Se, perante o patético programa Prós e Contras (?!) de hoje, alguém sentir uma vaga vontade de contraditório televisivo ou, quanto mais não seja, de desenjoar um bocadinho dos patrões e empregados do lusitano securitarismo, sugiro que vejam aqui.
(boneco da Gui Castro Felga)
Houve uma camarada que teve um desempenho muito bom, mas não teve depois hipótese de rebater o reaccionário do figueiredo lopes. A mula da jornalista assegurou que a coisa ficava por ali (e que os gajos iam continuar a foder-nos).
Mas a camarada aproveitou muito bem a oportunidade para convocar, em directo, uma greve geral em todo país. Porque não depois uma na Península Ibérica??
“convocar” quero dizer, para não ferir susceptibilidades, fez um apelo à participação numa greve geral, às pessoas que têm sido empobrecidas pelo tríame ps/psd/cds.
Com todos os defeitos que o programa tem – e este chegou-me a agoniar – foi no entanto possível ver, pela primeira vez e em directo, membros de um movimento social (Plataforma 15 de Outubro) a manifestar a sua opinião. E fizeram-no bem, conseguindo transmitir uma visão diferente e, desta vez, correcta das razões pelas quais se movimentam. Para os muitos telespectadores que nunca ouvem a voz dos que lutam contra a oligarquia, foi uma oportunidade – sem censura – de os ouvir. Só por isso já valeu a pena. E até ficou a promessa de, em futuros programas, se convidarem representantes dos movimentos sociais, não para serem figurantes mas participantes. Vamos a ver…
Seria bom.
Mas, se isso não foi feito neste programa, em que essa necessidade jornalística (e democrática) seria tão evidente e em que o painel era tão obscenamente escolhido, vão chamá-los quando, e para discutir o quê?
Mas nunca se sabe. Às vezes, as pessoas ganham vergonha.
Tens razão, Paulo. E só espero que quando os tipos das tv´s queiram convidar representantes dos movimentos sociais não partidários para debates, estes tenham a coragem de negarem o convite a não ser se forem satisfeitas as imposições de apenas estarem presentes esses representantes e não admitirem outros fala-baratos e figuras dos regimes que têm sido poder ou o são na actualidade. É que acredito que, com o continuar da luta, haverá um momento em que serão mesmo obrigados a aceitar as condições. Não somos nós que mais precisamos deste tipo de debates encenados e baloufos, mas sim eles, os sempre bem mandados e os poderes instituídos e suas televisões.
Por vezes parece-me que algumas pessoas gostariam de desencorajar a presença de representantes dos movimentos sociais nestes happenings pseudo-informativos, não por uma questão de defesa da dignidade mas para evitar que sejam vistos, ouvidos e eventualmente apreciados pelos telespectadores. Quem quer preservar a ilusão da representatividade exclusiva de certos partidos e organizações sindicais não quer ver concorrentes a aparecer na televisão…
Paulo Granjo,
Foi demasiadamente mau para se voltar a repetir. Os desalinhados nunca porão o cu na cadeira a que só Figueiredo Lopes tem direito a por o Cu gordo e anafado.
Ficou uma coisa por perguntar a esta besta, quantas reformas tem e somadas quantas valem. O começamos a desmascar em directo e a cores ou não vale a pena. O general ainda ficou engasgado mas…soube a pouco. Coitado tambem está a ser vitima do cortes, já agora…
“ganham vergonha” você acredita em cada coisa…
Irão chama-los quando acharem oportuno, não tenham dúvidas. Quando/se a pressão sobre o poder for for insuportável irão dividir a oposição em grupos apartidários e sobretudo “apolíticos” que dão sempre um grande jeito a quem domina. Os opositores da 25ª hora (psd ps ou até cds) com as suas “alternativas” serão as estrelas convidadas (e isto até já está a ser feito há muito)
Acho que nem seria necessãrio mas este recente caso da TSU pode ensinar-nos muita coisa sobre a manipulação da informação a que assistimos diariamente
Ontem, a malta que estava nas galerias devia ter feito uma pateada monumental e quando a “senhora doutora” lhes desse a palavra, denunciavam a situação. Isto sim, acordaria o povo que assiste quase a dormir aquele programa e teriam assumido o lugar a que têm direito
O contraditório ta lá a partir do minuto 40. Não foi muito tempo de antena, mas as vezes a substância e a eloquência de quem não receia qualquer campo de batalha ultrapassa qualquer limitação imposta pela adversidade do ambiente em que se debate.