A tradução pode ser má. Mas é muito, muito verdadeira…
Adenda à s 00h33: Entretanto, o Público alterou pudicamente o tÃtulo da notÃcia que mantinha esta tarde. Isso é tanto mais estranho,  quanto a frase dita por Tsipras se mantém inalterada no corpo da notÃcia. Que levou o Público a compor as partes baixas da frase de Tsipras?
E se não forem eles, bem que podem os gregos adoptar o slogan de Dante: “Lasciate ogne speranza”…
“Negociar direitos”, LuÃs Rainha…
Estou um bocado confuso Pedro. O que se faz na contratação colectiva se não «negociar direitos»?
Para melhor, Ricardo, sempre para melhor. Conquistar direitos, tendo por base a lei geral, que assegura o essencial.
Não se negoceiam “direitos” na contratação colectiva, Ricardo. Negoceiam-se contrapartidas que, só depois, se transformam em direitos. “Negociar direitos” significa admitir perdê-los, E quando isso acontece, é mau.
Não posso responder ao comentário que está a seguir. Mas chegou para perceber que estamos no reino do disparate e dos jogos de palavras, o que se torna natural quando se está a defender uma posição indefensável.
O que são os direitos senão contrapartidas? Sempre que se negoceia admite-se que 1) há duas partes distintas e 2) ambas têm interesse em negociar porque não negociar seria pior.
E o Syriza vai negociar direitos para pior enquanto o KKE os negociaria para melhor, é isso?
A que direitos o grego se refere?
O direito à caloteirice?
A que direitos gentleman se agarra quando lança esta atoarda?
Ao direito do pulha neoliberal que insulta outros sem o mÃnimo de vergonha?
Ou que repete aquilo que os seus Ãdolos de estimação papagueiam a toda a hora nas televisões de serviço?
Estão bem uns para os outros.
declarações do tsipras = conversa da social-democracia
certo.
mas melhor é esta: Os cães ladram e a caravana passa, si!
K
pelo que se sabe das sondagens, pode acontecer que sim, pode ser que não. no caso de vencer (?) a vontade de manutenção na ue obriga a negociação com os outros membros. dado o pressuposto, não pode ser de outra maneira.
livre dessa complicação está o kke, vão lá pra cima para a acrópole, penduram umas fachas, tiram umas fotos e está feita a “luta”.
A desonestidade é isto.
Pode-se discordar do KKE.Pode-se muita coisa.Pode-se ter razão ou não em se discordar
Mas não se pode dizer o que este “sopas” diz.É obsceno.Faz lembrar outras vozes. Salazarentas.Tristemente salazarentas.Replicadas agora por outros tinhosos do poder quando falam que eles trabalham,os outros etc e tal.
“sopas” com este comentário revelou que afinal vem por outra coisa.
Pode-se discordar do KKE.Mas dizer isto é simplesmente nojento
…e além dos insultos, sobre o assunto diz…….0
Mas não percebeu?Os seus insultos.
Eu explico.Sobre o assunto denuncio os insultos.Ainda para mais quando fazem lembrar os da União Nacional,que dizia que o dr oliveira salazar é que tinha o fardo da governação. Os outros,iam lá para cima , penduravam umas”fachas”, tiravam umas fotos e estava feita a “lutaâ€.Ao que consta eram os do reviralho no palavreado jeitoso da época.
E como insultos soezes não passam,venham de onde vierem…
O PCP, ou pelos menos alguns dos seus militantes, estão a torcer pela derrota eleitoral do Syriza, essa é a unica conclusão possivel, de tanta CANALHISSE.
Por isso até o Tiago, que nestas coisas até costuma ser o menos sectários dos que aqui escrevem, se indigna, porque o Carvalho da Silva, participa hoje , num encontro internacional de apoio ao Povo Grego, em que está presente um representante do Syriza.
Como eu vos CONHEÇO……
A ser verdade, até o Partido Comunista de Cuba, já critica o KKE por ser tão sectário, quando até o PC de Cuba toma esta posição……
Mais uma vez um comentário canalha.
A mostrar o que Augusto é?
(por entre aqueles pseudo-berros feitos flor de estufa para arregimentar sabe-se lá o quê)
A chegada do Syriza ao poder, a confirmar-se, mais não é do que a chegada do PS ao poder no inicio do século passado em Portugal. O escape encontrado por algumas camadas da classe dominante para criar uma aparente alternativa ao sistema (Partido Monarquico vs Republicano, NEA vs PASOK, PSD vs PS) e criar nos trabalhadores a ideia de que é possÃvel uma alternativa no quadro do próprio sistema.
