Olhou para ele e disse-lhe surpresa: “vamos fazer em pé?â€. Ele meditou sobre o assunto e perguntou-lhe: “mas, conheces alguma outra forma?â€. Estavam perante uma tÃpica situação de determinismo fÃsico: a alcatifa estava nojenta e o corredor não tinha mobiliário que se visse. Mais um caso em que a humanidade é produto das circunstâncias, dirão vocês, leitores alertados para a luta de classes e cientes da decadência da indústria hoteleira, com toda a razão.
A história não tem nenhuma razão de ser, tirando o facto de me apetecer falar sobre as dificuldades de escrever cenas de sexo. Só há uma coisa mais difÃcil do que escrever uma cena, eventualmente, de cama: o tentar passar a papel sentimentos profundos. Irritam-me os textos doces e bucólicos que metam praias, luas , marés, afectos e muitos suspiros. Os sentimentos ficam a saber a pechisbeque quando se confundem com o sabor enjoativo dos licores que sabem a xarope e o activo perfume de flores comprado em Badajoz.
Voltando à s artes do romance, não li nenhuma obra da Margarida Rebelo Pinto, sou portanto uma pessoa bastante indicada para falar sobre todas elas. Contaram-me que, neste último romance, há uma passagem que diz o seguinte: ‘ Mal Bernardo ligou o computador já estava de pau feito’. Estamos, repararão vocês, perante um outro caso de determinismo, desta vez sociológico: é evidente que Bernardo, um beto naturalmente abonado (estou a falar de dinheiro), tinha um computador rápido que lhe permite manter a erecção sem cair nos abismos do priapismo. Mas, a questão é séria: como é possÃvel escrever a cena de uma forma interessante. Eu tentei imitar Henry Miller, Bukoswski, Annais Nin, entre outros e falhei.
Desafio os leitores a tentarem-no. O sexo é um divertimento intenso e barato que nos pode distrair dos abismos do Estado da Nação. Propositadamente, não revelei que o Bernardo estava a ver gajas atrevidotas, para incluir neste desafio os outros autores deste blogue.
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ups, devia ter reparado neste texto antes de ter partilhado a mood sonora, dificilmente se encontrará som mais corta tesões q aquele. E daÅ
e daà nada. tens toda a razão, joão. doutor nuno, será q nos estás a desafiar para escrever/descrever cenas de sexo? achas que precisamos assim tanto de chegar aos 5 mil leitores diários?
Aviso já que se alguém falar em grutas, cavernas e orifÃcios afins não respondo por mim..
(nada? oh pá, isto há gostos para tudo… nunca te falei da Pornografia Vegan? 🙂 é melhor nem falar…)
Peço desculpa, mas eu acho que é muito difÃcil escrever bem sobre seja o que for. Não percebo porque é que as pessoas só se apercebem disso quando “o que for” é sexo.
(Ocorreu-me agora que, pelo contrário, o César das Neves só escreve bem quando escreve sobre sexo.)
Hum, e quando é que ele não escreve sobre sexo?
Acho que César da Neves é o pseudónimo de um tal J. Holmes. Menos paleio e mais escrita.
DifÃcil, difÃcil é escrever:
“Olhou para ele e disse-lhe surpresa: “vamos fazer em pé?â€. “
Comprem o Expresso no Sábado. O Rogério Casanova escreve sobre o último romance da Rebelo Pinto e consta que até leu o livro. É já o melhor artigo de Julho.
Mas os livros dela são assim tão interessantes?
Hummmm, grutas, cavernas e orÃficios afins… nhac, nhac, nhac, chilep.
O Rogério quê, Vasco?
Casanova, Rogério Casanova, o puto do Pastoral Portuguesa.
Em pé, deitados ou sentados, importante é que não se esqueçam do preservativo.
mas é claro, jcd. adaptando um velho provérbio judeu: ‘usa o preservativo. se não souberes porquê, o teu parceiro saberá’.
Quem ficou de ‘pau feito’ fui eu,quando a vi (MPR) em cima daquelas jancas de cortiça a mandá-la para 1.80m de altura.Já imaginava a Guida a dobrar-se e a apanhar punaises com luvas de boxe e,e,e, carago já não tenho folego…………
Grrrrrrrr, só te desculpo tendo em conta a hora do comentário,´menino Vasco. Quem era eu percebi, o “quê” era assim mais tipo “quêêê???uótiiiiiii??”, raite?
É mais fácil escrever sobre sexo do que sobre economia cubana [este blog tem 5000 leitores diários? não estais nada mal, não senhor; uns posts sobre sexo e chegam, na boa, aos 5 dÃgitos].
