É sintomático que  a imagem que a imprensa escolheu para correr mundo deste magnÃfico dia de solidariedade da classe trabalhadora espanhola e mundial , e que mostra a força dos trabalhadores para derrotar as medidas anti cÃclicas , seja a de uma mulher a levar porrada da polÃcia, uma imagem de derrota, que provoca medo. Quando é óbvio que para chegarem até ali os mineiros tiveram que vencer: a polÃcia, o Estado, a contrapropaganda, a consciência atrasada dos outros trabalhadores. 400 km a vencer e uma única foto, a da derrota.
Fonte BBC
O facto da imagem que propões como sÃmbolo ser a de um mineiro com o punho esquerdo erguido e ostentando um emblema da UGT também não é irrelevante, não é Raquel?
Tiago,
Eu nem tinha visto o sÃmbolo, embora não creia que acredites. Podemos escolher então outra. Mas não me parece que o comum dos mortais olhe para esta imagem e veja o sÃmbolo do reformismo traidor – vê um mineiro que vence uma luta. A outra vê o Estado armado, que é aquilo que mantém, em parte, os trabalhadores amedrontados.
Abç
Que tristeza!
É só ideologia, és verdadeiro proletário se usares os meus sÃmbolos.
Jogamenos com a cabeça do que ,com os pés…
Curiosa interpretação… vi essa imagem como uma quase vitória: são precisos 6 policias de anti-motim para controlar uma só mulher em protesto.
Optimismo seu. Não são precisos 6. Porque a polÃcia tem o monopólio das armas.Basta um para dar-lhe um tiro. 6 para a levarem.
… de facto. Ainda assim inspira-me a lutar, confesso.
Pois é, eu cada vez acho mais que a bofia anda com moral porque a malta ainda está naquele registo de ir falando com eles apelando ao lado a humano das bestas. No dia em que as massas se erguerem sem atitudes apelativas e for pra cima deles a dar pau logo de entrada, das duas uma, ou usam balas a sério ou então chamam o exército.
Tenho reparado que os fodidos são poucos, a maior parte deles passam o tempo todo borrados, até porque nem sabem bem porque razão são destacados para acções de protesto, etc.
Só consigo pensar nas revoltas populares da Argentina em 2001 e Equador em 2005.
A questão é saber se alguma vez a indignação atingirá tais nÃveis na europa.
Tiago: caso não saibas, a UGT espanhola não é bem a UGT portuguesa… E, com efeito, na indústria mineira asturiana é o sindicato historicamente mais representativo e combativo – malgrado a direcção nacional da UGT espanhola. Por isso, a imagem da Raquel não é nada irrelevante.
E o PSOE também não é o PS nem o PASOK:
http://politica.elpais.com/politica/2012/07/11/actualidad/1342001703_987535.html
Ã’ Tiago, olha que muita gente é capaz de não ver a notÃcia do link e levar à letra aquilo que dizes, com ironia, na frase acima.
De qualquer modo, creio que o que a Raquel quer dizer é que nós devemos combater um tipo de representação dos trabalhadores e das suas lutas que nos apresenta como vÃtimas. Pode ser correcto, numa ou noutra situação, denunciar a repressão policial. Mas se a imagem que passa sistematicamente é de malta a levar porrada da polÃcia, gera-se uma cultura de vÃtima. E aumenta o medo (e a reverência) ao Estado. É como aqueles filmes que “denunciam” o recurso dos Estados a corpos de assassinos (estilo Nikita). De facto, o que eles tratam de infundir é o temor do Estado todo-poderoso, que sabe sempre o que estás a fazer e se quiser dar-te um tiro, é só chamar a Nikita. Ou o Nikita da Silva.
não percebes nada de sindicalismo em espanha, puto… o teu problema é não raras vezes falares e comentares daquilo que não sabes.
E em que mina é que a mocinha trabalha?
O comentário do Tiago define bem aquilo que tem sido talvez o grande problema das esquerdas e das lutas sociais quase desde o seu inicio: o sectarismo e as lutas por protagonismo. O que raios interessa se o gajo tem um toculante da UGT espanhola? Não é um mineiro? Não está em luta pelos seus direitos? Só temos de apoiar, se concordamos com a sua luta!
Em todo, e percebendo de antemão o que é hoje o sindicalismo “light” dos sindicatos actuais demasiado agarrados a agendas partidárias, temos de entender que a UGT espanhola tem pouco a ver com a UGT portuguesa, até porque uma (juntamente com a CNT) foi das maiores forças mobilizadoras na guerra civil espanhola contra o fascismo, e a outra nem existia sequer nessa altura! Se há coisa que não se pode negar é o historial de luta da UGT espanhola.
Por fim convém também entender que os sindicatos, apesar de controlados por dentro pelos partidos, são na realidade o que os trabalhadores querem que eles sejam. E os sindicatos só são controlados por dentro porque os trabalhadores querem, ou pelo menos, só actuam segundo directrizes e agendas de partidos, porque os trabalhadores o permitem.
E pronto, já vêm todos descarregar a simpatia pela UGT espanhola porque é diferente da portuguesa. Não. A UGT espanhola é uma ferramenta do PS como o é a UGT portuguesa com a diferença de que esta primeira existe desde o princÃpio do século XX e teve um importante papel na luta da classe trabalhadora. O PS e a UGT portuguesa são criações da burguesia para frenar o avanço do PCP e da CGTP. O PSOE e a UGT espanhola chegaram a esse ponto de forma diferente. Mas cumprem o mesmo papel. Contudo, a CGTP nada tem a ver com as Comisiones Obreras. Também elas influenciadas pelo PSOE e pela Esquerda Unida e que lentamente se foram transformando num instrumento dócil do capital.
Mas isto não quer dizer – e creio que o Tiago não o queria dizer – que os mineiros sejam instrumentos do capital por estarem organizados na UGT. Aliás, bem que gostaria a UGT de ter mão em determinadas secções que a direcção não controla. Da mesma forma que acusam o Tiago de ser sectário, vocês são bem piores. Vêm destilar a vossa simpatia com a UGT lavando-a de todas as traições que cometeu só porque viram um mineiro com um autocolante. Portanto, antes de acusarem o Tiago pensem no que raio estão a dizer.
Ainda bem que li “isto”.
Nem tinha reparado que o mineiro tinha o emblema da UGT.
Quer dizer:agora já pode apanhar porrada?é um traidor?
Também não vi o emblema da mineira.
Mas,certamente,estava a traÃr a classe operária.
E,aos traidores,tiros e porrada.
Na minha inocência,de pouca luta e pouca idade,tinha visto apenas um sinal de unidade entre o povo.
Lá se foi o meu romantismo.
Off Topic
Os serviços de saude deste paÃs estão parados dois dias devido a greve dos médicos como forma de protesto contra a politica de destruição do SNS deste governo e nem uma palavra sobre isso neste blogue?!!!
K