Vejo que o camarada propõe, no site Esquerda.net do Bloco de Esquerda, resolver a crise do sector automóvel – que resulta da crise capitalista de super produção de capital – chamando o Estado, ou seja, os nossos impostos, a subsidiar o abatimento de carros, ou seja, a Volkswagen, com o hipócrita argumento de resolver a crise e «melhorar o ambiente».
Não lhe ocorreu fazer uma greve por mais emprego para todos e redução do horário de trabalho (para que 3 façam o trabalho de 1), nem promover uma resposta europeia às medidas de austeridade (só na industria alemã automóvel trabalham 700 mil trabalhadores 70% dos quais sindicalizados no IG Metall). Imagine o que era quando todos parassem de trabalhar e produzir?
Ocorreu-lhe propor mais um roubo do salário através da transferência de impostos, que eu quero na educação dos nossos filhos, na nossa saúde, para a Volkswagen. É o preço da co-gestão entre sindicatos e patrões. Ou seja, achar que nesta crise alguns, poucos, ainda se podem safar entre os pingos da chuva.
Cada vez que vejo um ecologista fujo – já vi praias a serem interditadas para proteger a natureza e um ano depois nascer lá um empreendimento «eco»; parques naturais a serem portajados e os pastores a perderem terrenos baldios; já vi terrenos onde se cultivava comida a passarem a zona de cultivo de combustÃvel «bio» para automóveis. As lâmpadas de poupança de energia custam 10 vezes mais do que as normais. Taxas, sobre taxas, para energias limpas de uma economia suja, que consiste na transferência permanente de dinheiros públicos para empresas privadas.
A minha querida mãe, dona de um Mercedes com 1 milhão de km e 22 anos, está agora proibida de entrar de carro em Lisboa porque o carro dela é muito poluente. Também foi um tipo de esquerda, eleito pelo BE, que teve essa bela ideia – o Zé que fazia falta. Em breve virão as portagens em Lisboa e só o CEO da EDP lá entra, com um BMW novo, limpo, brilhante. Nada como convencer a minha mãe e tantos outros, a trocar de carro, endividarem-se ao banco para comprar um Polo novinho em folha. Assim, agrada-se ao Zé e ao Chora.
Tudo para salvar o planeta – no fim, mesmo lá no fim, estamos todos mortos, mas o planeta estará a salvo.Com amigos assim não nos fazem falta inimigos.
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http://letras.terra.com.br/talking-heads/109326/
Finalmente alguma lucidez: os subsÃdios do Estado são, no fundo, a transferência de impostos de todos para os negócios de poucos. E o pior é que isso é feito geralmente, como bem denuncia, a coberto de quimeras da esquerda-caviar: ecologia, ….
Quando processos são traduzidos numa palavra, sempre cabem ponderações. Lembram da fase em que os trabalhadores foram arrancados das terras comunais? A isso chamaram de “clareamento”. Grosso modo, significava retirar daquelas terras pessoas, plantas e animais, que não fossem as ovelhas, tendo em vista a indústria da lã. Antigos camponeses obrigaram-se a se tornar pescadores para sobreviver, mas quando o capital sentiu o cheiro do peixe, novamente foram expulsos. Tudo em nome do “desenvolvimento”. Quando querem reduzir o número de trabalhadores usam-se expressões como “enxugar”, “tirar a gordura” e, assim por diante. Onde ficam as pessoas e suas condições objetivas? Que diabo de sustentabilidade é essa que só sustenta o capital? E olhe lá, só o grande capital. Pequenos capitalistas também estão sendo destruÃdos e estes lidam pior com o empobrecimento que os trabalhadores, já acostumados a “apertar o cinto”. Portanto, sem quere ser catastrófica, corre-se o risco de, em nome do “desenvolvimento” destruir o planeta, na medida em que a parcela de habitantes que parece importar nesta sociedade é cada vez menor.
Raquel,
Porra que li tudo até ao fim queria parar e não conseguia mas fiquei a escalfado…tal a beleza de conteudo do seu texto.
Este Chora não é o mesmo do sindicalismo moderno??? Tão moderno, tão moderno , cuja ambição é substituir o Proença na UGT???
O Chora até é da CGTP. Aliás: http://umportodostodosporum.blogspot.pt/2008/02/antnio-chora-e-outros-representantes.html
Mas fui ler o ponto de partida da Raquel Varela: “O encontro de representantes dos trabalhadores realizou-se no passado dia 30 de maio. Estiveram presentes 67 representantes de trabalhadores de 24 empresas diferentes do setor automóvel, que vai desde a construção até ao pós-venda. No encontro, foram apresentados contributos para enfrentar a crise do setor automóvel, que serão apresentados ao ministro da Economia.”
“Encontro de representantes dos trabalhadores”, todos “choristas” de certeza.
Totalmente de acordo, Raquel (tenho saudades tuas, pá 😉 )
De qualquer forma, para mim, andar de carro privado não deveria ser prioridade, não por questões ambientais (mas também) mas por questões económicas já que é quase tudo importado, desde os carros à s peças e, principalemente, ao combustÃvel.
Vender o parque automóvel para o estrangeiro, proibir o transito privado nas cidades e promover os transportes publicos e/ou carros eléctricos de produção portuguesa.
Beijito do André (de Coimbra)
Beijos André!
