Mais do que pneus a arder, é esta imagem que me entusiasma. Quando tinha oito anos também deixei um pneu a arder. Foi no Largo da Estrela e fez um fumaral do caraças.
Mas é esta a imagem que verdadeiramente queima. Classe operária com as luzes acesas.
No sábado, há manifestação da CGTP em Lisboa. Contra a exploração e o empobrecimento.
No sábado há mais uma jornada.Contra a exploração e o empobrecimento.
A nossa luta é também a dos mineiros.E vice-versa
A luta é a mesma, sem dúvida, mas tudo o resto é bem diferente.
Pedro Penilo o que é que o COMBATE dos mineiros das Asturias , tem a ver com os desfiles da CGTP.
Homem ACORDE.
Homem, leia! Leia melhor!
O Augusto até lê o melhor que pode, o problema dele é que lê mas não topa. Nunca ouviu falar de analfabetos funcionais?
Este comentário é todo um programa polÃtico.
Significativo
Entretanto em homenagem aos mineiros das Asturias:
BelÃssima partilha.
Mesmo!
Augusto says:
” 12 de Junho de 2012 at 21:54
Pedro Penilo o que é que o COMBATE dos mineiros das Asturias , tem a ver com os desfiles da CGTP.”
Há perguntas mesmo desnecessárias. Concerteza que não tem nada ver uma coisa coma outra. Se uns se concentram de noite com lanternas acesas, os outros desfilam de dia com bandeiras e cartazes. C´um diabo não se está logo a ver a diferença?
Xor Augusto,
já vi q é um intelectual,a bendizer.Assim sendo, será de esperar que goste de se debruçar numa viagem à procura do Conhecimento .Aqui vai para si : http://resistir.info/espanha/v_navarro_hay_alternativas.pdf
Para variar, até tendo a concordar com o Augusto.
A CGTP e todos os institucionalóides da merda, têm que aprender com os mineiros como é que se faz uma greve como deve ser.
Passeios ao fim de semana, faço com a minha avózinha.
Cumprimentos
Estamos todos à espera que nos ensine como se faz.
Por estes dias basta que a altura da vista alcance o alto das Astúrias.
Eu continuo à espera.
Que grande exemplo de luta, consciência e organização.
Pingback: Massas radicalizadas. | cinco dias
Por acaso, se houvesse em Portugal o que tem ocorrido nas Astúrias certamente andava tudo a chamar os mineiros de esquerdistas, de radicais e o camandro… Ou de “vândalos” segundo a mais recente versão…
E consegues o fantástico (na verdadeira acepção da palavra, a criação de uma realidade paralela com poderes sobrenaturais) de separar a luta de massas dos mineiros com as suas manobras de guerrilha… Se o movimento operário seguisse a tua encÃclica, na Comuna de Paris os operários teriam-se limitado a marchar pela cidade ou em Petrogrado o cruzador Aurora teria sido afundado para não causar fumaça… Ou para fazer a ponte com o exemplo histórico mais próximo deste, em Inglaterra os mineiros não deveriam ter respondido com pedradas à polÃcia ou deviam ter deixado os fura-greves terem entrado livremente nas minas…
Sobre este caso em especÃfico das astúrias, a polÃcia castelhana acha o mesmo que tu… Se os mineiros apenas se manifestarem e depois voltarem para casa ver “A tua cara não é estranha” está tudo bem… Mas ocuparem as minas ou as estradas, ai jesus que isso não… Muito sinceramente gostava de ver esse palavreado do pneu e do fumaral nas assembleias de base dos mineiros. Como dizem os camaradas brasileiros, «ia virar o maior sucesso».
O teu compromisso é com as lutas que os trabalhadores espontaneamente desenvolvem e organizam por si mesmos ou só com uma capela e com um tipo bem definido de cerimónia?
Lê e pensa, João! Lê e pensa! Que comentário mais tonto! Tu e o Renato gostam tanto do fumo, que nem precisam do fogo… (Eu prefiro os mineiros, tu preferes os pneus. Não sou eu que o afirmo. És tu, com este comentário.
que óptima maneira de desconversar…
Chama-se conversar sem conversa. Mas ainda assim, conversar.
Tu preferes os mineiros disciplinados. Eu prefiro os mineiros a lutarem por eles próprios e com as armas que eles bem entenderem. O fumo é o que ele é: fumo. Um biombo para ocultar a discussão do que aqui está em causa: a defesa da autonomia da classe trabalhadora em desenvolver os métodos e as reivindicações de luta que bem entender. Enquanto eu prezo esta autonomia e esta centralidade da luta da classe, tu queres separar as suas formas de luta, como se isso fosse possÃvel naquele caso…
Eu não separei coisa nenhuma do que tu dizes. Tu é que resolveste que eu separei, porque navegas sempre no que te convém.
A única coisa que está a ser separada na análise desta imagem é a estética da escaramuça, da matéria real da luta consequente, seja ela no momento da sua organização consciente, seja ela no momento da sua explosão irada.
