O portuense Carlos Martins é o Director Executivo da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. E é também o Presidente da ADDICT – Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas. E é sócio e principal responsável da Opium – uma empresa cuja principal missão é a organização de candidaturas a fundos comunitários. E é responsável pela candidatura ao QREN da Braga 2012. E é responsável do Portugal Criativo 2011.
O homem está em todo o lado e até dá vontade de fazer queixa à Inspecção-Geral do Trabalho (ah, espera, isso é só para os comunistas…)
No meio destes cargos todos, desempenhados em simultâneo e cujo objecto é muitas vezes o mesmo, o incansável Carlos Martins conseguiu entre 2009 e 2011 cerca de 630 mil euros em adjudicações por Ajuste Directo. Promiscuidades?
A verdade é que Carlos Martins é o tÃpico «boy» do Bloco Central. Embora militante do PSD, parece ter excelentes ligações dentro da área socialista, o que o levou a ser nomeado para sucessivos cargos durante os Governos do PS.
Experiência é coisa que não falta a Carlos Martins. Onde existem fundos comunitários, ele diz presente. Foi assim no Programa de Animação das Cidades no EURO 2004, no Programa de Dinamização das Aldeias Vinhateiras do Douro, no Programa “Coordenar para desenvolver – O Turismo do Norte em Rede”, no Programa de Desenvolvimento Territorial da Ãrea Metropolitana do Porto e Trás-os-Montes, no Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto Património Mundial e por aà fora. Carlos Martins é incansável, embora, diz quem sabe, o que ficou depois da sua passagem por todos estes projectos foi uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma.
Em relação a Guimarães Capital da Cultura, Carlos Martins tem muito que se lhe diga. Esteve na Comissão Executiva desde o princÃpio, demitiu-se quando a Presidente começou a ser contestada e regressou, pouco tempo depois, pela «porta grande». Pelo meio, esqueceu-se – ou alguém por ele – de apresentar vários projectos e investimentos que teriam dado a Guimarães Capital da Cultura vários milhares de euros directamente de fundos ligados ao Turismo.
E quem tem acompanhado com atenção, como eu, o evento, não pode deixar de se perguntar em que é que foram ou vão ser gastos 111 milhões de euros – 22 milhões de contos. É que logo ao lado, em Braga, decorre um Evento com a mesma programação e praticamente o mesmo mediatismo e no qual foram gastos apenas 6 milhões.
Pergunto, mas a Base dos Contratos Públicos do Estado responde: quase 300 mil euros para dois filmes de 15 minutos sobre Guimarães, 150 mil euros para um outro filme sobre a obra de Fernando Távora, mais 150 mil euros para um filme sobre a memória histórica, 135 mil euros para elaborar o projecto «Cidades Participativas», seja lá isso o que for, 182 mil euros para o projecto «Cluster Arte» e por aà fora.
Saiba onde, como e por quem é gasto o dinheiro dos contribuintes. É isso tudo. Já sabemos.
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O fdp do Empresário deve ser Maçon.
“.. o que ficou depois da sua passagem por todos estes projectos foi uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma.”
O espelho de muitos empresários ligados aos subsÃdios e programas europeus está nessa frase.
E já observaram bem a quantidade de cargos do programador musical da capital da cultura?
Presidente do conservatório da madeira, director pedagógico da mesma; presidente da fundação da orquestra da madeira, director e maestro da mesma; programador musical da capital da cultura, maestro da orquestra estúdio.
Eu julgo estarmos perante um super-homem, com a diferença deste super-homem não estar presente nas instituições quando a sua presença é necessária.
foi tudo para criar emprego aos jovens. :\
Apelo aqui e agora a todos os Portugueses que se o governo PSD/CDS incluir na Constituição o défice de 0,5 por cento do PIB saiamos todos para a rua para fazer a revolução e salvar a democracia. Contem comigo. O fascismo não passará.
Este senhor é, isso sim, um “cowboy” de rija têmpera, um autêntico Lucky Luke tripeiro: onde quer que haja uma vaquinha para ser ordenhada, lá surge ele, mais rápido do que a própria sombra. E como tem ordenhado, benza-o Deus!
Eh pá, deixa lá Braga fora disto que o se passa é igual a zero. A Capital Europeia da Juventude praticamente não existe.
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Concordo consigo, camarada. DeverÃamos tratar da saúde destes crápulas que sugam o estado que deveria servir a classe trabalhadora. Opium, nome apropriado, sem dúvida!! Mas, seja dita a verdade, o clientelismo é um problema que afecta também os partidos de esquerda. Onde eu vivo, por exemplo, os apoiantes do BE são sistematicamente comprados pelo poder instalado. São eles que trabalham para as inúmeras asssociações cÃvicas, muitas vezes sem qualquer qualificação para tal. O mesmo tem acontecido com muitos comunistas que se aliam aos socialistas clássicos. Diria mesmo que este sistema de favoritismo é transversal a todas a forças polÃticas portuguesas. Nós não somos imunes à s “cunhas”, convenhamos.
