Os acontecimentos reportados neste vídeo repetem-se em cada greve, geral ou sectorial. O patronato recorre a serviços proibidos pela lei da greve, para manter as empresas a funcionar, mas sobretudo, para humilhar e vencer pela força os trabalhadores em greve. O capital sente-se encorajado pelos governos de direita, viola as leis da greve. A polícia intervém, sempre contra a lei, para servir o patronato.
Neste caso, os piquetes de greve da Central de Distribuição dos CTT de Cabo Ruivo fazem tudo para impedir o recurso a camiões de empresas subcontratadas. No parque anexo, a frota própria dos CTT está imobilizada.
Esta cena repete-se por esse país fora. E os trabalhadores presentes nunca são bastantes para fazer face à chantagem e pressão dos patrões, e à repressão das forças policiais.
Quem pensa e afirma que uma greve se assegura com meia dúzia de “sindicalistas” nos piquetes, ocultando o facto de que ela é sempre um violento e tenso braço de ferro entre explorados e exploradores e que se faz em condições muito desfavoráveis para o sucesso da greve, são normalmente aqueles que sempre andam com a boca cheia com a “burocracia dos sindicatos”, ou a sua pretensa “falta de democraticidade”. Muitas vezes, estas vozes nunca trabalharam de facto para uma greve. Outras há que andam mais preocupadas com a utilidade da greve para a agenda política imediata e nada preocupadas com o papel da greve na na prolongada luta de classes e na construção da alternativa. O sucesso de uma greve não é um número estatístico, não é uma decisão de gabinete, não é um título de jornal na manhã seguinte.
É um acontecimento, um processo, e as marcas que deixam nos que os vivem, como emoções e como consciência.
E este exemplo nem é dos mais duros.
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