Nuno, ao contrário do que afirmas não tenho qualquer pretensão de ter o monopólio da luta e, tal como tu, acho bem que mil manifestações floresçam. A inclusão de sectores ligados ao aparelho do Partido Socialista e o afastamento de sectores ligados à extrema-esquerda não é uma questão de pureza ideológica, é uma questão estratégica de construção. Eu acho que a maioria social que faz falta é aquela que quer que a troika se lixe e não a que quer negociar os nossos direitos em nome do reforço da sua representação parlamentar. Prescindo de ter como aliados aqueles que têm responsabilidade no facto de estarmos a ser governados pela turba do Banco Mundial e de assinar manifestos com os responsáveis pela divisão da luta. Apesar disso, os radicais sectários vão poder continuar a afirmar que participam em todas as manifestações contra a troika, ao passo que os reformistas unitários vão continuar a romper com tudo o que não garanta o seu direito de pernada, o exclusivo sobre as reivindicações e a garantia de que a sua agenda não será posta à prova da democracia de base. Prevalecerá o silêncio à discussão, o programa polÃtico do BE à s reivindicações do movimento social e sabemos onde leva a luta se ela ficar por aÃ.
Nota – O MSE fez uma manifestação para a qual chamou todos os sectores e foi para a rua contra os governos do desemprego do PS e do PSD-CDS. Tenho pena de não ter contado, nesse contexto, com a companhia unitária da tua passada.
«acho bem que mil manifestações floresçam»
Mil manifestações tão inúteis como as mil manifestações que já se fizeram?
Ouve-se muitas vezes dizer que “a violência gera violência”, que “a violência nunca consegue nada”, ou que “se se usar a violência para nos defendermos daqueles que nos agridem, ficamos ao nÃvel deles”. Todas estas afirmações baseiam-se na noção errada de que toda a violência é igual. A violência pode funcionar tanto para subjugar como para libertar:
* Um pai que pegue num taco para dispersar à paulada um grupo de rufias que está a espancar o seu filho, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Uma mulher que crave uma lima de unhas na barriga de um energúmeno que a está a tentar violar, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Um homem que abate a tiro um assassino que lhe entrou em casa e lhe degolou a mulher, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Um polÃcia que dispara contra um homicida prestes a abater um pacato cidadão, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Os habitantes de um bairro nova-iorquino que se juntam para aniquilar um bando mafioso (que nunca é apanhado porque tem no bolso os polÃticos, os juÃzes e os polÃcias locais), estão a utilizar a violência de uma forma justa;
* Um povo que usa a força dos músculos e das armas (já que sonegado de todas as entidades que que o deveriam defender), contra a Máfia do Dinheiro acolitada por polÃticos corruptos, legisladores venais e comentadores a soldo, cujos roubos financeiros descomunais destroem famÃlias, empresas e a economia de um paÃs inteiro, esse povo está a utilizar a violência de uma forma justa.
Num paÃs em que os polÃticos, legisladores e comentadores mediáticos estão na sua esmagadora maioria a soldo do Grande Dinheiro, só existe uma solução para resolver a «Crise»… Somos 10 milhões contra algumas centenas de sanguessugas…
Parece-me que a mensagem já não pode ser apenas “Que se lixe a troika!”, mas tem de ser também “Este governo para a rua!”. Chegou a altura de correr com eles. Abem ou a mal.
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Eu gostava era de ter visto estas iniciativas antes das ultimas eleições , agora isto é apenas poluÃção sonora………………o povo português não VOTA , não escolhe NADA e agora quer boas politicas? a abstenção de 42% nas ultimas eleições destruiu por completo a democracia e quem queria mudar e foi votar fez figura de burro por causa dos otários que nada escolhem.
Marcados protestos, dia 15 Setembro, no Algarve, em Loulé e Portimão. Em Loulé acampada e Assembleia Popular à frente da Câmara Municipal de Loulé.
Abraços