Não consigo deixar de notar como neste espaço há tantas discussões inflamadas com o Renato, o Kirk, este aquele e aquel’outro dizendo que a CGTP é pouco radical, que o PCP é frouxo, etc… Mas que depois não hesitam em apoiar o Syriza, defensor confesso do Euro e da União Europeia [como aqui fica claro]. Será que os mineiros das Astúrias, de repente exemplo maior da luta dos trabalhadores do mundo (!), querem “mais euro”, “mais europa”, bases da NATO? Não serão isto 2 pesos e 2 medidas.
É verdade que é mais fácil cruzar os dedos e pensar que “as coisas vão melhorar” porque é o que todos queremos. Mas não é justo que se “queime vivo” quem denuncia que o rei vai nu, porque vai mesmo, e é simplesmente impossÃvel que não vá, afinal de contas, como se pode cancelar a dÃvida e ficar no euro? Como se pode cortar com a austeridade e querer “mais Europa” [ou seja mais UE]?
Será o lema “desconfiem do Syriza” bom? Talvez não seja a melhor opção, mas a verdade é que toda a campanha pró-Syriza que aqui se trava é baseada na crÃtica do KKE, mas não vejo ninguém discutir seriamente 2 “simples” questões:
1- Pode um governo de “esquerda” ser conivente com a NATO?
2- Pode um governo sair da crise sem romper com a estratégia do Euro (mesmo que nao saia) e dizendo que quer até reforçá-lo?
Por fim, entendo que devo colocar a minha opinião. Se o Syriza ganhar as eleições terá 2 caminhos, ou uma inflexão polÃtica e aproximação a propostas realmente mais radicais que rompam com as estruturas de poder, ou falhar redondamente, abrindo no curto/médio prazo caminho à extrema-direita na Grécia. Aposto na 2ª e penso que o sistema também (tal como o fez cá pelas nossas bandas no século passado).
Um governo só pode romper com um sistema, na sua componente polÃtica, económica ou estratégica, depois de ser governo. Para se ser governo, na Europa de hoje, ou se conquista o poder pela força, ou se conquista pelos votos. Se o Syriza não pode tomar o poder pela força – e provavelmente nem é isso que procura – então tem de convencer uma maioria de gregos que as suas propostas são as melhores para a Grécia. Se o Syriza colocasse no seu programa que queria socializar a economia e sair da NATO, do euro e da UE, quantos gregos votariam no Syriza? Os 10% com que o PCP se contenta entre nós? E isso permitiria levar avante alguma dessas polÃticas tão do gosto de alguns dos participantes desta discussão? Em democracia um governo não pode afastar-se muito do que um povo quer ou espera. Querer recuperar o conceito de vanguarda, à maneira leninista, é negar todo o sentido da democracia, pelo menos como eu a entendo. A táctica do Syriza parece-me ser a única possÃvel: primeiro conquistar o poder com o apoio da maioria dos gregos, e depois mostrar que certas rupturas produzem os resultados que os gregos desejam, tornando essas rupturas aceitáveis para a maioria dos gregos. A esquerda de hoje não pode pensar que pode impor soluções a um povo. A esquerda tem de ser intérprete dos anseios de um povo e praticar polÃticas que não firam a vontade e a liberdade dos governados. Tentar governar sem o consenso do povo é querer regressar ao totalitarismo. Quem acha que isso é o caminho, não é de esquerda.
A isso chamamos nós oportunismo. Mas, seria apenas uma palavra se, além disso, não fosse improdutivo. Negociar, numa posição débil, é não ter nada para negociar. E isso é verdade desde o tempo dos macacos, Nuno Cardoso e Silva!
A única força negocial ou polÃtica legÃtima, na minha cartilha, é aquela que nos é dada por uma maioria do povo. De forma expressa. E como se conquista esse apoio, quando não se tem provas dadas de capacidade e competência? Só de forma gradual, à medida que se consegue demonstrar que se sabe o que se está a fazer, sobretudo quando isso implica rupturas com o sistema vigente. À medida que se conquista a confiança dos governados vai-se ganhando força para promover as mudanças sistémicas necessárias. Nada disto cai do céu, como o PCP tão bem sabe, já que, apesar de décadas de esforço, não consegue ganhar a força que seria necessária a implementar o seu programa. Criticar o Syriza por ser “social-democrata” é não perceber nada da maneira como se conquista o poder de forma legÃtima. O que o Syriza está a tentar fazer na Grécia pode não resultar, mas é a única via para exercer o poder de forma consentida e democrática. Por isso é que o Syriza pode vir a estar na posição de iniciar a grande mudança, e o KKE vai ficar reduzido a quase nada. O que não ajuda quando se quer negociar apenas de uma posição de força…
Tudo isso é muito bonito. Ignora de forma retumbante que o campo do poder financeiro e económico transnacional não se deixa enrolar com meia dúzia de larachas “democráticas”. Já tem dado bastas provas disso. Nem é preciso ser comunista para o ter presente nas reflexões que se fazem.
