No mesmo dia em que o teatro português ficou de luto com a morte do encenador comunista Joaquim Benite, morre o também comunista e arquitecto Oscar Niemeyer. O primeiro era um dos principais responsáveis pela Companhia de Teatro de Almada e um dos obreiros do Festival Internacional de Teatro de Almada. O segundo todos conhecem. Figura Ãmpar da arquitectura, dizia que “enquanto houver miséria e opressão, ser comunista é a nossa decisão”. O génio explicava que só usa a arquitectura quem tem dinheiro, “os outros estão fodidos aà nas favelas”. Morreu esta noite, aos 104 anos. Mas não se pode estar triste com a morte de quem parte como Oscar Niemeyer. Merece ser aplaudido de pé. Foi um dos maiores arquitectos de sempre e, acima de tudo, um revolucionário que nunca abdicou dos seus princÃpios. ImprescindÃvel como os que lutam toda a vida. Deixemo-lo com o samba que ele próprio escreveu: “Vou parar nos cafés p’ra ouvir historinhas/Coisas da vida que um dia vão ter que mudar/Quero ser um mulato que sabe a verdade/E que ao lado dos pobres prefere ficar/E assim vou eu/Tranquilo com a vida/À espera da noite já solta no ar/Como um manto de estrelas que se anuncia/E se multiplica nas ondas do mar”.
Até sempre, Benite. Até sempre, Niemeyer.
O teatro.A arquitectura. Ou a vida.
De repente esta pequena entrevista de Niemeyer ao DN em 2001:
http://www.dn.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS/NiemeyeraoDN2001.pdf.
É isso aÃ.Vemo-nos por aÃ,na luta
E o Papiniano Carlos também:
http://www.publico.pt/cultura/noticia/morreu-papiniano-carlos-o-autor-de-menina-gotinha-de-agua-1576283
Até sempre, Papiniano Carlos. Até sempre, comunistas falecidos de que os jornais não falam !