfico que a Universidade divulgou foi o que analisou o caso das equivalências do ministro Miguel Relvas, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.
O caso da licenciatura do ministro Miguel Relvas começou a dar polémica há cerca de duas semanas por causa do número de equivalências que obteve na Universidade Lusófona.
De acordo com o processo do aluno que a Lusófona disponibilizou para consulta na passada segunda-feira e que a Lusa consultou, foram atribuÃdos 160 créditos ao aluno Miguel Relvas no ano letivo 2006/2007.
Com as equivalências atribuÃdas pela Universidade, Relvas apenas teve de fazer quatro disciplinas semestrais – Quadros Institucionais da Vida Económica Politica e Administrativa (3.º ano , 2.º semestre), Introdução ao Pensamento Contemporâneo (1.º ano, 2,º semestre), Teoria do Estado da Democracia e da Revolução (2.º ano, 1.º semestre) e Geoestratégia, GeopolÃtica e relações Internacionais (3.º ano, 2.º semestre).
No mesmo dia, o administrador da Universidade Lusófona, Manuel Damásio, reconheceu que “nenhum processo†teve tantos créditos concedidos por via da experiência profissional como o do ministro Miguel Relvas, considerando que se trata de “um currÃculo muito ricoâ€.
Manuel Damásio disse ainda que, desde 2006, altura em que entrou em vigor a reforma de Bolonha, a Universidade Lusófona avaliou 89 processos de alunos que pediram equivalências de créditos invocando a sua experiência profissional e pessoal.â€
Quem falou em Relvas???
http://www.slideshare.net/fullscreen/jjcardoso/jornal-de-tomar-relvas/1
O Homem já deve é anos á cadeia.
No primeiro parágrafo, não é quererem em vez de querem?
É. Obrigado pela correcção, já rectifiquei.
É tanta a vigarice, a trafulhice, o compadrio, o conluio, a roubalheira e a teia de corrupção que grassa em Portugal há 30 anos ou mais e que nos conduziu a este “Buraco”! E é aos cidadãos comuns que têm a lata de imputar responsabilidades porque “viveram acima das suas possibilidades”! De que estamos à espera, Portugueses?
🙂