Só há dois poderes no mundo: o poder do dinheiro e o poder da cidadania. Sem ter o apoio dos cidadãos não há maneira de derrotar o poder capitalista. Fora disto só há trocar uma ditadura por outra. Não contem comigo para isso.
Obviamente, o sentido da frase – concorde-se ou não com a (re)negociação da dÃvida – é que: “vamos renegociar a dÃvida tendo em conta os direitos e liberdades fundamentais dos quais entendemos não abdicar”.
E, a propósito, o PCP não defende a renegociação da dÃvida em termos que respeitem os direitos constitucionalmente garantidos aos cidadãos desta região da PenÃnsula Ibérica?
msp
MSP a candidatar-se a Pacheco Periera de Tsipras.
Hum… Já tenho visto o Dédé candidatar-se com mais felicidade ao sempre difÃcil papel de si próprio.
Obviamente o sentido da frase nunca será esse, nem que começássemos todos a falar latim. O sentido da frase é aquele que é evidente que é, e é mau. Se Tsipras o quis dizer assim, é outra história. Se a tradução foi fiel ao que Tsipras disse, é outro conto. Mas para a frase “negociar os direitos das pessoas” passar a significar “vamos renegociar a dÃvida tendo em conta os direitos e liberdades fundamentais dos quais entendemos não abdicar†é preciso que os rios corram para as fontes e as vacas andem de sapatos.
O PCP não só o defende em palavras, como promove soluções polÃticas que as garantiriam de facto. A confiança do SYRIZA nos bons processos da instituições europeias e na sua inexistente viabilidade democrática levanta a suspeita de que os direitos dos cidadãos gregos continuarão em maus lençóis.
Se tivesse lido o que escrevi, nem se preocuparia tanto em torcer a frase, mas sim com aquilo que o SYRIZA tem para oferecer ao povo grego.
cuidado, pedro penilo. um dos dados fundamentais dos acontecimentos na grécia é que está a mostrar que pode haver mudanças polÃticas de fundo à esquerda, não só sem os partidos comunistas tradicionais, mas contra eles. o antigo conceito de que não havia mudanças polÃticas de esquerda sem os partidos comunistas (que não sem comunistas), dê agora para onde der na grécia, acabou.
Ora cá temos o busÃlis.
Do discurso tremendamente revelador:
“Cuidado Pedro…patati-patata…pode haver mudanças polÃticas de fundo à esquerda, não só sem os partidos comunistas tradicionais, mas contra eles.”
Sobra que não se sabe se se confunde desejos com realidades se pura e simplesmente se assume claramente a tocha da direita.
E para que fique claro, não a da direita grega, que não passa por aqui, mas o produto nacional.
“Acabou” diz o melro.
Onde já ouvimos isto?
Ah sim,foi outro cheio de certezas que falava do fim da História
🙂
Pedro Penilo,
a frase – como qualquer declaração – tem de ser lida tendo presentes outras ditas antes e depois.
É evidente que se trata de “rasgar o memorando” e “renegociar a dÃvida”, etc. Como é evidente que não se trata da única coisa que a si, PP, poderia satisfazê-lo e que seria: saÃda unilateral e imediata, “ofensiva”, da zona euro e da UE, e governo do KKE (ou talvez “frente” dirigida pelo KKE e com quem tiver sobre todas as coisas e cada uma exactamente as mesmas posições).
E trata-se de recusar o memorando e a troika, não porque estes agradem à s pessoas, mas porque põem em causa as condições materiais e de dignidade mÃnima da grande maioria dos cidadãos gregos.
Mas não deixa de ser curioso que a mesma reivindicação que tanto o indigna vinda do Syriza, quando é formulada em termos de recusa do “pacto de agressão” e de renegociação da dÃvida pelo PCP, já lhe pareça aceitável em Portugal.
msp
Está enganado. Eu não preciso que o Tsipras defenda uma saÃda “unilateral, imediata e “ofensiva” da UE” (e faço-lhe a justiça de imaginar que sabe muito bem que isto que digo é verdade, mas que apesar disso resolve escrever algo de absurdo). Desde logo porque isso seria uma grande tolice, senão mesmo impossÃvel, fora da área da loucura. Uma saÃda, caso se visse necessária e benéfica, teria de ser negociada, não só porque prejudicaria consideravelmente a UE, e porque numa negociação o paÃs que sai, deve exigir compensações pelos anos de destruição do seu aparelho produtivo, contenção da produção, contribuição directa e indirecta para um mercado conjunto e para a organização da instituição UE.
Ou seja, a negociação serve para acautelar os interesses de ambas as partes, e não apenas para mendigar umas migalhinhas.
