Vai ser o lançamento do livro Profissão e Vocação, organizado por Ana Delicado, Vera Borges e Steffen Dix e reunindo ensaios sobre profissões que vão dos cientistas aos curandeiros, passando por outras áreas da saúde, pelas artes e pelos operários, militares ou polÃcias.
Irei ser um dos apresentadores, juntamente com a Cristiana Bastos, o Manuel Valente Alves e o Rui Toscano. Mas confesso que ainda não sei de que é que irei falar…
O menos provável é que fale dos “meus” curandeiros, embora suspeite que a expectativa desse toque de exotismo tenha sido uma das razões para me cravarem.
Estou mais indeciso entre três outras hipóteses: ou discutir a “vocação” como uma ideia histórica e culturalmente situada, muito particular; ou comentar a forma como as ciências sociais têm inventado definições para a palavra, fugindo sempre como o diabo da cruz dos aspectos polémicos que são levantados pelos seus significados correntes; ou debater, sem rede, um caso sumarento. Por exemplo, as eventuais “vocações” ou ausência delas em pessoas como o escritor e “fundador de discursividade” (como dizia o outro) José Saramago e o presidente da república AnÃbal Cavaco Silva, que um recente funeral uniu em polémica.
Aceitam-se e pedem-se (veementemente) opiniões e sugestões.
PS: Entretanto, acontece também que a Ler Devagar é uma das poucas livrarias onde o editor se dignou colocar o meu último livro, Um Amor Colonial. Esta é só para a eventualidade de vos interessarem histórias de vida (e amores) contadas pelos próprios e que se espalhem por Lisboa, Angola e Moçambique dos anos 60 e 70.
O pézinho foge-me para a refrega Saramago/Cavaquinho mas o meu voto vai para os aspectos polémicos dos significados correntes, claro.
Porquê “claro”? Podes explicar melhor?