Já teremos perdido a conta dos milhões que o Estado tem oferecido à banca entre garantias, empréstimos e doações. Há uns dias atrás, ouvi dizer que o dinheiro que o Estado já tinha gasto no BPN era equivalente aos anunciados “incentivos” para todas as pequenas e médias empresas. Entretanto seguem-se os anúncios dos lucros na banca (aparentemente menores do que em outros anos, mas igualmente lucros).
Nada de inesperado.
O governo tem levado a banca em braços. Apoiou uma renovação de colarinhos no BCP, chamou a si (a nós) os prejuízos do BPN, deu colinho ao festival de fortunas que é o BPP e continua a dar garantias do tamanho do mundo à banca, sem nada exigir em troca.
Mas repare-se que todas estas medidas são secundadas pelo argumento da sua inevitabilidade. Aparentemente os governos já não governam e tomam decisões políticas. Limitam-se a anunciar inevitabilidades.
Estes anúncios são imediatamente secundados por agências de comunicação com os seus agentes políticos, nas televisões, jornais e blogues, declarando a sua inevitabilidade, aclamando as decisões e ironizando ou insultando quem não está de acordo (Luis, é claro que João Pinto e Castro percebe bem o que está em causa, não é preciso explicares-lhe como se fosse muito burro).
O que está em causa neste momento, é que as pessoas (ainda não as suficientes) se começam a aperceber que pode haver uma alternativa política à inevitabilidade de levar a banca ao colo – inevitabilidade apoiada pelo PS, PSD e PP.
PCP e BE estiveram contra a nacionalização dos prejuízos do BPN por deixar de fora o parente rico do banco, a Sociedade Lusa de Negócios. PCP e BE estão contra os apoios e regalias dadas ao banco dos ricos (BPP). PCP e BE defendem e propõe a nacionalização de parte significativa da banca – não só dos seus prejuízos mas também dos seus lucros.
É verdade que os spin doctors do sistema, rapidamente se posicionam dizendo que estas medidas seriam “impossíveis”, “demagógicas”, “garotas” e até perigosamente “socialistas” ou que são “todos iguais”.
Mas o que mais os irrita é que, de facto, PCP e BE são as únicas duas forças políticas que procuram construir alternativas que divergem das “inevitabilidades” do governo. E o que preocupa os mais sagazes é que a generalidade dos portugueses, que sente na pele as consequências das “inevitabilidades”, se possa revoltar.
novo cinco dias
acesso ao novo 5dias.net.- COLA O TEU CARTAZ, ACTIVISTA! 1. Imprime o cartaz. 2. Cola-o no local de trabalho, na escola, na mercearia, no café, na rua, onde te apetecer. 3. Fotografa-te, com os vizinhos, os amigos, o teu cão, junto do teu cartaz. 4. Envia-nos a foto para a página do Manifesto em Defesa da Cultura no Facebook e será publicada.
-
Comentários
- Raquel Varela em Bloco de Esquerda, os cães e as crianças
- Raquel Varela em O Cão de Hitler
- coronel tata em O Cão de Hitler
- Raquel Varela em O Cão de Hitler
Autores
- André Levy
- António Figueira
- António Mira
- António Paço
- bicyclemark
- Bruno Carvalho
- Bruno Peixe
- Carlos Guedes
- Carlos Vidal
- Cláudia Silva
- Eugénio Rosa
- o engenheiro
- Francisco Furtado
- Helena Borges
- João Labrincha
- Jorge Mateus
- José Borges Reis
- João Torgal
- João Valente de Aguiar
- Joana Manuel
- Manuel Gusmão
- Margarida Santos
- Miguel Carranca
- Morgada de V.
- Nuno Ramos de Almeida
- Paulo Granjo
- Paulo Jorge Vieira
- Pedro Ferreira
- Pedro Penilo
- Rafael Fortes
- Raquel Freire
- Raquel Varela
- Renato Teixeira
- Ricardo Santos Pinto
- Sérgio Vitorino
- Tiago Mota Saraiva
- zenuno
tags
15O 19M bloco de esquerda Blogues CGTP Constituição da República Portuguesa cultura democracia desemprego educação eleições Esquerda EUA Europa FMI greek riot greve geral grécia Guerra-ao-terrorismo humor i intifada mundial irão israel jornalismo liberdade Lisboa luta dos trabalhadores media música NATO new kid in the blog... Palestina parque escolar pcp Portugal presidenciais 2010 presidenciais 2011 PS psd repressão policial Revolução Magrebina Sócrates Vídeo youtubearquivo
- Julho 2013
- Janeiro 2013
- Dezembro 2012
- Novembro 2012
- Outubro 2012
- Setembro 2012
- Agosto 2012
- Julho 2012
- Junho 2012
- Maio 2012
- Abril 2012
- Março 2012
- Fevereiro 2012
- Janeiro 2012
- Dezembro 2011
- Novembro 2011
- Outubro 2011
- Setembro 2011
- Agosto 2011
- Julho 2011
- Junho 2011
- Maio 2011
- Abril 2011
- Março 2011
- Fevereiro 2011
- Janeiro 2011
- Dezembro 2010
- Novembro 2010
- Outubro 2010
- Setembro 2010
- Agosto 2010
- Julho 2010
- Junho 2010
- Maio 2010
- Abril 2010
- Março 2010
- Fevereiro 2010
- Janeiro 2010
- Dezembro 2009
- Novembro 2009
- Outubro 2009
- Setembro 2009
- Agosto 2009
- Julho 2009
- Junho 2009
- Maio 2009
- Abril 2009
- Março 2009
- Fevereiro 2009
- Janeiro 2009
- Dezembro 2008
- Novembro 2008
- Outubro 2008
- Setembro 2008
- Agosto 2008
- Julho 2008
- Junho 2008
- Maio 2008
- Abril 2008
- Março 2008
- Fevereiro 2008
- Janeiro 2008
- Dezembro 2007
- Novembro 2007
- Outubro 2007
- Setembro 2007
- Agosto 2007
- Julho 2007
- Junho 2007
- Maio 2007
- Abril 2007
- Março 2007
- Fevereiro 2007
- Janeiro 2007
- Dezembro 2006
- Novembro 2006
- Outubro 2006
- Setembro 2006
18 Responses to A minha modesta contribuição para um debate de esquerda