O livro Quem Paga o Estado Social em Portugal?, coordenado por mim e escrito por 18 autores – historiadores, economistas (entre eles Eugénio Rosa, também colaborador do 5dias), um fÃsico teórico, um filósofo – de várias correntes do marxismo vai estar hoje em discussão no Porto, na Livraria Bertrand Dolce Vita Porto, à s 18.30, apresentado pelo sociólogo João Valente Aguiar, também blogger do 5dias.
Quem Paga o Estado Social em Portugal? teve já milhares de «gosto», centenas de partilhas no FB, centenas de comentários que circulam em dezenas de jornais online, rádios locais e blogues. O livro atinge por isso o seu propósito assumido: ser um instrumento contra-hegemónico, um meio de dizer a verdade sobre as contas reais dos gastos sociais dos trabalhadores portugueses e da sua relação com a dÃvida pública. A ciência ao serviço da verdade, que é para isso que ela existe.
Ontem soubemos que o Orçamento de Estado corta na saúde e aumenta na defesa. Trata-se, metafórica e literalmente, de um assalto à mão armada. Porquê?
Porque mais de metade do que os portugueses pagam para o SNS vai directo para os hospitais-empresa. E o serviço é melhor, mais eficiente? Não! Fizemos as contas e desde que começaram as PPP na área da saúde aconteceu o seguinte: diminui o número de tempo de consulta de cada médico com o doente, o nº de consultas por doente, o nº de camas nos hospitais, o nº de centros de saúde, o custo final do serviço prestado aumentou, aumentou o volume de contratação externa de serviços na saúde e diminui o salário dos médicos e enfermeiros. A produtividade, contabilizada… baixou!
Quem Paga o Estado Social em Portugal? continuará a ser apresentado e discutido em mais de uma dezena de universidades em Portugal, Espanha, Inglaterra, Brasil onde vamos apresentar o estudo. Convidamos todos a lê-lo, discuti-lo, apropriarem-se dele para o combate polÃtico contra aqueles que querem destruir o Estado social e pôr-nos ao pescoço a canga de uma dÃvida que não é nossa.
“A ciência ao serviço da verdade, que é para isso que ela existe”
não está a saltar etapas? quando a ciência está ao serviço de algo, normalmente, está ao serviço da polÃtica. quando a polÃtica está ao serviço da verdade o resultado é o orçamento de estado para 2013.
ciência ao serviço da verdade faz lembrar conversa de criacionista, aquela coisa do design inteligente.
vamos com calma, sff.
vou ali ver se chove e depois vou comprar o seu livro.
abraço.
Já está a chover:)
Saudações
gosto do “Dr.”, parece um tÃtulo nobiliárquico.
eu também gosto do doutor.
serve para lembrar ao relvas que há muitos que o sendo não são aquilo que ele parece.
A aritmética é uma ciência BEM CRIATIVA.
Seguramente, se o paÃs se transformasse numa associação de socorros mútuos, os impostos pagariam a saúde!!!
Tretas…
Parece que desta vez conseguiu convencer-me a comprar o seu livro.
Mas considero o titulo inadequado para a situação que as coisas chegaram. “Quem Paga o Estado Social em Portugal”.
Não seria mais apropriado . ” Quem não Paga para o Estado Social em Portugal”.
Ou então “Quem tem Defraudado o Estado Social em Portugal”.
Raquel, faz uma série de confusões. Hospitais-empresa e PPP’s não são iguais e é bom que os saibamos distinguir. As PPP’s são um roubo ao erário público e os hospitais empresa são basicamente os nossos hospitais públicos com “alguma” autonomia administrativa. Quase todos os hospitais públicos são neste momento hospitais-empresa, por isso é bom que mais de metade do que pagamos vá para esses hospitais, caso contrário estavamos tramados.
Embora me custe admitir, o orçamento deste ano não corta bem na saúde: ele é mais baixo porque não contabiliza 2 mil ME para pagamento de dÃvidas em atraso em 2012. De qualquer maneira haver dÃvidas significa que os orçamentos não são suficientes e por isso não servem para manter o SNS!!
Estimado João,
1 – A transferência é do SNS para os Hospitais empresa
2 – A partir do momento em que começam as PPPs na saúde há um desvio nas contas públicas da saúde crescente entre, por um lado, aumento de serviços externos e por outro diminuição dos salários.
Cumprimentos
Quando é que o 5dias passou a mupi da Raquel Varela?
Hà perspectivas para uma edição ebook?