A luta dos mineiros asturianos não tem um grama a ver com as tristes acampadas do Rossio. Mas tu escolheste as acampadas e os pneus (que nem o Renato nem tu acendem, curiosamente). Eu escolho os mineiros e a sua luta irada, mas que não os impede daquele momento em que aparecem todos em fato de trabalho igual, de luzes acesas, ao entardecer, que serve para mostrar união, coesão e consciência.
Então não separaste carago? Quando queres opor a queima de pneus a uma manif isso é o quê? Eu percebo que para os artistas tudo valha no plano formal… Mas assim tanto, cheira a pós-modernismo 😀
Apesar de seres uma pessoa maravilhosa (digo isto sem qq ironia), não dá para debater contigo as questões crÃticas do movimento operário, porque és um crente… Um crente pós-moderno
Há muitas maneiras de escrever. E cada uma requer a sua leitura. Se eu quisesse opor barricadas a manifestações, eu teria escrito isso. Mas eu não escrevi isso. Tu dás a expressão certa, que é o cerne da tua incompreensão: com efeito, eu prefiro a imagem de operários em unidade de classe, à “queima” de pneus. A expressão foi tua, e é dessa precisa maneira que pode ser interpretada. No sentido “sucateiro do termo. Não te faço a injustiça de dizer que tu preferes a “queima de pneus” à imagem de gente, trabalhadores, operários, mineiros, em luta, nas suas múltiplas formas. Não te faço essa injustiça, mas tamanha lealdade de ti não mereço.
As tristes acampadas do Rossio é todo um programa polÃtico. Nada como uma discussão cheia de vida para vir à tona os mais recônditos balanços.
Eu gosto mais do outro JVA, aquele da revolução a crédito, com garantias bancárias, reservas de ouro e cereais e tÃtulos sobre a fazenda de uma grande potencia industrial!! Esse, sim, prudente e custódio, distantÃssimo destoutro!!
Equiparar as barricadas e a radicalização das formas de luta dos mineiros a um pneu que se deixou a arder não sei onde tem o mesmo sentido de ter dito no 25 de Abril «tropas a tomar o poder? Engraçado, já tinha visto isto no Chile, há uns meses». E aproveitar o ensejo para dizer «já agora vão à manif», como quem diz «aà sim é a sério», é, como já alguém aqui escreveu, todo um programa. Entretanto, sim, valorar esta imagem e desvalorizar a radicalização da forma de luta, não entendendo que a segunda corporiza esta, é ser de um burocratismo inerte sem classificação…
Onde é que leu isso que diz? Leia, com mais calma! Não venha com coisas na sua cabeça, prévias ao que leu, para descarregar aqui.
Comparar as barricadas dos mineiros aos pneus que queimou na infância, é a única leitura válida, é amesquinhar essa forma de luta. De caminho, falar da manif da CGTP, é contrapô-la como «coisa séria» por oposição à «puerilidade» do fumo e dos projécteis artesanais. As palavras querem dizer coisas e as que são convocadas para este curto comentário dizem muito. Desde logo, sobre si.
Nem deve ter reparado quem eram aqueles senhores na fotografia que é motivo de elogio no meu post… Não são da CGTP, não… São os tais mineiros que você afirma estar eu a ridicularizar. É a eles que eu presto homenagem. E aproveito essa singela homenagem para falar de outra frente de luta, que é a que temos aqui mais à mão: a manifestação da CGTP, no sábado (não se esqueça!).
Caro Pedro:
As confusões que se fazem por se querer “ler” o que não se diz…ou por se não perceber o que se escreve… Dá nisto.
tiros para o ar.
e nós com tanta falta de munições
Um abraço
Touché! (sem essa parte de tirar conclusões precipitadas sobre o Pedro Penilo, homem de fraca ironia mas de franca palavra.)
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Na minha muito humilde condição de Loura e ateia vos digo que as vossas lutas fraticidas são de tirar a paciência a um santo. Andam a medir as pilinhas? Não acham que é mais importante reflectir numa alternativa concreta, para Portugal e para o mundo, do que andar aqui a discutir artigos de fé? E vão ficar eternamente nisso? Apre!
Haverá outra alternativa àquela que aquela que nos chega, também, das Astúrias?
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Este rol de comentários mostra bem porque é que em Portugal não há luta como a dos mineiros asturianos. Tristes de nós.
Pode não haver luta como as dos mineiros, hoje. As minas estão quase todas encerradas. Mas houve e há lutas. Das operárias da Rohde, dias e noite à porta da fábrica para que não encerrasse. Dos operários corticeiros, vários dias, noites, meses. Com vigÃlias, greves, desfiles. No local de trabalho e manifestações nacionais. E falo só da minha terra.
Os que dizem que Portugal é uma miséria e não chega a lado nenhum, talvez devessem pensar que há muitas lutas que não são televisionadas, mediatizadas.
Quanto ao resto, querido Pedro, perdes o teu tempo a explicar a quem não quer ouvir. Esses, ao ler a mesma mensagem que eu e tu, vão lê-la sempre de forma diferente. É a sua opção. Tu, e bem, fizeste a tua.