Há um ano começou a nascer o movimento que levou para a rua um dos mais significativos protestos desde o 25 de Abril, na manifestação do dia 12 de Março. Também por essa altura o Comité contra o Pagamento da DÃvida e as Jornadas Anti-Capitalistas se experimentavam. Eram os primeiros sinais do que estava a acontecer por esse mundo fora e a resposta chegou para derrotar Sócrates, definitivamente. Seguiram-se meses intensos, com muitas discussões, erros e derrotas, mas a dimensão dos acertos rasgaram os horizontes e superaram todas as expectativas. Não tivemos medo. Veio a ocupação do Rossio e das escadarias do Parlamento, ganharam raÃzes as Assembleias Populares e as ruas finalmente se encheram em dia da Greve Geral. Não sei se o movimento vai ser capaz de se superar ou de pelo menos se equivaler, em combatividade e envergadura, agravado por uma situação polÃtica com mais precariedade, desemprego e em cada vez mais casos, miséria. Não sei se os novos caminhos se vão traduzir na chegada a novos destinos, nem sei se esses destinos estão capazes de voltar a gerar novas partidas. O desafio é enorme, mas sei que em apenas um ano cavalgamos várias décadas de resistência e que as condições para se repetirem os sucessos são melhores hoje do que eram há um ano atrás. Assim não se perca o ânimo, a imaginação, a camaradagem e sobretudo a aprendizagem que entre muitas guerras se consolidou. A força que cresceu entre os dentes passou a músculo em todas as partes do corpo. Aprendemos a andar mas temos menos tempo para percorrer a distância que falta. Agora, sem perder a solidez da passada, é importante começar a correr. Isto continua a ser só o inÃcio, mas a austeridade que nos estão a impor está a substituir a paciência pela pressa.
* TÃtulo Adaptado e cartaz da Gui.
“ganharam raÃzes as Assembleias Populares”
AHAHAHAHAH!
Isso tomáramos nós.
Tomáramos que não tardem a chegar mais frutos, que só não vê as raÃzes aqueles para quem as árvores são sempre uma ameaça fascizante à pureza da vista e as maçãs, claro, eterna fonte de pecado. Há que continuar a sorver toda água que encontramos no chão, é certo, mas não me parece muito lógico haver ainda quem insista em não deixar a casca da semente.
“O castigo das serpentes é-me riso nos dentes,
Inferno a arder o meu cantar!”
A ver se o Almada é melhor que o Gil Vicente a dobrar o cepticismo franciscano.
Oh Renato, poupa-me. Para comÃcios já basta os da esquerda convencional e das centrais sindicais. Era porreiro criar Assembleias Populares em Lisboa, era. Mas chamar à quilo que vocês estão a fazer “fazer as assembleias populares ganhar raÃzes” é ridÃculo. Só há Assembleias Populares de três em três meses, no final das manifestações, e fica tudo muito contente por ter algumas centenas de pessoas. Mas qual é o objectivo das assembleias? Criar espaços de auto-organização popular? Ou criar espaços de auto-promoção?
Não posso ter a certeza porque não estou aÃ, mas de tudo aquilo que me chegou até aqui sinto-me muito muito muito reticente quanto ao que vocês andam a fazer. Mas enfim, têm toda a liberdade e autonomia para o fazer.
O debate da minha Assembleia é mais Popular que a tua interessa-me pouco Francisco.
Nos comÃcios da esquerda convencional ou da CGTP podes falar, propor e votar? Não me parece…
Quanto aos objectivos é bom que cada um tenha os seus e os exprima livremente. Não é isso que se pretende?
Eu estou-me a cagar para qual é que é melhor. Cada uma é como é, ponto.
A questão é que as Assembleias Populares aà em Lisboa não ganharam raÃzes nenhumas. São esporádicas (consoante haver ou não manifestações) e não há qualquer espécie de continuidade.
Estas tuas publicações aqui no 5dias só revelam a vontade que tu tens de exaltar os extraordinárioos feitos da enorme mobilização popular encabeçada pela Plataforma 15 de Outubro mas que, na verdade, não existe neste momento.
PoderÃamos vender cada plenário do 15O, quase sempre acima da meia centena de activistas, como Assembleias. Mas temos outra humildade… democrática e popular.
O Francisco sabe sempre tudo o que se passa em Lisboa mas erra demasiadas vezes. Ou analisa consoante os desejos, o que está mal, ou podemos concluir que o controleiro deixa muito a desejar.
Espero que Coimbra, como as restantes cidades onde as Assembleias Populares saÃram da semente, estejam a ganhar as raÃzes que estão a criar por aqui.
“Para comÃcios já basta os da esquerda convencional e das centrais sindicais.” Há pessoas tão à frente, tão à frente, que acabam por dar as mãos ao patronato e governo nas crÃticas à Esquerda e ao movimento sindical…
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