Por Falar em Costa e Sá Fernandes…
Ontem foi “inaugurado” o Largo do Intendente com um jantar ao ar livre de acesso restrito aos amigos finórios do Costa. Eu nem sabia que o Largo ia ser inaugurado ontem… Nem eu, nem ninguém: à população do bairro chamaram-lhe um figo. No …fim, depois da “beautiful people” ter basado, deram as sobras do vinho tinto e da febra grelhada à meia-dúzia dos miseráveis do costume. E isto não me foi contado: Vi eu com os meus próprios olhos.
É aquela coisa dos desperdicios do Tim e João Gil já em acção ?
Tu queres ver que pela primeira vez concordo com a Rauqel Varela? Espera aà que vou ali ao médico já volto….
O José Sá Fernandes actualmente está na Câmara de Lisboa , eleito por uma lista encabeçada pelo Antonio Costa do PS, como a Raquel muito bem sabe, e o BE nada tem a ver com as medidas que ele hoje defende.
No entanto acho que carros muito poluentes, deveriam ser PROIBIDOS de circular, se se faz tanta propaganda contra o tabaco, por causa do cancro, a poluição dos automóveis é tão ou mais perigosa que o tabaco, e todos, condutores ou peões , temos de a gramar.
Quanto á questão da industria automóvel , ela é muito mais complexa do que o simplismo que demonstra na sua analise, mas enfim …..
Realmente existe uma facção de ecologistas que utilizam muito o discurso do salvar o planeta através da aniquilação a fome, etc. de parte consideravel da população.
De facto há pra aà uma teoria que diz que o planeta só se ‘safa’ com a volta de mil milhão de macacos sem pelo. Tendo em conta que já são pra cima de 6 mil milhões dá que pensar quais serão os planos dessa gente pra despachar o resto… E depois há sempre uns que falam da urgência com que é preciso fazer ‘alguma coisa’.
A mim cheira-me que eles é que têm que ser despachados, até porque as mesmas estirpes que trataram de arrebentar com esta merda toda (pessoal do petróleo, industria quimico-farmaceutica, finança, etc.) são as mesmas que andam a financiar essa ecologia da aniquilação em massa do macaco sem pelo.
Teorias da conspiração dão mais pica que ver televisão 😀
Obrigado, pelo texto
“Cada vez que vejo um ecologista fujo …
Tudo para salvar o planeta – no fim, mesmo lá no fim, estamos todos mortos, mas o planeta estará a salvo.”
Não resisto a sublinhar estas frases e faço-lhe um desafio: não fique pela rama (caso concreto Chora/Volkswagen) e identifique outros casos semelhantes.
“Tudo para salvar o planeta – no fim, mesmo lá no fim, estamos todos mortos, mas o planeta estará a salvo.â€
Como interpretar esta frase à luz das iniciativas para combater o aquicimento global defendidas pelos ecologistas (entre as quais se encontra a aposta em energias renováveis – leia-se criação de rendas públicas para sectores privados – ou as lâmpadas eficientes – idem)?
Merece reflexão.
Excelente!
Ninguém sensato pode discordar do que está escrito.
Vamos esperar se não é mais um presente envenenado da Raquel.
Só uma nota. Porque a referência despropositada à colaboração sindicatos-patrões se o Chora até é da Comissão de Trabalhadores e não do “sindicato”?
O Chora representa a visão que o BE tem dos movimentos representativos dos trabalhadores. O papel do Chora na Autoeuropa é execrável, uma manipulação dos trabalhadores constante para aceitarem cortes e mais cortes nos seus direitos em troco de “prendinhas”, que utiliza como arma de arremesso contra a CGTP-IN, ao tentar passar a ideia de que “dialogando” se consegue vitórias em contra-ponto com o “sectarismo” da CGTP, que conduz “à derrota”.
No fundo um tipo de mensagem igual à que o grande capital procura impor. Mas como é natural numa sociedade dividida em classes antagónicas, do lado “esquerdo” faz-se passar a mensagem que a CGTP é o entrave, uma força que impede o crescendo da luta dos trabalhadores.
A CGTP é atacada de um lado e outro, porque é lá que está o perigo.
Se a CGTP no próximo dia 16 de Junho irão milhares e milhares nas ruas protestas não é notÃcia. As iniciativas promovidas por “grupos de jovens contestários que utilizam a rede social para passar a sua mensagem de revolta” promovem uma iniciativa (que façam muitas, as que for preciso para agitar as consciências dos trabalhadores alheados do seu papel histórico), é notÃcia desde as televisões aos jornais da bola.
O capital conhece os seus inimigos. Ao contrário dos clamam unidade e atiram pedras a cada frase aos seus naturais aliados de classe, a CGTP também conhece o seu inimigo.
E estabelece prioridades e não gasta balas onde não é preciso. O inimigo é demasiado forte para perdemos tempo com aquilo que nada traz de benéfico para a Luta.
Nada de novo.
Nada a acrescentar. Está tudo dito.
Os trabalhadores é que devem tomar consciência quem é o seu verdadeiro inimigo.
Gostei e partilhei.
Xiça!… Ao fim de vários textos, conseguimos estar de acordo.
Parabéns Raquel Varela.
Esta lucidez e objectividade è para continuar?
Cumprimentos