Na passada 5ª e 6ª, em Fort Meade, perto de Baltimore, teve lugar a audição pre-tribunal, a portas fechadas, do soldado de primeira classe Bradley Manning. É acusado de ter passado centenas de milhar de documentos (comunicações e relatórios) militares e do governo ao sÃtio WikiLeaks. Os procuradores acusam Manning de ter prestado assistência ao al-Qaeda.
A defesa alega que Manning não poderia ter tido acesso ao material classificado e que a sua divulgação pouco ou nada pôs em perigo a segurança nacional. Segundo os seus advogados, tem sido tratado “pior do que um suspeito de terrorismo.” Durante a audição, a defesa terá pedido acesso a um video que mostrará instâncias de humilhação e tortura de Manning durante a sua detenção. O Presidente Obama, apesar do julgamento não ter tido inicio, já declarou que Manning “violou a lei”. (Acompanhem o caso e a campanha de apoio em FireDogLake).
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Desculpem o aproveitamento deste caso sério, mas gostava de ouvir opiniões sobre como traduzir “whistleblower” para Português. O sÃtio Linguee, instrumento útil para traduções, oferece algumas sugestões: alerta-rápido (?), denunciante, ou informante; que me parecem insatisfatórias. O termo original implica mais que apenas denunciar ou informar, acção que pode ser feita por uma variedade de pessoas. Implica que quem denuncia ou informa está numa posição privilegiada de acesso a informação, e que contrariando regras que condicionam a divulgação de informação, toma uma acção de consciência face ao conhecimento de uma ilegalidade mantida em segredo. O termo foi formulado por Ralph Nader, nos anos 1970, invocando o apito do árbitro perante uma falta, precisamente para evitar as conotações negativas de termos como informante ou bufo (pensem informador da PIDE). Uma tradução literal (apitador) carece peso e referencial, mas talvez isso seja por falta de prática do seu uso.
Väo matá-lo, e Bradley Manning tornar-se-á um mártir da verdade.
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Uma tradução literal (apitador) carece peso e referencial, tal como quando o termo foi formulado por Ralph Nader, nos anos 1970, invocando o apito do árbitro perante uma falta, precisamente para evitar as conotações negativas de termos como informante ou bufo (pensem informador da PIDE).
Se näo se começar a usar “apitador”, aà é que o termo nunca ganhará peso e referencial.
Sobretudo há que liquidar “tudo” o que permita ver um pouco melhor
…as malhas que o império tece
Espero que o *fornecedor* continue em atividade.
Os soldos na tropa não são por aà além . . .
Serão?
Mas nem todos se vendem, como parece insinuar
Deixe de ver os outros à sua imagem e semelhança.
“Não matem o pianista, ele faz o melhor que sabe”. Esta frase, que Oscar Wilde terá lido num bar, retrata o essencial do que está aqui em causa: há quem esteja mais preocupado em apagar a mensagem do que em compreender a sua causa. Chama-se a isto censura. Ou, como disse Freud, é uma forma de auto-defesa: se as notÃcias não são agradáveis, anulemos quem as traz. Ou seja, estamos a falar de paranóia e outras patologias. E agora, a nÃvel nacional, temos mais um vergonhoso trabalho “policial” e “judicial”: o criador do site TugaLeaks, Rui Cruz, foi constituÃdo arguido, aparentemente por esse mesmo facto: http://www.ruicruz.pt/eu-arguido.html
Alguns como o grande D
submete-se à servidão partidária, sem pruridos.
??
Pruridos em se submeter à servidão?
Ou a ausência deles?Mas sempre servil.
Um bom retrato para “luÃs a. afonso”?
Ou mais outra pincelada para completar o esboço?
Quando Levy nos convida a pensar *nos informadores da PIDE*
desempregados há quase 50 anos e hoje, felizmente inoperantes,
eu junto os controleiros (em geral sobre os intelectuais) que o PCP
usava (usa?) para ser informado dos *desvios ideológicos*. Da sua
existência jamais, que me recorde, foi pelo Partido negada.
