PCP, CDS, Bloco de Esquerda e PEV passam o tempo a criticar (e bem) o chamado “Bloco Central”. Toda a gente sabe que esse “bloco central” PS+PSD existe mesmo. O dos interesses (toma lá a CGD, dá cá o BCP; toma lá a EDP, dá cá a REN; etc etc) e um “bloco central” político (divergir no acessório com grande estardalhaço e concordar no essencial em modo pianíssimo). Estes dois “blocos centrais” estão indissociavelmente ligados. Distribuem entre si os lugares e os negócios, vedando-lhes o acesso a quem vem de fora. No Parlamento, o “bloco central” impõe-se pela exigência de maioria qualificada (dois terços) em várias votações.
Ora bem: nesta legislatura, em termos de equilíbrios parlamentares, o “bloco central” tem estado mais fragilizado. A razão é simples: o resultado do PSD foi tão mau tão mau em 2005 ( 28,77%) que tornou o partido dispensável para as tais maiorias de dois terços. Em rigor, o PS pode obtê-las com os outros partidos da oposição. E isso, aliás, já aconteceu. Que eu me lembre pelo menos na votação final do novo Estatuto Político-Admnistrativo dos Açores. O PSD absteve-se, todos os outros votaram a favor. Nessa ocasião, o “bloco central” não funcionou.
A eleição do novo Provedor de Justiça (que exige dois terços) daria pretexto a isso se repetisse. O PSD parece irredutível e recusa qualquer nome que não seja por si indicado. O PS pôs Jorge Miranda em cima da mesa (digamos assim…) e há a possibilidade, aritmética, de o nome passar sem o PSD, só com a conjugação de votos PS+PCP+CDE+BE+PEV+dois deputados não-inscritos.
Até agora não surgiu no panorama político-parlamentar uma alma, uma que fosse, dizendo que Jorge Miranda não tem perfil para ser Provedor. Ninguém. Mas, à pala de queixinhas protocolares, alguns “pequenos” da oposição parlamentar (PCP+CDS) ameaçam chumbá-lo. O que me permite concluir que são tão cínicos o PS e o PSD quando juram que não há “Bloco central” quanto os “pequenos” quando juram que lhe fazem oposição. O “Bloco Central” dá muito jeito a muita gente. A começar por aqueles que se sustentam nele, criticando-o, para se legitimarem como a “verdadeira” oposição.
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Caro JPH, pelo que percebi terá sido o próprio PS a retirar de cima da mesa o nome de Jorge Miranda.
Vai uma aposta em como PS e PSD se acabam por entender…
Na nomeação para a CGD já foi o mesmo arrufo. Quem não se lembra das declarações de Menezes do tipo “a CGD é para nós”.
E não foi por ter uma administração do PSD que a CGD não cumpriu o seu papel histórico de (a)pagar os fogos do governo com o dinheiro que todos lá colocamos.
Fantástica a imagem. Interessante texto, embora ache que há diferenças assinaláveis entre o bloco central e os outros. Seria até esclarecedor do ponto de vista das escolhas políticas que o centrão fizesse um novo de governo unificado. Podiam até criar o PI (Partido dos Interesses), até podia ter o professor Jorge Miranda. A parti dai não haveria disfarces. Os eleitores já sabiam ao que vinham.
Caro Tiago,
O PS mantém o nome de Jorge Miranda em cima da mesa. Só falta ter a certeza que o levará a votos. Até agora ainda não disse que não o faria.
Nuno
Partido dos Interesses é o nome cincidente com a realidade, mas não é viável.
Viável talvez fosse Partido Institucional Português (à mexicana).
João, eu talvez esteja a ser demasiado formalista, mas nestas coisas, quando um partido revela um nome de uma forma isolada e sem o acordo dos outros, é porque esse nome já era.
Acrescento ao rol de propostas de nomes para O novo partido: Partido Revolucionário Institucional Português (PRIP)
Assim talvez ainda consigam apanhar um ou outro voto da esquerda desatenta.
«é porque esse nome já era»
Óbvio, não é!
É claro que trazer o nome a público da forma como o fez, e sobretudo no contexto e no tempo em que o fez, o PS apenas pretendeu jogar com a opinião pública, do género: – estão a ver, ainda não há novo provedor porque o PSD não colabora.
Ainda por cima, a personalidade em questão (foi meu professor, já lá vão mais de vinte anos… porra, que estou a ficar velho) é um “professor Doutor”, como disse o outro, só que, neste caso, de Lisboa 🙂
É uma tristeza esta forma de fazer política…