Nem meia volta dada e já começaram as justificações e lamúrias no campo de Alegre. Os meus parceiros de tasca já o apontaram: assim, assim e assim. Tudo a querer safar-se do mijo de gato duma eventual derrota.
A lógica de Fazenda é tramada: precisávamos do PCP para nos vir fazer a campanha, já que sozinhos não nos aguentamos. E precisamos do PCP para nos justificarmos com o nosso fracasso, pelo fracasso do candidato por nós escolhido.
Já meio mundo explicou as vantagens óbvias de cada um ter na primeira volta o candidato que verdadeiramente o representa. Mobilizar todo o eleitorado de esquerda para obrigar Cavaco à segunda volta. Até Alegre, quando estava mais bem disposto, o disse: os comunistas fizeram bem em apresentar o seu candidato.
Para nós, ainda a procissão vai no adro. Amanhã é dia de eleições. Estamos tranquilos, fizemos o trabalhinho, que é uma coisa que dá sempre muito trabalho.
E por estas e por outras se chega à conclusão que o melhor é mesmo votar no candidato que, com a ruptura, une aqueles que verdadeiramente a desejam. Como já expliquei aqui.
“O PCP desvalorizou a zero a diferença entre a actual candidatura de Alegre e a que protagonizou há cinco anos atrás”
Tem toda a razão, LuÃs Fazenda. Há 5 anos, Alegre mantinha ainda um perfil de coerência, de intervenção social e, após ter surgido como opositor interno na liderança do PS, de independência em relação ao partido.
Agora, surge, quer o Bloco queira, quer não, colado à linha governamental socratina, com quem apareceu a fazer campanha em Setembro de 2009 e de quem admira a “coragem e determinação”.
É que é o candidato que o Bloco ESCOLHEU! Sem dar cavaco a ninguém.
O meu amigo Fazenda está um camaleão do caralho…
Manuel Monteiro
e o que há de errado nestas linhas? :
(…) Para fins de pura demagogia eleitoralista este partido quer apresentar-se como se nunca tivesse apoiado nenhum candidato do “regime”. Porém, o PCP apoiou à 1ª volta Ramalho Eanes, Salgado Zenha ou Jorge Sampaio. Jerónimo de Sousa desistiu mesmo para Jorge Sampaio. Qualquer comunista, repito e sublinho, qualquer comunista percebe que Alegre se situa à esquerda de qualquer dos outros candidatos antes apoiados pelo PCP. (…)
1. Não é seguro que Manuel Alegre esteja “à esquerda” de dois desses candidatos (Zenha e Sampaio). É que, para essa avaliação, entra em linha de conta o muito que se diz e o que verdadeiramente se faz, e em que momento.
2. Mas essa não é a questão essencial. Fazenda queixa-se de o PCP não apoiar o candidato que o Bloco escolheu, num processo que o Bloco conduziu com os encontros no Trindade, sem nunca dar cavaco a ninguém. Não é assim que se faz polÃtica de unidade.
As “pessoas de bem”, mais dia menos dia, começam a chutar-se para canto, com barulho ou sem ele.
E há algumas, espalhadas por aki e por ali.
Vão vendo.
Não é problema meu, como nunca “entrei” também não se me põe o problema de sair…
Mas admito que estejam “por aÔ umas consciências pedacinho roÃdas.
😉