Caro Luis Afonso, para quê este comentário? Confesso que me senti muito tentado a ignorá-lo e deixá-lo perdurar no limbo, esperando aprovação. Procuro manter um tom de civismo na secção de comentários, sobretudo com que tenha discordâncias, pois creio que essa secção pode ter o mérito de ser um espaço de partilha e reflexão conjunta. Mas este comentário pouco ou nada tem de relacionado com o texto. Parece apenas servir como pretexto para mandar um petardo contra o PCP. Referi os “informantes da PIDE” no contexto de um apelo a ideias sobre a tradução de “whistleblower”. Você pega nisso para para invocar os controleiros do PCP ?! (Para ser preciso, a PIDE e seus informantes foram dissolvidos em 74, há 38 anos; não é uma conta difÃcil.) Você vê uma identidade entre os informantes da PIDE, cidadãos vulgares que passavam informações ou falsidades à PIDE sabendo que os visados seriam alvos de represálias, prisão e possivelmente tortura e os quadros do PCP que na clandestinidade procuravam estabelecer ligações com a sociedade civil para criar a frente anti-fascista mais ampla possÃvel com vista ao seu derrube. É claro que estes quadros, cientes da constante ameaça de repressão, infiltrações e fugas de informação, precisavam de ter grande cuidado com quem lidavam. O máximo que podia ocorrer se um quadro do Partido, controleiro se quiser, tivesse dúvidas sobre a coerência anti-fascista de um seu contacto, era passar a sua avaliação ao resto do partido e este ajustar o nÃvel de contacto, podendo num extremo abandonar essa ligação. Isto parece-me MUITO diferente das consequências de alguém visado pela PIDE. Mesmo assim o PCP mantinha ligações com cidadãos crÃticos de questões ideologicamente centrais para militantes, desde que houvesse a possibilidade de trabalho conjunto na frente anti-fascista. Porque haveria o PCP de negar a existência destes quadros ou controleiros? Uma diferença muito importante, é que estes cidadãos mantinham e mantêm essa ligação voluntariamente. Porque não haveria o PCP de escolher com quem trabalhar? E para ser claro, continuam a existir quadros no PCP que têm a responsabilidade de acompanhar a ligação com não militantes, que aferem a possibilidade de trabalho conjunto.
Mais uma vez André Levy dá o tom justo e didático.Eu infelizmente não tenho nem a sabedoria nem a capacidade de diálogo do autor da posta
Mas mais uma vez, da minha exclusiva lavra, sublinho o carácter provocador deste pequeno bolsar (para ser simpático) de “luÃs a. afonso”.Fala-se no que se fala,na gravidade das acusações,no cinismo e na falta de escrúpulos do império ( para ser mais uma vez simpático) e “luÃs a. afonso” tem o desplante de dizer o que diz, chamando à colação o que nem sequer teve convite para.
Em vésperas de lutas mais sérias aparecem os “luÃs a.afonso” , talvez chorando o não desemprego dos bufos e quejandos.
As Zitas de ocasião,fardadas com os trajes apropriados dão nisto.O desprezo nem sempre chega.É preciso chamar o nome aos bois.
É disso que se trata
Está a ver, Levy? Que de uma discussão sempre se tira proveito.
Ficamos a saber que os *controleiros* continuam ativos na sua
*excelsa* tarefa de informar a Direção dos possÃveis desvios.
Não sabia, nem suspeitava, do facto. AGORA TODOS ESTAMOS
DEVIDAMENTE INFORMADOS . . .
(para os que reagem contra a liberdade de pensamento. . .
está correto, como afirma. . . , mas eu não vou nessa).
AGORA, que não há o perigo de prisão, e somos todos cidadãos,
a precaução , que afirma subsistir, parece, no mÃnimo dos mÃnimos,
anti-democrática. Mas, ao PCP, como lhe é genéticamente insecável,
ESTÃ BEM.
🙂
Ficámos de facto todos a saber.
Falar no escãndalo que constitui o terrorismo de estado dos EUA é que não
Bem tenta “luÃs a. afonso”,
agora perturbadoramente paranóide?
Ou apenas a fazer o que tem que fazer?
(ou ambas as coisas,simultaneamente?)
Como se prova, sou uma pessoa que procura consenso.
Que procura tudo mesmo.
