Victor Gaspar hoje foi recebido por uma ruidosa comitiva de mais de meia centena de pessoas, a grande maioria afectos à Frente Comum. Quando questionado sobre o que tinha achado da recepção, Gaspar tentou fazer-se de parvo aludindo à recepção feita pelo seu entrevistador. Quando a jornalista insistiu, o ministro saiu-se com qualquer coisa semelhante a “eu compreendo o descontentamento das pessoas, mas isto não é isso, isto é tudo orquestrado”.
Gaspar trilha então pelo caminho de Passos Coelho, Sócrates, Guterres, Cavaco, Soares e tantos outros governantes que perante acções organizadas [existirão acções que não são organizadas? será que é possivel que 10, 100 ou 10 000 pessoas se juntem para contestar politicas do governo pela mera coincidência de terem se lembrado todos à mesma hora de o fazerem?] de contestação às suas politicas refugiam-se na suposta maldade intrinseca de uma força politica (normalmente o PCP) ou de organizações sindicais (normalmente a CGTP) para desvalorizar aqueles homens e mulheres que sentem na pele os efeitos da sua politica. Estão organizados? Estão sim senhor, mas nem por isso, muito  pelo contrário isso lhes retira legitimidade. Acresce-lhes, cobre-os de legitimidade a sua organização, a sua luta sistemática, a sua vontade de continuar a luta e de prolongá-la, de mantê-la viva, de lutar pelos seus interesses, uma e outra vez, sem descanso, sem paragens.
Dia 15, eu estarei lá, mas não nos deixemos enganar: todas as acções de luta são organizadas e ainda bem – que não caiamos nunca, em momento algum, no erro de tentar fazer aos sindicatos e aos partidos de esquerda o que Gaspar tentou fazer hoje.
«Dia 15, eu estarei lá»
Estará lá a fazer o quê? A gritar palavras de ordem? A empunhar faixas e bandeirinhas? A cantar cantigas de protesto? A fazer as mesmas inutilidades das últimas mil manifestações? Para quê?
Traz as tuas novidades eficazes, camarada.
Já esteve mais longe o dia em que este bando de gatunos levarão em cima(talvez na tromba) com manifs não organizadas. Talvez aà o gebo vá sentir saudades dos tempos das “manifs orquestradas”. Se tiver tempo, ou lhe derem tempo
Monotonia.
muito bem! subscrevo.
Estes filhos da puta estão a privar-nos dos mais elementares direitos. Só nos restas privá-los de idas ao cinema , ao teatro, ao restaurante, á “bola”, ao simples andar pelas ruas. Temos que os sitiar, as muralhas acabarão por cair .
Vi “policias” com aspecto de delinquentes de óculos escuros e armados de shotguns.
Quando um pedante como o gaspar se faz proteger por tal gentuça, imaginem o terror que se lhe vai instalando no corpo!