Em Campo Maior, Pedro Passos Coelho decidiu mostrar os dentes e, de forma velada, ameaçou com repressão todos aqueles que se manifestarem nas ruas: «Nós não confundiremos o exercício dessas liberdades com aqueles que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal. Pode haver quem se entusiasme com as redes sociais e com aquilo que vê lá fora, esperando trazer o tumulto para as ruas de Portugal. Saberão que nós sabemos dialogar, mas que também sabemos decidir.»
Pelo que explica o Público de hoje (versão em papel), Pedro Passos Coelho referia-se à Grécia e às manifestações populares contra as medidas de austeridade do Governo. Aproveitando a embalagem, o jornalista justifica a preocupação do líder do PSD com aquilo que foi publicado aqui no 5 Dias, tanto por mim como pelo Tiago Mota Saraiva.
Todos sabemos que Pedro Passos Coelho dá muita atenção à blogosfera e não seria de admirar que tivesse passado parte das suas férias a ler blogues.
Vai daí, parte para a ameaça e mostra, como disse Marcelo Rebelo de Sousa, que está cheio de medo da rua. Confunde a Grécia com a Inglaterra, mete os pés pelas mãos e agora tenta remediar o mal.
Uma atitude típica de alguém que está em final de mandato e que já não consegue controlar as suas próprias afirmações. Se é assim ao fim de 2 meses – já treme como varas verdes – imagine-se como será daqui para a frente, quando a rua se começar a manifestar a sério. Pergunto-me se irá conseguir bater o record de permanência no cargo de Pedro Santana Lopes.
E não, não defendo aquilo em que se transformou a revolta na Inglaterra a partir de certa altura (destruição de bens de pessoas inocentes, saques de lojas, etc.), como muitos maldosamente quiseram fazer crer, mas defendo a forma como tudo começou, nomeadamente as gigantescas manifestações de meio milhão de pessoas nas ruas e as vigílias contra a prepotência da Polícia inglesa.
Da mesma forma que defendo tudo o que se passou na Grécia. Foi usada a violência, é certo, mas como responder perante a violência, bem maior, de que usou o Governo grego?
E o que se passou na Grécia está a passar-se agora em Portugal. É por isso que temos todos de sair para a rua e de lutar contra o Governo de Passos Coelho. Com greves. Com manifestações. Com tumultos – os tais de que o primeiro-ministro fala. Com agitação a sério.
E aí veremos quem é quem. E aí veremos de que material é Pedro Passos Coelho feito. É que todos nos lembramos de que forma o Governo PSD respondeu às manifestações sociais da primeira metade dos anos 90, quando era primeiro-ministro aquele que hoje, como Presidente da República, apela aos jovens para sairem às ruas e mostrarem o seu descontentamento.
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