Camilo Lourenço é apenas mais um que tenta demonstrar que levámos uma “vida fácil”, neste caso, “vida de alcoólicos”.
Nos meus momentos mais bonzinhos tendo a pensar que esta visão é toldada pelas dificuldades em ver o paÃs a partir das janelas do seu automóvel de vidros fumados. Será que Camilo Lourenço não se apercebe que a maioria contraiu empréstimos para garantir necessidades básicas, como por exemplo, a habitação? Será que não se apercebe que um empréstimo não é um favor que a banca presta, mas uma prestação de serviços? Será que não se apercebe que durante o perÃodo que classifica de bebedeira havia centenas de milhar de pensionistas que não auferiam o valor mensal mÃnimo para se alcoolizarem condignamente? Será que não se apercebe que a maioria dos portugueses tão ou mais qualificados que Camilo Lourenço não auferem por ano o que um banqueiro aufere por semana?
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parabéns pelas verdades que acabou de escrever
Leia-se os mestres e tudo parecerá bom e belo:
http://lishbuna.blogspot.com/2011/12/os-grandes-pensadores-sao-assim.html
http://lishbuna.blogspot.com/2011/12/os-grandes-pensadores-sao-assim_25.html
http://lishbuna.blogspot.com/2011/12/o-pensamento-filosofico-portugues.html
Sabe quem foi o 1º a denunciar o caso BPN ?
Não sabe pois não !!!
Primário.
A amnistia de crimes da cúpula laranja ligadas à banca não cabe no paleio do: “sabe quem foi o primeiro a denunciar”,etc e tal.
Não cabe porque não pode caber,pela evidência dos factos.Era o que mais faltava. Uma espécie de caridadezinha em que os actores do mesmo circo dividissem os papéis de forma a se auto-anularem, só mesmo numa (má ) comédia de terceira.
Mas não cabe por outro motivo ponderoso.
É que a instituição BPN,como se sabe ligada umbilicalmente ao directório do partido de Passos Coelho, nunca devia ter visto a luz do dia.
A banca deve ser nacionalizada.Tem mesmo que o ser.
Essa apetência pela actividade banqueira por parte do poder parece que lhes está inscrito nos genes.O BPN é apenas um exemplo paradigmático.Que se continuou pela falcatrua do BIC e dos negócios de mais um testa de ferro do PSD.
E que tem o seu corolário no convite para ministro de um pulha ligado aos interesses privados na saúde,um tal Paulo Macedo.Banqueiro de profissão.E negociador de seguros nas horas vagas
A um primário só lhe podem sair destas “primarices”
Camilo Lourenço tem razão. A expressão “vida fácil” não é para ser entendida no seu sentido literal e absoluto. Realmente os portugueses, desde a adesão à UE, foram gozando de uma vida progressivamente mais facilitada. Uma vida que, tal como os números apontados por Medina Carreira ilustram de forma inequÃvoca, não é compatÃvel com o real desempenho económico do paÃs. Claro que houve quem tivesse beneficiado mais dessa “facilidade” do que outros. Mas isso não invalida a afirmação.
“Nunca tivemos década tão má“
Sim, o desempenho da economia foi mau. Mas nunca as benesses foram tantas como na década transacta. SubsÃdios e subvenções abundantes e generalizadas. Autoestradas para todo o lado e sem custos para o utilizador. Modernização do material circulante dos transportes públicos. Massificação do crédito ao consumo e à habitação. etc. etc. etc. — é a esta facilidade que todos se referem; facilidades que levaram o Estado quase à bancarrota; facilidades que o PCP apoiou e reivindicou que fossem aumentadas.
Caganda cocktail Gentleman, isso é do natal. Tente pensar cada uma das coisas que diz à vez. Veja quem beneficiou no imediato com cada uma das coisas. Veja para onde foi o bolo grande, o que é realmente importante, dos créditos. De seguida e sobre os mesmos assuntos, veja que opinião tiveram no tempo certo os partidos ou individualidades da esquerda.
As ditas “benesses”…a que se segue o paleio que todos ouvimos nos órgãos de comunicação ao serviço do dono
(E mais a história do PCP com que estes aldrabões de feira tentam fechar sempre o ramalhete).
