
SAVVAS METOIKIDIS, EM PROTESTO CONTRA UMA CARGA POLICIAL, EM 2008.
“Violência é estar a trabalhar 40 anos por uma ninharia e não saber se um dia terás direito à reforma. Violência são os tÃtulos do governo, as pensões roubadas e a fraude na bolsa. Violência é ser obrigado a obter um empréstimo hipotecário pago a preço do ouro. Violência é o patrão ter direito a demitir-me a qualquer momento. Violência é a precariedade, o desemprego, 700 euros com ou sem segurança social. Violência são os “acidentes” porque os chefes baixam as despesas com a segurança à s custas dos trabalhadores. Violência é tomar a medicação psicotrópica e vitaminas para aguentar os tempos difÃceis. Violência é ser um imigrante, viver com medo que a qualquer momento seja expulso para fora do paÃs e constantemente sujeito à insegurança. Violência é ser ao mesmo tempo assalariada, dona de casa e mãe. Violência é quando te enchem o saco no trabalho e te dizem: “Sorria, poderia ser pior”.
O que temos vivido eu chamo de rebelião. E como qualquer ensaio de rebelião é semelhante à guerra civil, cheira a gás lacrimogéneo, tem lágrimas e sangue. Não é facilmente contida e não é explorada. Eleva as consciências, acentua as contradições, e assegura momentos de companheirismo e de solidariedade. Abre caminho para a libertação social.
Senhoras e senhores, bem-vindos à metrópole do caos! Coloquem trancas de segurança e sistemas de alarme nas vossas casas, liguem a televisão e desfrutem o espectáculo. A revolta será definitivamente mais escaldante com o progressivo apodrecimento da sociedade…Â
A alternativa é sair para a rua com os seus filhos, declarar-se em greve, atrever-se a reclamar a vida que lhe roubam e recordar que uma vez já foi jovem e sonhou em mudar o mundo.”
Texto de Savvas Metoikidis, professor e activista de 45 anos, o segundo assassinato polÃtico em poucas semanas, na Grécia. Tradução minha a partir da tradução do Indymedia de Euskal Herria e em inglês, via Artigo 21º.
Clap!! Clap!!! Clap!!!!
Pingback: SAVVAS METOIKIDIS – Novo assassinato polÃtico à s mãos do governo grego, dos seus tutores e dos seus lacaios: “Quem são, afinal, os violentos?†« Máquina Semiótica
Quando há uns vinte anos anos fui à Grécia, perguntei a quem já lá tinha estado que tipo de gente eram os gregos. Disseram-me que a caracterÃstica mais evidente era serem coléricos!
São-no de facto, e bastava circular nas estradas para se sentir a permanente ameaça desse estado de alma.
Muito se tem feito entre nós para despertar a cólera dos vitimados pela crise.
Acontece que não somos gregos!
Fez mal! Se se continuam a suicidar, qualquer dia näo há contestatários!
Isso é o que o grande Capital quer, que nos matemos (entre nós), ficam só eles e a carneirada tipo JgMenos para gerir a seu bel prazer!