Os grandes debates do liberalismo contemporâneo são animados por uma preocupação central: a do pluralismo. A existência de uma multiplicidade de valores e identidades nas sociedades liberais-democratas coloca um problema premente: o da legitimação sistémica. A pergunta central da teoria politica liberal tem sido esta: como formular e implementar novos princípios unificadores face ao problema do pluralismo radical? A ascensão meteórica da escola de “difference politics” demonstra a urgência do problema e as muitas tensões e contradições a que a legitimação sistémica está sujeita. O pluralismo é visto como um problema. Para muitos a “solução” deste problema passa inevitavelmente pela explicitação de universais que precedem as diferenças politizadas. Ou seja, procuram desesperadamente por uma terra firma filosófica, imune à fragmentação normativa que acompanha o pluralismo e que dificulta a legitimação. Afirmam resolutamente que antes da diferença vem a deliberação* e o sacrossanto “sujeito liberal” (*que é entendida como uma capacidade universal unificadora que pode servir o propósito da legitimação). Todavia, esta estratégia parece condenada ao falhanço. Por uma razão simples, mas poderosa. O vocabulário da “difference politics” tem como pano de fundo vivencias concretas. É, por outras palavras, um vocabulário ferozmente pragmático e contestatário. O vocabulário universalista liberal é decididamente abstracto e tem pouco que ver com a matriz pragmática da politica da diferença. Os universalistas falam de capacidades universais, sem falar das muitas diferenças que resultam do exercício destas mesmas capacidades. Consequentemente, acabam por se enclausurar num cul de sac ético: como é possível valorizar a deliberação democrática sem valorizar os seus resultados (diferença)? Porque é que, na nossa procura por novos “princípios integradores”, temos que regredir em direcção às capacidades quando os grandes debates políticos situam-se no domínio da vivencia social?
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