Vamos furar a discussão dos “rodriguinhos” neoliberais com que nos tentam atirar areia para os olhos e passar para outro nÃvel de discussão.(repare-se na pressa com que se tenta arrumar o assunto naquele:”sim,o desempenho da economia foi mau”)
Vamos a factos:
“Afirmava-se que o Euro traria taxas de crescimento
económico elevadas, na Estratégia de Lisboa apontava-se mesmo para taxas de crescimento do produto de
3% ao ano, mas na verdade o crescimento médio anual foi apenas de 1,1%, entre 2001 e 2010. Afirmava-se
que o Euro traria um forte crescimento do emprego, contribuindo para a redução dos elevados nÃveis de
desemprego verificados na União Europeia (UE), mas o que se verificou foi um crescimento anémico, em
termos médios de 0,6% ao ano, com uma taxa de desemprego média de 8,7% e que, em 2010, voltou
novamente aos dois dÃgitos, ultrapassando os 10%, ou seja, quase 16 milhões de desempregados na Zona Euro”
Ao contrário daquele paleio para boi dormir sobre os benefÃcios das benesses,”os desequilÃbrios macroeconómicos agravaram-se, o que pode ser constatado nas disparidades crescentes dos saldos das balanças comerciais entre os paÃses que compõem a Zona Euro, com a existência de paÃses «importadores lÃquidos» e, por isso devedores, com um nÃvel de dÃvida crescente, como Portugal, e de paÃses «exportadores lÃquidos» e, por isso credores”.(lembram-se de Cavaco?)
( e aquela frase com que se tenta fechar a discussão,sobre o “mau desempenho da economia”?Quando a discussão começa exactamente aÃ?Na percepção dos porquês e dos como?)
“Com o Euro acentuou-se também a liberalização dos movimentos de capitais e, consequentemente, o
grau de mobilidade do capital multinacional que opera no mercado interno europeu, reduzindo os custos de
internalização e internacionalização do capital. As próprias deslocalizações, quer no interior na UE, quer
para paÃses terceiros, juntam-se ao desemprego para «disciplinar o trabalho». Ao mesmo tempo, a redução
ocorrida das taxas de juro não só contribuiu para reduzir os custos de refinanciamento do capital e sustentar
artificialmente as taxas de lucro, mas para estimular crédito junto também da classe trabalhadora, permitindo
acomodar desvalorizações dos salários por conta do endividamento, o que em si mesmo corresponde a um
acentuar da exploração do trabalho, agora também por via do pagamento de juros ao capital financeiro.
Ao mesmo tempo, a mobilidade do capital põe também em concorrência as forças de trabalho dos diferentes
paÃses. Com a redução dos custos unitários de trabalho a ser o móbil incentivador da concorrência intercapitalista, quer ao nÃvel nacional, quer estrangeiro, pela obtenção de maiores quotas de mercado, ou seja, pela apropriação e centralização da riqueza produzida pela força de trabalho «comandada» por outros capitalistas. Um «jogo de soma nula»,que tem ganhadores e perdedores, decorrentes do desenvolvimento desigual do capitalismo.
Sendo de sublinhar, neste contexto, os ganhos evidentes do grande capital alemão, sobretudo o financeiro,
com o Euro. Com Alemanha a assumir excedentes comerciais por conta dos défices e o endividamento de
outros paÃses, como Portugal.”
Tem vossa excelência toda a razão.
Esses malandros comunistas, mesmo sem terem sequer uma secretaria de estado nos últimos 30 anos, conseguiram fazer com que os sucessivos governos no PS, PSD e CDS adotássem, contra a sua vontade e apesar de várias vezes terem maiorias absolutas na AR, medidas desastrosas para a economia da nação.
Deve ser por isso que eles estão sempre a dizer, “assim se vê a força do PC”.
Mais factos:
(sorry gentleman,estamos a falar no capitalismo):
“O excedente comercial intra-comunitário alemão aumentou 172,3%, entre 2000 e 2007, e mesmo em 2009,
apesar da recessão, o excedente comercial ascendeu a 70,5 mil milhões de euros, representando quase 42%
do PIB português desse ano. Por seu lado, em simetria, paÃses como Portugal viram o seu défice comercial
intra-comunitário agravar-se no mesmo perÃodo 23%, a Grécia 34,2%, a Espanha 105,9% e, até França, teve
um agravamento do seu défice de 208,2%. Talvez também aqui se explique que, apesar das aparências, o
eixo franco-alemão que conduziu o processo de integração capitalista europeia, seja já só alemão.
Estes números também são demonstrativos da desindustrialização dos paÃses ditos da «Coesão» e do papel a que estes foram votados no interior da UE. Por um lado, de consumidores, para escoamento da produção excedentária – quer bens transaccionáveis, quer bens de produção, quando não mesmo armamento, do centro
da UE. Por outro lado, fornecedores de mão-de-obra barata para servir os interesses de divisão da cadeia de
valor do capital multinacional, numa enorme rede de subcontratação. Por isso os fundos estruturais e de
coesão foram essenciais, servindo os interesses do capital alemão e associados”
Muito mais há a dizer.