‘Mal Bernardo ligou o computador já estava de pau feito’…
Bolas… estou a tentar e nada. Será que tenho de estar já de pau feito para ligar o PC? Ou é quando ligo que fico? Ou será depois de ligar? E fica-se por muito tempo?
Agora é que eu vou comprar um livro da Guida… quero saber porque não resulta comigo, onde é que eu falho. Devo estar a seguir mal as instruções… só pode ser.
E se isso depende do sistema operativo? Ou de especial password?
Para já vou mudar a password para “de pau feito, olaré” (claro, sem vÃrgula e sem o acento). Mas tem que levar o ‘olaré’ que eu gosto.
Bem se calhar o melhor é mesmo contactar o Bernardo. Alguém tem o contacto? É por uma boa causa, vá lá.
sff
A Margarida é o únco Escrito/a bonita de PT. Que mauzinhos …
Clara
Sem conceder, pois então que se limite a editar a foto. E não se fala mais nisso…
Lol, A Moura Pinto
A chatice é que ficariasmos confinados à foto da Margarida.
A Margarida ainda é bonita. Os outros nem isso. E são tão ruins e tão presumidos e coisa e tal …
Também podia ser assim:
«Minha mão tocou na sua calcinha : senti o seu sexo respirando.
Pela primeira vez ela colocou a sua mão entre as minhas pernas e, por cima da minha calça, friccionou timidamente o meu sexo. Em seguida abriu rapidamente o meu cinturão e desceu nervosamente o zipt da minha calça. Meu sexo duro e enorme dentro da sua mão. Habilmente manejou-o com força e velocidade. Aquilo me provocava uma mistura de dor e prazer. Um verdadeiro inferno. Meus olhos se fixaram na sua vagina. Era algo descomunal, vermelho em brasas e nas bordas irradiava uma tonalidade rósea. Nunca havia visto algo parecido. Aquela vulva possuia vida própria. Uma flor carnÃvora pousada entre as suas coxas. Fiquei alucinado. Enfiei a mão dentro da sua buceta e meus dedos foram penetrando por aquele túnel dos infernos.»
Não puxem por mim, vá!
Credo Ricardo, deus nos livre; prefiro as parvalhices do Bukowski ou do Ubaldo.
Então ficava mais ou menos assim, digo eu:
“Levanto-me com o barulho da campainha da porta. Ana …. minha querida Ana. Tenho de ti a melhor opinião. Que raio de coisa esta de eu ter opinião. Beijos, frémito de beijos, levanto-te a saia com o meu melhor ar de malandro. Reparas que no meu lava-loiças há loiça por lavar ….. Tomas conta de mim ou dás um ar de mulher à minha casa. Mexo o rato do computador na minha secretária para te mostrar qualquer coisa e inclino-me, a minha respiração toca a zona onde acaba o teu pescoço e começa o teu ombro. Os dois dentes da frente do teu sorriso estão separados, distantes, essa caracterÃstica dá-te um ar especial. Ana … digo eu para mim enquanto venço o espaço que separa os meus lábios dos teus. “Há uma quÃmica” penso. Entre nós aconteceu …. querÃamo-nos um ao outro. Continuo sem ser capaz de explicar o sexo. Para mim é sempre como quando tinha vinte anos. É um imperativo perceber o que se passou nessa manhã. Lavaste a minha loiça. Depois sentaste-te na minha cama e reclinaste-te para trás. Eu penso que me cobras o serviço de lavagem de loiça com sexo. Fizeste o teu “papel de mulher” – lavar a loiça – é hora de eu fazer o meu “papel de homem” – entrar dentro de ti. Recebo um telefonema da Cátia – saà ontem de madrugada de casa dela, depois de uma disfunção eréctil muito desagradável, direito para casa da Maria onde me compensei com bom e intenso sexo. “Que raio se passa comigo ?”, penso, enquanto vou ao jardim atender o telefonema da Cátia. Percebeste que estava a falar com uma mulher de quem gosto muito Ana …. tal como eu previra isso só aguçou o teu interesse sexual e despertou em mim uma fantasia estranha. Dispo-me, despes-te, despes-me, é verão e há muito calor lá fora no jardim. O cão ladra triste de não participar na festa – nas festas – Paro com o meu pénis erecto dentro de ti. “Mas porque paras ?” dizes tu a fingir irritada. Lembro-me de me sentir muito bem. E muito mal. Alguma coisa está errada nisto tudo. O telefone toca. É a Maria – é suposto eu namorar com a Maria mesmo tendo em conta o facto de acabar tudo com ela três ou quatro vezes por semana – quer almoçar comigo.”
Publicado no livro “Avenida de Roma, duas da tarde”, Jaime Roriz, Editorial Minerva, Lisboa, 2005
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