Foram dois os erros da TAP neste processo da viagem de regresso de Amesterdão do FC Porto.
Não me refiro ao atraso do avião, que sucede em todas as companhias, numas mais do que noutras. A necessidade de desvio por a tripulação e o aparelho serem necessários com urgência em Lisboa para outros voos também é compreensível: estamos em época alta, há mais voos e todas as companhias operam no limite dos recursos disponíveis.
O que não é compreensível e nem aceitável é a mudança de destino não ter sido comunicada aos passageiros no embarque, ainda em Amesterdão. Quem vai num voo para o Porto e, meia hora antes de aterrar (já com duas horas de atraso) lhe dizem que afinal aterra em Lisboa, sente-se raptado. Sente que o voo foi desviado. A indignação é compreensível: trata-se de desrespeito pelos passageiros.
O facto de a mudança de destino só ter sido comunicada tão tarde pode querer dizer que foi uma decisão de última hora. E talvez isso justifique a sua precipitação. É que foi mesmo uma muito má decisão decidir desviar um voo em que seguia o FC Porto. Tal como seria se fosse o Sporting ou o Benfica, mas ainda mais o FC Porto que é um clube que se sabe dar ao respeito. Mais valia (do ponto de vista da imagem da TAP) deixar que os voos dependentes do avião e da tripulação, creio que para Paris e Londres, se atrasassem ainda mais. Prejudicaria mais gente, é certo, mas seriam “mais dois” voos da TAP que atrasam. Teriam certamente menos repercussão mediática que desviar o voo do FC Porto. Aqui certamente estou a ser maquiavélico, mas do ponto de vista da TAP o primeiro grande erro foi ter desviado o voo onde seguia uma equipa de futebol “grande”.
O segundo grande erro foi o lamentável pedido de desculpas, que implicitamente desautoriza a tripulação do segundo voo. Se houve incidentes a bordo abre-se um inquérito e averigua-se as responsabilidades; eventualmente pede-se desculpa depois. Mas o pior foi esse pedido de desculpas ter sido dirigido… ao FC Porto, que anunciou não mais voar com esta companhia (e que causou o escândalo). Nem uma palavra em relação aos restantes passageiros, que foram tão ou mais transtornados que a equipa. Afinal, para a TAP sempre há passageiros mais importantes que outros. Se é verdade, tal como escrevi mais valia terem-se recordado disso na altura de desviar o voo.
Receio bem que todo este incidente venha a afectar seriamente a imagem da TAP, cuja principal preocupação, a partir de agora, deveria ser a reputação de não respeitar os passageiros com que pode ter ficado. É uma pena, pois apesar deste lamentável incidente a TAP merece ter uma boa imagem.
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