Voltaremos ao assunto
As citações são do economista Pedro Carvalho.Um dos que não bebe da gamela neoliberal
Diga.me só: Obtive um empréstimo para a casa. Já o paguei (Juro, já paguei mesmo!). Tenho um carro. Tá pago. Viajei com o dinheiro dos meus salários. Tenho filhos. Aufiro bastante menos do que eu desejo e do que era desejavel para o pais, ora por preguiça minha, ora por falta de dinheiro (e eu até sou um resistente e levanto.me muitas vezes do sofá). Não possuo produtos de luxo. E olho á minha volta e não sou excepção. Portanto….Em que é que realmente eu gastei a mais?
Pela sua descrição, parece ter o essencial. Não se percebe qual é exactamente o seu problema. Auferir menos do que deseja? Não possuir produtos de luxo? Se é isso vou dar-lhe uma novidade: como Abraham Maslow explicou na seu A Theory of Human Motivation nunca deixará de ter esse desejo; o ser humano é intrinsecamente insatisfeito. E ainda bem, já agora. De outra forma, não havia evolução.
isso é ‘darwinismo’ social o que é equivalente num estágio mais ‘atrevido’ ao fascismo,forma extrema de ‘incentivar a iniciativa privada’!Fico a saber o q são os dias loureiros,os duartes limas,e tuti famiglia.São uns insaciáveis…
Propriedade privada para 1% da população,os outros 99 % são a favor-bene trovato…
Por acaso Maslow na sua pirâmide em que hierarquizava as necessidades,falava que na sua base estavam as necessidades fisiológicas,seguindo-se as de segurança.,depois as do amor/relacionamento,etc.As primeiras tinham que ser saciadas para se partir para o”segundo patamar”de forma harmoniosa.E assim sucessivamente.
Donde,e ao contrário do que prega a ideologia neoliberal, para a realização pessoal do indivÃduo têm que estar asseguradas as necessidades básicas.Aquelas que o capitalismo teima em retirar.Sob a batuta dos seus gestores,sejam eles Merkels ou Coelhos em acção de genuflexão.
Mas há mais.Mais do que a insatisfação, é a curiosidade inata que possibilita o avanço quer do indivÃduo enquanto ser (desde que nasce) quer a sociedade humana enquanto tal.Qualquer avanço em qualquer campo seria impossÃvel se o Homem não fosse um ser insatisfeito.
Donde a “novidade” que apregoa confirma a tendência do atirar persistentemente para o lado.
A dúvida legÃtima de Nuno Rodrigues,responde este gentleman com outra fuga.
Percebe-se porquê.
Há perguntas incómodas.Esta é uma delas.E há que tentar defender os pulhas a todo o custo.
O problema de Nuno Rodrigues é exactamente igual ao meu e de milhares de outras pessoas: estar a ser responsabilizado e a pagar uma “dÃvida” da qual não só não beneficiei como, na escala maior, estive contra a que fosse assumida. Com a agravante de estarem a usar extorsão que estão a fazer, em benefÃcio dos verdadeiros e únicos responsáveis por aquilo que chamam dÃvida.
explica-se facilmente porque é que a teoria de Maslow é aqui chamada a despropósito – ela apenas tem a ver com a psicologia do CONSUMO (o marxismo define o consumo supérfluo como uma alienação) a pirâmide das necessidades psicológicas nas pessoas nas actuais circunstâncias é facilmente induzida pelo marketing das corporações que subvertem o mercado em favor dos seus interesses de lucro. Não satisfazem o consumidor, satisfazem o desejo de lucro dos accionistas.
Não é ao Consumo que então temos que atender, mas sim ao modo como se produz consoante as necessidades (planificadas por patamares a partir dos mais essenciais) e a quem detém os meios de PRODUÇÂO que devemos atender ao pretendermos transformar o mundo, para melhor
Ah bom, agora responde.me com impulsos biológicos. Eu, que vejo pessoas como o senhor disparatar por essas teclas fora (Não fossem essas teorias completamente despropositadas!), não vi foi uma resposta, que como sabe não existir, nunca a dará decentemente! Eu NUNCA gastei mais do que devia. Porque pelas que gastei a mais, já muito me poupei, tudo com o MEU dinheiro. E com o meu dinheiro (que já em si é pouco de ficar retido o meu trabalho em quem não devia) lido eu.
Camilo Lourenço não tem razão.
