Como é apanágio da cegueira praxista das odes muitos vão ser os defeitos e os feitios, os méritos e os vÃcios, o legado e as sombras, que se vão escrever sobre o homem que durante três décadas foi o Administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra.
A Academia mais tradicional há-de lembrar o Homem da Casa, o Orfeonista, o Advogado. A outra lembrará antes as centenas de estudantes que financiou semi-clandestinamente e ao arrepio da anémica lei das bolsas, os milhares de euros que conseguiu fazer chegar para a manutenção do património das Repúblicas e o seu desassombro quer na crÃtica quer no abraço. Depois de ver o serviço que administrava ser estrangulado do ponto de vista financeiro ainda teve a capacidade de mover as influências necessárias para que à frente deste órgão continuasse o homem de esquerda Jorge Gouveia Monteiro. A sua resistência à visão empresarial do ensino superior, a sua solidariedade com as exigências do movimento estudantil (mesmo nos momentos de grande conflituosidade) e a sua eterna paixão pelas Repúblicas de Coimbra vão ser linhas esquecidas das justas manifestações de saudade mas são seguramente três das grandes razões para se prestar a devida vénia na hora da sua despedida.
Um grande homem, sempre disponÃvel para escutar os repúblicos, quase sempre disponÃvel para ajudar. Guardo na memória as belas histórias que ao longo dos anos me foi contado sobre as repúblicas e sobre os repúblicos.
Até sempre camarada!
partilho da tua opiniao rogério. Mais, é de louvar o enorme contributo que fez para que muitos de nós tivessemos a oportunidade de continuar a estudar
Boa e merecida referência.
Amigo quando era muito mais simples ignorar.