O Francisco fez um bom relato do dia e já resumiu o roteiro para derrubar o governo. Agora que o PS, a CDU, e o BE se juntaram a todos os outros nessa demanda, há ainda mais que fazer.
Quando o actual governo
- rouba o 13º e o 14º mês aos reformados e à função pública;
- rouba mais de um salário aos trabalhadores do privado;
- destrói o SNS;
- destrói a escola pública e a universidade pública;
- promove o desemprego;
- promove a redução da remuneração do trabalho ou
- promove a fome e a miséria,
viola a Constituição da República Portuguesa e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, torna-se num criminoso em actividade.
Recorde-se que, tanto a Constituição da República Portuguesa como a Declaração Universal dos Direitos Humanos tornam a justiça explÃcita na forma de lei. É dessa forma que se mantém a paz entre os cidadãos já que aquilo que está acordado permite uma vida justa e digna para todos.
Este governo, ao submeter os mais débeis aos mais fortes, eliminou a justiça e deixou unicamente a lei. Como consequência, fez com que grande parte da população deixasse de ter lugar.
Por outras palavras, isto significa que o governo violou e viola a Constituição da República Portuguesa e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ou seja, o governo quebrou a paz social. Isto legitima a acção de todos os cidadãos que agora têm o dever de preservar a paz e o bem-estar proclamados nestes documentos.
Por estas razões, e ao abrigo do Artigo 21º da Constituição da República Portuguesa, o MSE, Movimento Sem Emprego, e aqueles que estão a ser vÃtimas das acções criminosas deste governo reservam para si e para todos os cidadãos o direito à desobediência civil como forma de resistência dos que estão a ser atirados para a valeta por este governo.
Chega de esfolar os 99% mais pobres para que o 1% mais rico mantenha os seus privilégios.
Há a alternativa de diminuir a despesa pública em mais uns tantos mil de milhões!
É já a seguir…
Mais uns tantos mil de milhões em transfega aberta para os privados bolsos?
Já não se vedam os neoliberais.
Mas há qualquer coisa de perturbação nas palavras de JMenos.
…
E é já.
O PS já pediu a demissão do governo???
Não é isso que quer dizer o sentido de voto no Orçamento de Estado?
epa… o PS junto nessa demanda? andou a beber?
Não. É ler nas entrelinhas.
Não me lembro bem, qual é a percentagem de votos obtida por estas pessoas em eleições livres, justas e por voto secreto?
henrique pereira dos santos
Muito menos do que as pessoas que já se manifestaram na rua, só no último ano.
É natural que uma percentagem seja menor que o número de pessoas, Renato. Só se o universo total fosse de menos de cem pessoas é que poderia haver uma percentagem maior que o número de pessoas. Já agora, como é que se contaram as pessoas que se manifestaram?
Até pelos números dos jornais, que como sabemos não costumam ser generosos.
Ricardo, supondo que não soma as várias manifestações porque as pessoas são as mesmas, consideremos o maior número da maior manifestação, independentemente de ser fantasioso: um milhão de portugueses. Força camarada, já só faltam os outros 90%.
henrique pereira dos santos
PS Lembre-se do recente resultado do PP na Galiza, de Nixon eleito depois das enormes manifestações anti-guerra do Vietnam e da vitória dos gaullistas depois do Maio de 68 (e pode escolher os inúmeros outros exemplos da história em que é visÃvel este dissonância entre a rua e os resultados eleitorais)
A dissonância entre a rua e os resultados eleitorais.
Upa la la.
Uns dois ou três exemplos para marcar o território?
Mas por exemplo aqui há bem pouco tempo na Venezuela?O que diziam em quase unÃssono os órgãos de comunicação social sobre a vontade de mudança que vinha da “Rua”?
Não são precisos exemplos pois não ?As vozes do dono feitos “jornalistas” de ocasião mostraram bem a sua face.
E foi o que se viu. A interpretação dos resultados da “rua” depende sobretudo dos media que servem os grandes interesses económicos.As outras vozes costumam ser abafadas.Para os jornais só sobram vozes de fanáticos beatos como césar das neves ou neoliberais com saudades de pinochet como camilo lourenço.
Mas a coisa fia mais fino do que os ditos resultados eleitorais.
Lá fora?
Galiza?E porque não o PaÃs Basco?
Aqui?
Por exemplo em Portugal.Quem mente para governar,quem não cumpre o que promete, quem faz o oposto do que disse perde legitimidade para governar.
Quem nos vende a pataco idem idem, aspas aspas.
Já foi dito por aqui.
Nas vésperas do 25 de Abril uma brigada do reumático manifestou o seu apoio incondicional a Marcelo.
Um mês depois alguns choravam cobardemente.
Passos e quejandos devem pagar pelo que estão a fazer.Terroristas socias têm que ter a resposta devida.
Se for preciso na Rua mesmo.
É que sabe? Há bem mais vida para além de.
Também a cruz gamada teve a sua ajuda em votinhos para chegar aonde chegou.
Ah, já agora…Façamos contabilidade aritmética.
Já só faltam os outros 90%?
Isso são resquÃcios dos tempos do fascismo?A contagem de todos os outros como se dos nossos fossem?
