Tenho de confessar que estou muito interessado na Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. Sim, é uma mulher bonita, mas tenho de admitir que o meu interesse é puramente intelectual. A sério. Estou convencido que a actual ministra da Cultura é uma das mais estimulantes pensadoras filosóficas da actualidade.
Ainda há pouco brindou-nos com o intrigante conceito de “dramático não preocupante“, uma proposta conceptual que talvez só se possa entender recorrendo a figuras igualmente paradoxais, como o “divertido entediante”.
Agora, a Gabriela Canavilhas proporciona-nos uma figura filosófica ainda mais intrincada.
A propósito da demissão do director da Direcção-Geral das Artes, um comunicado da Ministra da Cultura informa-nos que:
– o dito director era incompetente;
– além de incompetente, não fazia nada;
– além de ser incompetente e não fazer nada também era responsável por todos os problemas da dita Direcção;
– sendo incompetente, inútil e causador de problemas, a figura em causa queria demitir-se desde Fevereiro;
– apesar de ser incompetente, inútil, problemático e demissionário, não podia ser substituÃdo pois isso geraria ainda mais problemas;
– a figura em causa, apesar de ser incompetente, inútil, problemático, demissionário e insubstituÃvel, demitiu-se mesmo assim e isso é bom, pois agora tudo vai poder funcionar muito melhor.
Já li várias vezes as notÃcias sobre o comunicado e confesso que continuo perplexo perante este misterioso conceito do “incompetente imprescindÃvel”. Louve-se por isso a senhora Gabriela Canavilhas. Como ministra da Cultura talvez seja pouco melhor do que o seu antecessor, mas pelo menos sempre nos vai servindo alguns apaixonantes quebra-cabeças filosóficos.
Jorge, andava a borbulhar sobre o tema mas acho que muito do que tinha para dizer está aqui escrito.
É lamentável que a ministra da Cultura não acredite no que prega: no funeral do Saramago, disse que não havia palavras porque o escritor as levou todas; afinal guardou uma quantidade manifestamente excedentária.
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Não sei nada da referida sra. enquanto ‘ministra’ lá disso, mas enquanto melómano axo que é uma das piores pianistas que alguma vex já ouvi…
😉
Este antonio que se diz melómano é mas é uma coisa que eu cá sei!!! Ouvi, é certo que já há alguns anos, a senhora em mais do que uma ocasião e fiquei tocado pela extraordinária sensibilidade, inteligencia musical e bonito som com que nos brindava. Tenho aliás 2 discos dela que continuo a ouvir com o maior prazer. Há gente para quem vale tudo. Não vale, antonio, não vale. Ou achas (axas!!! – significativo) que convenceste alguém que sabias de musica?
Anónimo, quem se diz melómano é porque não é. Eu cá nunca disse tal de moi-même.
Melómano és tu ou a tua avó-torta em teu lugar.
Uma das minhas falecidas tias foi aluna do Viana da Motta e tirou o Conservatório com 19 (em 20).
Um dos meus primos é pianista e vice-director de um serviço qualquer de uma fundação qualquer cujo nome agora me está a escapar….
😉
Um dos meusmelhores amigos é pianista acompanhador, e estudou em Viena e em Londres com o tipo que acompanhava a Schwarzkopf nos recitais.
Etc.
Não me faltam pontos de comparação, mesmo sem ser malucómano.
E reafirmo, e não sou só eu a pensar assim: a Canavilhas, ainda bem que está de ministra, porque enquanto pianista é imprestável.
Mas gõstos e côres…
E por acaso até sei de música, mas melómano é um exagero a despropósito, sorry…