Mais uma vez sorry gentleman.
Lourenço é apenas um (mau) actor que reúne em si o papel de pretenso autor.
Um dos da caixa de ressonância.Da caixa de ressonância do mundo mediático com que nos querem fazer engolir as patranhas do neoliberalismo serôdio e explorador.
Mais um.Lembro-me do olhar vesgo de ódio com que se pronunciou sobre um debate com Saramago.A baba acumulava-se na boca e perdia o fio do pensamento tal era a fúria do dito coitado.
Uma parelha interessante para o Medina Carreira.Que aparece de maneira sui generis no paleio discursivo dos neoliberais em busca de justificações para a continuação do saque
Mas a história é bem mais sinistra do que esta cambada nos quer fazer crer.
Medina Carreira foi um dos pontas de lança para a entrada do FMI no paÃs.Ele tem um lugar marcado na história com tal atitude.Um pulha que tenta vender o paÃs a quem dá mais é um pulha com.Com muito mais do que caberia aqui dizer.
Depois á uma coisa muito chata para o argumentário deste gentleman
É que os dados aà estão,em toda a sua nudez.A entrada na UE permitiu a “vida fácil” para uns.Para os medinas carreiras,para os lourenços,para os gentlemen.
Mas quando se observam as coisas de perto…
Quando se observam as coisas de perto,vemos bem o que se passou.Basta atentarmos no texto convocado pelo Tiago
É uma chatice que o barulho das luzes não apague a luta de classes.
E basta ver quem ganhou e quem perdeu
Da próxima vez que for jantar for convido o senhor Camilo Lourenço mas esqueço-me de lhe dizer onde é o jantar. Quando chegar, digo ao dono do restaurante que o senhor Camilo Lourenço também me vai fazer companhia e peço comida para dois. Bebo do melhor vinho, e no final mando vir uma boa aguardente velha.
Quando vier a conta pisgo-me, e depois o senhor Camilo Lourenço também vai ter que pagar a mesma.Afinal de contas, ele também beneficiou do jantar. Se não estou lá, paciencia.
Excelente alegoria!
Faço minhas as palavras do Exilado
“O patético burguês
olha-te… com altivez
esquecido da tua enorme… utilidade”
(da letra da canção “O Urinol”, dos Corações de Atum)
Pingback: Cegueira | Total Blog
Bravo, Tiago. E acresce que nem todos puderam – a grande maioria não pode – decidir do rumo que as coisas tomaram. As desigualdades hierárquicas e de poder não lhe deram essa liberdade. Que vai sendo mais do que tempo de compreendermos e mostrarmos que temos de conquistar.
Excelente post!
msp
Há uma maneira de abordar a questão da responsabilidade pwela dÃvida frequentemente esquecida.
Pretende-se que a culpa e responsabilidade da divida seja igualmente distribuida por toda a gente. Acho uma verdadeira filha da putice. E acho por uma razao muito simples: eu não vou colocar a culpa dos consumidores no mesmo plano da culpa do sistema financeiro, dos bancos. Depois de anos de intoxicação sistematica dos consumidores com publlicidade do género “leve agora e pague depois” , com acesso facÃlimo ao crédito (até por telefone se podia arranjar um crédito!) criando sistematicamente a ilusão de que pagar iria ser facilimo, os bancos endividaram-se para explorar esse filão (quase) inesgotavel. A loucura que se apossou de quem se endividou para consumir (fosse comprar casa ou fazer uma viagem) foi precedida por uma loucura mais perigosa, dos bancos, que se endividaram para emprestar mais e mais dinheiro. Isto é, bem antes dos particulares se endividarem, endividaram-se os bancos. Ora, melhor que oas consumidores, os bancos sabem que estes investimentos não sao isentos de riscos; isto é, não é possivel emprestar dinheiro “a balda” sem cuidar de saber se depois é possivel reavê-lo; isso é uma função de quem empresta e não de quem contrai a dÃvida, isto é, os bancos têm que saber quando devem parar de emprestar. É uma cautela básica que os bancos, na sua ganancia de lucros rápidos e faceis, não tomaram. Veja-se a quantidade de dinheiro que durante anos os bancos emprestaram para aquisição de bens não transacionaveis e o dinheiro emprestado para investir na criação de riqueza, afinal o que verdadeiramente desenvolve a economia e nos torna menos dependentes das importaçoes. Este aqui é apenas uma parcela minoritária daquele.