O que eu duvido – pela história polÃtica das forças congregadas – é de ser o Syriza capaz de cumprir o que anuncia em campanha eleitoral. Eu duvido é de forças que se dizem defensoras dos trabalhadores e do povos, mas que no plano prático, em nome de um europeÃsmo acrÃtico, bem comportado e correcto, subscrevem as polÃticas de austeridade, sustentam a máquina de opressão dos explorados e – pasme-se – até suportam esforços de guerra, a pretexto de pÃfias declarações humanitárias.
Qualquer pessoa compreende que, para forçar o carrasco a negociar, é preciso tê-lo muito bem preso pelos tomates. E isso nenhum reformismo conseguirá.
Pedro Penilo,
o que V. escreve agora é já bastante diferente do que disse antes. E bastante diferente do que diz/faz o KKE.
Mas, até ver, têm sido as posições assumidas pelo Syriza, em relação à renegociação da dÃvida e da transformação “constitucional” da UE, as que mais têm entalado a oligarquia merkelina.
V. está no seu direito de, embora com posições menos delirantes, fazer sua a desconfiança que o KKE recomenda em relação ao Syriza. Mas terá de reconhecer que tem causado muito mais dificuldades à polÃtica de Merkel a posição de europeizar o conflito adoptada pelo Syriza do que a posição de ruputa com o euro e com a UE advogada pelo KKE, que, apesar do seu radicalismo de fachada revolucionária, se limita a responder ao ultimato de Merkel – ou aceitam ou vão-se embora – qualquer coisa como: “Sim, não aceitamos e vamo-nos embora” (ainda que isso condene à fome os trabalhadores gregos e enfraqueça a luta contra a hegemonia do capital fiananceiro na UE). Não é preciso concordar em muita coisa com o Syriza para ver que, neste momento e a este propósito, o Syriza recusa os termos do ultimato e os desmistifica, mostrando que há alternativas e que é preciso alargar aos paÃses do centro a luta iniciada na periferia grega.
Não consigo descobrir nenhuma diferença naquilo que escrevi até agora… O que sim tive impressão desde inÃcio, é que não deu a devida atenção ao que escrevi no post.
O post não era extenso e creio ter lido bem. O que se passa é que é muito diferente V. dizer que não lhe parece que o Syriza vá cumprir o que promete (é o que diz agora) e condenar aquilo que o Syriza promete: ora, o que o seu post condenava era a intenção de ir a Bruxelas negociar em defesa dos direitos das pessoas (não há outra interpretação verosÃmil, por mais voltas que V. lhe dê) e não o eventual incumprimento desse propósito expresso.
Daà que eu ache que há diferença – e progresso – entre o que V. diz agora e o que disse antes (se calhar, querendo dizer a mesma coisa, mas tendo sido traÃdo pelas palavras, não digo que não).
msp
Insisto que não leu bem o meu curto post: eu admito que a tradução esteja errada, mas que mesmo errada é verdadeira, posto que o que ela efectivamente diz é negociar os direitos (ou seja, aceitar pô-los em causa – não há outra forma de interpretar a expressão tal como ela está. Eu não comentei o que vai na cabeça de Tsipras. Eu comentei a frase como ela é, sem mais, nem menos. Negociar e defender são palavras diferentes, e não são sinónimos.
CarÃssimo MSP, sim, parece-me evidente essa leitura!! Mas essa leitura não os desvincula de um compromisso com a verdade!! Os Gregos negoceiam os seus direitos entre si, e apenas com os Gregos irá o Syriza negociar, hoje, como ontem e como amanhã!! A questão, para o Syriza, não é a dÃvida, é o crédito. O crédito que necessitam, em moeda que valha dinheiro!! E pretendem discutir a coisa ao nÃvel do direito ao crédito!! Do mesmo modo, caro Penilo, o KKE também está vinculado à verdade. Não obstante o discurso animado de um misticismo apoeteótico e sacrificial, escusam-se de revelar que também eles renegociariam direitos substanciais com os Gregos!! Também eles amputariam direitos!! Também eles se encontram presos aos limites do possÃvel!! No fundo, o impasse exige sacrifÃcio, a verdade exige sacrifÃcio, o futuro exige sacrifÃcio!! Os Gregos hão-de saber o que sacrificar, entre eles!!
DaÃ, não me parece fazer muito sentido a insistencia do Syriza em querer discutir a Grécia e o futuro da Grécia fora da Grécia, especialmente quando a “Europa” insiste em devolver a questão aos Gregos!!
Faz-se os sacrifÃcios que tiverem de ser feitos. Nenhuma revolução se faz sem sacrifÃcios. O que interessa saber é se é para voltar tudo ao que estava, ou se esses sacrifÃcios são usados para a efectiva emancipação das pessoas, dos povos, dos trabalhadores.
Estamos todos vinculados à verdade. Mas não uma Verdade.
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