(Desde que não se fale no post)
(Por erro meu, o comentário abaixo foi colocado num outro post, erroneamente dirigido a wconstrangido, a quem peço de novo desculpa).
LAA: Só pode ser ironia este seu último comentário. Particularmente dado a sua contra-resposta (“Está a ver Levy”), que mais uma vez hesitei mas aprovei não lhe fosse dar para depois erroneamente fazer acusações de censura. Reafirmo, erroneamente. Já tenho visto essa acusação entre os comentários no 5dias, mas ela não é justa. Os autores deste blog, grande parte dos quais estão claramente identificados, têm a responsabilidade pelos seus artigos e pelo tom da discussão na secção de comentários. A menos que haja apelo à defesa da honra, nenhum comentarista tem direito a ter o seu comentário publicado no 5dias. Pode exprimir-se noutro local qualquer da internet livremente. Chumbar um comentário não constitui a meu ver uma violação da liberdade de expressão. Mas não duvido que tenha sobre tal opinião diferente. Não fosse eu orgulhosamente militante de um Partido que você furiosamente despreza.
Em vésperas de lutas mais sérias aparecem os “luÃs a.afonso†, talvez chorando o não desemprego dos bufos e quejandos.
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De onde se vê bo que os *comunas* entendem por *bufo da PIDE*
e *controleiro dos Stalinismo* são funções completamente diferentes . . .
Se tivesse *chorando* a extinção dos informadores da pide já teria
um *patrão* para me empregar: precisamemte na DGTP/PCP que,
segundo tem constado sempre (nestes 48 anos) ter ocorrido.
Quanto à Rita Seabra, que não conheço pessoalmente, nem me interessa
fazê-lo, passou por uma desilusão terrÃvel, ela disse-o: acreditar num
projecto toda a sua vida e finalmente abrir o olhos para que é o partido,
do que se propõe, qual o seu modelo, qual a sua prática. Mas, isso é
problema dela não o meu, que por mim sempre o avaliei como faço hoje.
Essa de *chorar pela eliminação dos bufos* prova bem qual a *ética*
(e, até, estética) corrente no blogue e a dos seus apoiantes, em particular do De.
Por mim, tive sempre o orgulho de pensar exclusivamente pela minha
cabeça. E assim continuarei sem Ayotolahs nem *bÃblias* do materialismo
(pseudo) dialético.
Luis A. Afonso, suponho que queira referir-se a Zita>/i> Seabra (figura que não se destaca pela sua coerência; veja-se o desenvolvimento da sua posição face ao IVG); e à CGTP. Não entendo onde tenha lida da minha parte «*chorar pela eliminação dos bufos*» E posso garantir-lhe que eu também penso pela minha cabeça, e refiro-me à que assenta no pescoço. Sou ateu, não baseio o meu pensamento na bÃblias. E sou materialista dialéctico (sem pseudo, e sem saber o que isso implica), não tomo as palavras de Marx, Engels, Lenine, Cunhal ou quem você queira juntar à lista como palavras sacrossantas. Já o Marx não se reconhecia na expressão «marxista».
Telegraficamente:
-Não vale a pena generalizações abusivas dos comentários de comentadores para os autores da posta.
-não vale a pena os trejeitos e os termos como comunas entre aspas ou sem ser entre aspas.
-não vale a pena os ares de prima-dona ofendida.Há por aà comentários bastamente infelizes,assinados por v.Com certeza a memória prega-lhe partidas que o deixam desmemoriado.
-não vale a pena refugiar-se em ayotolahs ou em quaisquer outros refúgios teológicos. Nem todos padecem dos seus males. É que pela cabeça pensamos todos. Mas há uns que pensam que quem não pensa como eles é fruto de geração alheia,quiça imposta. Lastimo desiludi-lo.Nem todos optam pelo seu trilho fundamentalista
Não vejo que seja preciso criar novo termo, quando informador se adequa na perfeição ao conceito de whistleblower a que apela: “Implica que quem denuncia ou informa está numa posição privilegiada de acesso a informação, e que contrariando regras que condicionam a divulgação de informação, toma uma acção de consciência face ao conhecimento de uma ilegalidade mantida em segredo.”