Já nao falo da aquisição de produtos financeiros ao balcão dos bancos; quem informava as pessoas que investiam nesses produtos? Os proprios bancos, isto é, a parte interessada em vender é que informava o comprador das vantagens, desvantagens, riscos, etc.; e quem fala em produtos financeiros fala em tudo o resto. Temos assim que a informação a quem contraÃa o emprestimo era prestada pela parte interessada em emprestar.
Ora bem, querem dizer-me agora que, nestas circunstancias, a responsabilidade do endividamento é igual para toda a gente? Só por refinada e cÃnica filha da putice é que se pode apresentar a questão nos termos que CLourenço pôe: toda a responsabilidade e culpa para os supeitos do costume e nem uma palavara para a responsabilidade do sistema financeiro.
K
concordo com o seu comentário com excepção desta parte
“Já nao falo da aquisição de produtos financeiros ao balcão dos bancos; quem informava as pessoas que investiam nesses produtos? Os proprios bancos”
Obviamente que as pessoas não podem adquirir produtos financeiros no balcão do banco, informadas apenas pelo banco, e depois queixarem-se que as enganaram.
Antes de comprar seja o que for convém falar com quem perceba minimamente do assunto. Falar só com o vendedor é meio caminho andado para um mau negócio.
O discurso dessa malta dissocia-se, a cada momento, do quotidiano de dificuldades que a grande maioria dos portugueses sente em crescendo.
Isto vai acabar mal! Resta saber para que lado…
O problema é que os portugueses tão ou mais qualificados que Camilo Lourenço não recebem um quinto do que ele recebe por mês para nos jornais e nas televisões continuar a dizer coisas ao estilo das que sempre disse sobre os caminhos de sucesso da economia.
O jornalismo português é um caso exemplar de prémio dos medÃocres, como se verifica correndo as fichas técnicas e olhando para que chefias e comentadores foram escrevendo (e ainda escrevem) ao longo de anos. Portugal precisa de jornalismo e em vez disso tem propagandistas empenhados nos números da publicidade.
É isso aÃ!
Escolhidos para os locais certos e adequados
Tal como os economistas.Que parece serem todos filhos do mesmo clone.
(Os economistas que chegam aos media,claro)
Já comentei o artigo desta cavalgadura noutro lado… – parece que essa da vida fácil ainda por cima tem direitos de autor do saloio mor, o nosso mestre de cerimónias que até fez umas massas à pala dos amigos criminosos do BPN que meteu no conselho de estado. Depois, fui ver o currÃculo do sr. Camilo, e verifiquei com algum espanto, que até é professor universitário, que passou pelo Michigan, em estudo, e é suposto perceber de economia. Então, logo, de inocente nada tem, sabe o que está a dizer… – faz-me lembrar o nosso “amigo” Burroso, acerca de quem o Kissinger chegou a dizer que era uma nulidade, mas o homem “deles” na Europa… – não há mesmo pachorra é para aturar gente que anda a empestar a cabeça das pessoas – para lhes meter medo, no mÃnimo…
Kirk: não é assim tão simples, é pior. O dinheiro que os bancos emprestaram nem sequer existe, em primeiro lugar. Desde os anos 8= – Tatcher / Reagan – até os estados se passaram a financiar nos bancos privados, injectando os bancos centrais apenas uma escassa percentagem do que os bancos emprestam. A ideia dependia da gestão de expectativas: enquanto a economia crescesse, os bancos iam reavendo a massa com juros. Mas a “bolha” estourou e depois, o que se pretende é que sejam os estados a injectar massa nos bancos para tapar o buraco que eles criaram. Um desatino. Não me perguntem a mim como se resolve, não percebo nada de economia. Mas dar mais e mais dinheiro à banca com juros cada vez mais altos não me parece solução. Não se resolve, tanto quanto sei, um problema com a mesma receita que o criou.
Quem tem dinheiro para comprar “a pronto” são os chineses: à pala do pechisbeque, do trabalho infantil, da tirania feroz, de serem muitos, etc, etc… – até já estão na EDP…
Vamos todos escrever sobre a ditadura chinesa e deixar pra trás a “democracia” portuguesa. Em Portugal, tirando o PCP e os Sindicatos afectos à Inter, é tudo bom! Especialmente os pobresinhos, são tão queridos… e os desempregados? E os que auferem o salário mÃnimo ?
São tão felizes !! Não reagem, porque amam genuinamente os seus lÃderes, não é como na hermética Coreia, onde a gente sabe o que eles sofrem e fingem que choram.
Em Portugal, não se finge o choro, chora-se de verdade, mas luta-se pouco.
Perguntem ao amigo do António Barreto se os sacrifÃcios não são para todos os portugueses ?