Segundo relatório do INE emitido hoje, a taxa oficial de desemprego atinge os 14.9%. Estão 819,3 mil trabalhadores no desemprego, mais 130,4 mil pessoas do que no perÃodo homólogo de 2011.
Isto dados do INE indicam que no último ano se perderam 203 mil empregos, ou seja a taxa de desemprego real pode situar-se perto dos 23%. Os cálculos de desemprego variam consoante quem se contabilizam. A taxa oficial não inclui quem estando desempregado e declarando pretender trabalhar não fiz diligências para encontrar emprego nas últimas 3 semanas (os “inactivos disponÃveisâ€. Somando os dois valores, o Público obtém a taxa real. Porém, o desemprego real inclui também os desempregados de longo prazo que já desistiram de encontrar emprego “oficial”. E a taxa de desemprego oficial contabiliza, enganosamente, como empregados quem trabalhou apenas algumas horas no perÃodo abrangido ( o “subemprego visÃvelâ€). Igualmente importante, estas estatÃsticas também não têm em conta a emigração, sou seja os muitos que emigram em busca de emprego no estrangeiro, por não encontrarem emprego em Portugal.
A taxa de desemprego é particularmente alarmante entre os jovens (15-24 anos): 36,2% !
Comparando regiões, a taxa oficial é mais alta no Algarve (20%), seguindo-se a região de Lisboa (16.5%), sendo mais baixa na região centro (11.8%).
Segundo o Relatório do Banco de Portugal, de 15 de Maio (p.22):
«A evolução do desemprego na economia portuguesa tem ocorrido num contexto de segmentação do mercado de trabalho, em que a dinâmica de criação e destruição de emprego se encontra muito associada a contratos de trabalho com termo, que têm particular incidência nos mais jovens. Esta forte segmentação do mercado de trabalho em Portugal será o principal fator explicativo para os elevados fluxos de saÃda e de entrada no emprego, em comparação com outros paÃses europeus»
André,
Como se contabiliza “quem estando desempregado e declarando pretender trabalhar não fez diligências para encontrar emprego nas últimas 3 semanas”? Eu estou inscrita no Centro de Emprego e fiz diligências para encontrar emprego nas últimas 3 semanas. Mas como não aufiro qualquer subsÃdio, o Centro de Emprego não me pergunta e não sabe sobre as minhas diligências. Sou oficialmente quantificada?
Os resultados são apurados por inquérito, com base numa amostra estatÃstica. És representada pelos que declararam que estavam desempregados, mas disponÃveis para trabalhar e tendo feito diligências para encontrar emprego. Assim, és contabilizada na taxa oficial de desemprego. Os dados do INE não resultam de nenhuma recolha de informação junto dos centros de emprego.
Ah, ok. Pensei que eram os dados dos Centros de Emprego.
E se entrarmos em linha de conta com o tal desemprego escondido
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO045983.html:
“Quase metade dos portugueses entre os 15 e os 24 anos estão desempregados. A situação dos jovens é bem pior do que mostram os números oficiais. É que, além daqueles que estão à procura de trabalho, é preciso juntar os que desistiram de procurar, bem como aqueles que estão numa situação de subemprego. Tudo somado, a taxa de desemprego real dos jovens é 44,7%, no primeiro trimestre deste ano. ”
Não há adjectivação possÃvel para esta catástrofe
Neste momento encontro-me no Algarve, mais em Albufeira.
Fiquei estarrecido com o que soube aqui hoje sobre a miséria que já grassa nesta região.
Há cerca de 200 pessoas (afirmaram-me que eram mais) a comer diáriamente na cantina da Camara, é também a Camara que está a ajudar a pagar as rendas de casa de mais de cem pessoas.
Duas vezes por mês a Camara faz a distribuição de produtos alimentares básicos por um número elevado de pessoas.
Uma terra onde o Presidente da Camara se fanforronava que tinha as melhores condições de vida do paÃs chegou a este estado de miséria.
A fome já é uma realidade neste paÃs. Interrogo-me até quando este povo está disposto em aceitar esta situação.
Amanhã com mais tempo vou inteirar-me melhor destas e de outras coisas que me disseram quando aqui cheguei.
São cada vez mais evidentes os resultados da mer..kel da troika.
“A taxa de desemprego é particularmente alarmante entre os jovens (15-24 anos): 36,2% !”
Como é que se calcula esse número?
Alguém sabe explicar?
É uma percentagem do número total de pessoas com essa idade, ou desconta-se os que estão a estudar?
Parte destes números são resultados de inquéritos, onde se pergunta se a pessoa está no mercado de trabalho (ou a estudar), se procurou trabalho nas últimas 3 semanas, a idade, o género, etc. Para o caso de jovens não são contabilizados os que estão a estudar e se declaram como não estando à procura de emprego. Portanto, a percentagem dos 36.2% é de jovens à procura de emprego. Isso não implica que não estejam a estudar. Podem estar a estudar e à procura de emprego.
Deixava aqui uma análise do Eugénio Rosa: http://www.avante.pt/pt/2007/temas/120035/