Sim, em breve (1 a 2 meses)
Cortar nos juros dos agiotas… antes de… cortar no Estado Social!
ANEXO:
Blog POLITEIA: «E a primeira alternativa que temos de pôr em prática é a erradicação da OBSCENA VERBA de mais de 9 mil milhões de euros – que está inscrita no Orçamento de Estado – para pagar o serviço da dÃvida… tem de ser substituÃda por uma verba incomparavelmente menor.»
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RENEGOCIAÇÃO DA DÃVIDA
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Há séculos e séculos que o Negócio da DÃvida é a mesma coisa:
– sempre que um agiota quer ‘deitar a luva’ aos bens de alguém… o agiota acena com empréstimos… que sabe que não vão conseguir pagar… porque… o agiota ‘trata’ de complicar a vida ao devedor!
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Hoje em dia, mega-agiotas não se limitam a acenar a famÃlias… eles acenam a paÃses inteiros!
-» Nota 1: a Goldman Sachs chegou ao ponto de camuflar a dÃvida grega… para que depois… mega-agiotas pudessem deitar a luva a activos gregos (e não só…) a preço de ”’saldos”’!…
-» Nota 2: Mais, a Goldman Sachs chegou ao ponto de colocar elementos seus nas comissões de privatizações!
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—»»» Os Credores andaram a ‘comer’ o Estado português, leia-se, andaram a ‘comer’ os contribuintes portugueses, como OTÃRIOS!!!
De facto, mafiosamente, os Credores complicaram a vida ao Devedor!
Um exemplo:
– quem falou que a dÃvida estava a crescer demasiado (ex: Manuela Ferreira Leite) foi enxovalhado pelos Media e apoiantes seus foram silenciados (nota: os Media são controlados pela superclasse)… em simultâneo… os Media deram amplo destaque a marionetas/bandalhos: «há mais vida para além do deficit»;
– depois de complicarem a vida ao devedor (leia-se, o Estado português)… eles passaram a cobrar juros mais altos!…
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O CONTRIBUINTE PORTUGUÊS TEM DE REAGIR face à s mafiosices dos credores/agiotas!…
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Uma sugestão: Islândia – a revolução censurada pelos Media, mas vitoriosa!
Resumo (tudo pacificamente):
– Renegociação/reestruturação da dÃvida;
– Referendo, de modo a que o povo se pronuncie sobre as decisões económicas fundamentais;
[uma sugestão: blog «fim-da-cidadania-infantil»]
– Prisão de responsáveis pela crise;
– Reescrita da Constituição pelos cidadãos.
{Obs: Os polÃticos e os partidos polÃticos vão ter que se aguentar… leia-se, têm de passar a ser muito mais controlados pelos cidadãos… consultar o know-how islandês poderá ser muito útil: deve-se icentivar atitudes de participação cÃvica… que não sejam… gritar com megafones, derrubar barreiras policiais, etc}
Já defendi – mas há quem não tenha gostado – que Portugal devia informar (informar, não negociar) os credores de que, a partir deste momento, só pagaria juros de dÃvida soberana iguais aos juros pagos pela Alemanha. A lógica e o raciocÃnio desta medida apoiam-se no seguinte:
1. Se esses juros são satisfatórios para a remuneração do capital emprestado à Alemanha, também serão satisfatórios para a nossa dÃvida.
2. Com juros a esse nÃvel, o risco de incumprimento passa a ser zero. Com efeito, não é o risco de incumprimento que faz subir a taxa de juros, é a subida das taxas de juros que faz aumentar o risco de incumprimento.
3. Com a balança comercial praticamente equilibrada e o saldo primário do orçamento nulo ou já positivo, deixarÃamos de necessitar de aumentar a nossa dÃvida externa, pelo que os credores ficam sem meios de retaliação.
4. Se os credores recusassem renovar a nossa dÃvida, a taxas de juro iguais à s da Alemanha, Portugal simplesmente prolongaria, unilateralmente, o perÃodo de maturidade dessa dÃvida, continuando a pagar juros reduzidos.
5. Os credores teriam de aceitar os nossos termos, e nós pouparÃamos 6 ou 7 mil milhões de euros por ano que iriam para a saúde, para a educação, para a segurança social, e para promover investimento produtivo.
6. TerÃamos de promover activamente o equilÃbrio orçamental e o equilÃbrio da balança externa, sem os quais o nosso gambito sairia furado.
Nada mais simples, desde que houvesse tomates para o fazer.