E dos velhinhos e velhinhas e crianças e criancinhas?
Votos no partido de passos ceolho/merkel nas ultimas eleições:2.159.742 votos
Votos no partido dos submarinos:653.987 votos
Memso somado ao PS…que diacho…menos de 50% do universo dos votantes?
Vá lá “camarada”.A demagogia neoliberal tem destas coisas.
Mas verte água por todos os lados.
Talvez um exercÃciozito para avivar a memória ou para ver se cresce um pouco.
Ao lado daquele seu camarada e amigo, um sacana de nome marques mendes.
“FMI já está em Portugal a preparar reforma do Estado, revela Marques Mendes.”
Não me lembro quando foi outorgado ao FMI a reforma do estado.
Isso tem um nome feio.E veja lá o henrique que tal não cabe na contabilidade contabilista de votinhos expressos.
LuÃs XVI também invocava a vontade divina
Não dei pelo PS a juntar-se. Há alguma evolução depois da violenta abstenção de ontem? Como era importante que o PS se decidisse pelo paÃs, pelo povo, pelos trabalhadores!
Votaram contra. A novidade é que Seguro percebeu que para ser candidato tem que ajudar a fazer cair o Governo antes que o Costa o faça cair a si.
e é por isso que incluÃmos o PS na alternativa? o partido que preparou e assinou o pacto de agressão?
meu caro, o PS é parte do problema!
Naturalmente. Mas o facto de ser parte do problema, não o leva, de tempos a tempos, à metamorfose. Ora, não é difÃcil perceber que para conseguir isso, é condição essencial ter um papel no derrube do governo.
tal metamorfose do PS não tem de levar amnistia alguma!!! deve ser responsabilizado sempre pelo que faz! não deixar cair no esquecimento o que é o PS e o que tem feito sempre… no poder ao lado do capital e na oposição só o são oportunamente!
os Xuxas são sempre parte do problema!!!
Não sejas ingénuo Renato. PS não está no mesmo saco que PCP, PEV e BE.
Já devias ter percebido há muito tempo que as motivações do PS são diametralmente opostas às do povo português.
Pois são. Mas de turno a turno lá vão conseguindo amnistia. Agora, Seguro, sabe que é tempo de acelerar o processo, ou acaba ultrapassado mais ou menos à moda do Ferro Rodrigues.
Achas mesmo que Seguro vai acelerar o processo?
Às vezes não sei se isto é um blog de esquerda ou uma comédia.
Vai. Como sempre que assim o PS decide.
Boa! Fica à espera do PS.
Sugestão: arranja um sofá bem confortável.
Eu não espero pelo PS. Combato-o. E para o efeito importa saber o que pensa e faz da vida, a cada momento.
O Renato trata o PCP e o BE, no seu apelo a que se “juntem aos outros (todos)” (presume que esteja a falar do MSE entre outros), da mesma forma que trata o PS. Parece que os quer todos no mesmo saco, apesar de saber muito bem que não são todos iguais – há dois (PCP e BE) que sempre se opuseram ao memorando da Troika e há um que sempre votou contra os mecanismos de extorsão da chamada “ajuda financeira” (o PCP, no célebre caso do empréstimo à Grécia via Troika com fundos do Estado português).
Além disso há dois partidos anti-Troika e um que está já disposto a sair do euro. Isto para não falar em outras polÃticas de expropriação do capital por nacionalizações e pela via fiscal.
E se a questão é a derrubada do governo, o Renato deve andar muito esquecido, o PCP e o BE já exigem isso há muito tempo, tanto no discurso como na acção – a moção de censura simultânea é só o exemplo mais mediático.
Mas deixemo-nos de conversas parlamentares. A esta hora toda a gente já percebeu que nada de importante poderá ser feito nos parlamentos (essas farsas burguesas). Só a pressão das ruas, das lutas e das greves derrubarão o governo. Até vi isso ontem estampado no rosto do grupo parlamentar dos deputados do PCP que se juntaram às manifestações sindicais e anti-Troika. Aquelas caras de entusiasmo diziam que finalmente sentiam estar a fazer qualquer coisa de importante no combate às Troikas e troikistas naquele dia.
E eu até concordo bastante com o cartaz que o Renato publicou neste post. É verdade: o 25 de Abril está morto.
E não é por uma mão cheia de direitos do povo presentes na nossa constituição (que ainda não foram rasurados pela máfia PS-PSD-CDS) olimpicamente ignorados pelo regime e pelas altas chefias dos tribunais, que se pode dizer que ainda resta alguma coisa da democracia dos cravos e da Revolução de Abril.
Não é preciso apenas um novo 25 de Abril como alguns dizem correctamente mas de forma insuficiente. É preciso fazer melhor, muito melhor que a Revolução Democrática do 25 de Abril. É preciso uma Revolução mais socialista, mais armada contra os oligarcas, assassinos e ladrões e de maior poder popular. É preciso mais revolução e mais socialismo, mais democracia e mais justiça do povo anti-capitalista e anti-fascista, é preciso soberania do povo sobre as suas riquezas e um anti-imperialismo muito corajoso.
É preciso fazer mais e melhor. É preciso uma revolução que seja apenas o ponto de partida.