“Quem tem acompanhado o evento, como eu”. Tem a certeza, Ricardo? Os 111 milhões de euros destinam-se, na maioria, a obras públicas. Se estivesse atento, como diz estar, percebia que, em três anos, Guimarães investiu 65 milhões de euros em equipamentos culturais e regeneração urbana. Se alguma vez tiver saÃdo da sua terra para ir a Guimarães, percebi que está renovada a principal praça da cidade e a respectiva área envolvente, que 10 hectares de bairro industrial estão transformados num centro de ciência e criatividade (é escolher: um centro de ciência viva, um centro de formação pós-graduada em Engenharia Civil, o instituto de design), mais três novos museus: a extensão do de Alberto Sampaio (o maior do paÃs na arte sacra), um de arte contemporânea (dedicado a José de Guimarães, um dos maiores artistas nacionais) e outro dedicado à cidade, a Casa da Memória.
Se estivesse atento como diz esta percebia que os filmes de que falam fazem parte de 60 (leu bem, 60!) produções que Guimarães encomendou, especialmente a cineastas nacionais (os jovens e os consagrados), grande parte deles já com distribuição internacional assegurada. Em tempo de crise, em nenhum outro sÃtio se está a apoiar tanto a produção artÃstica.
Pensei encontrar este tipo de comentários infelizes em blogues da Direita. Afinal enganei-me. A estreiteza de vistas também afecta a Esquerda.
Deitar milhões fora não é propriamente o meu conceito de apoiar a criação artÃstica, Sandro. Ou melhor, há outras formas de fazê-lo. Quanto as Guimarães, conheço bem a cidade e gosto muito. A renovação urbana da cidade é a única coisa boa que vai ficar depois disto tudo. Algo de muito semelhante aconteceu, se se lembrar, com a Porto 2001.
Apoiar a criação é patrocinar a criação de uma Plataforma de Produção Cinematográfica, que tem por base uma associação local. Apoiar a criação é alargar a equipa do Teatro Oficina, a única estrutura de produção artÃstica até aqui existente na cidade (e uma das poucas companhias profissionais na “provÃncia”). São apenas dois exemplos.
Já para não dizer que é incompreensÃvel que, para criticar Carlos Martins, tenha que envolver o projecto cultural da cidade que existia antes dele e continuará quando ele for à sua vida.
Pois eu acho que nos devemos queixar ás austeridades competentes mas tambem é verdade que esta austera virtuosa para alguns é demasiado austera para a grande maioria
viva a coltura viva o colt viva o coldre e mais o cowboy
áh é verdade já comprei uma fisga nova (toino da fisga)
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Caro Ricardo Santos Pinto
O meu nome é Carlos Martins e sou a pessoa de que fala no seu post.
Infelizmente não nos conhecemos. Digo infelizmente porque haveria muito mais que lhe podia dizer sobre o que já fiz na vida que, com certeza, você ia adorar comentar com a mesma falta de rigor e maledicência com que o fez desta vez.
Podia dizer-lhe que sou filho de operários que muito lutaram para que eu pudesse estudar e ter um trabalho digno.
Podia dizer-lhe que criei a minha primeira empresa aos 25 anos e já criei mais duas depois disso. Com muito orgulho e com muitas dificuldades.
Que me licenciei na Faculdade de Economia do Porto, que fiz formação dentro e fora do paÃs e que actualmente faço o doutoramento na Faculdade de Letras do Porto.
Podia dizer-lhe que já dei emprego a muitas dezenas de pessoas e que nunca fiquei a dever um cêntimo a nenhuma delas.
Que fui autarca em Santa Maria da Feira. Que lá criei o primeiro festival de rua do paÃs, onde muitas centenas de jovens do meu paÃs tiveram as primeiras acções de formação de nÃvel internacional. Que criei o maior evento de recriação histórica do paÃs – a Viagem Medieval, que leva a Santa Maria da Feira mais de cem mil pessoas por ano. Que fui responsável pela primeira biblioteca municipal portuguesa a fazer parte da rede da Unesco. Que fui responsável pela instalação do Museu do Papel, recente vencedor do prémio do melhor museu do paÃs.
Que trabalhei no Euro 2004 na coordenação de um vasto programa cultural que decorreu em 9 cidades e que orgulhou o paÃs.
Que, através das empresas que criei, trabalhei com dezenas de instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. Que fui contratado algumas vezes por ajuste directo (convite), forma legal prevista nos regimes de contratação pública, em Portugal e em todo o mundo. Que participei em dezenas de concursos públicos em Portugal. Ganhei uns e perdi outros. Espero ganhar mais dos que aqueles que perco. Natural, não?
Queria explicar-lhe que a Opium, Lda não é uma empresa de “candidaturas a fundos comunitários”. Que, mesmo assim, ajudamos muitos clientes (Teatro São João, vários MunicÃpios, Festival de Curtas de Vila do Conde, etc, etc) a conseguir financiar os seus projectos. Através destes projectos, centenas de artistas e criadores portugueses e estrangeiros puderam ter trabalho e mostrar as suas obras.
Poderia dizer-lhe que não eu mas a Opium, Lda apoiou também a CM Braga a conseguir financiamento para a Capital Europeia da Juventude. Disse “não eu” porque obviamente deixei a empresa para me dedicar ao projecto Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
Poderia dizer-lhe que, a convite da Câmara Municipal de Guimarães, fui eu que coordenei a equipa que apresentou e defendeu em Bruxelas a candidatura desta cidade a Capital Europeia da Cultura. Candidatura vitoriosa, o que muito me honrou. Que fui convidado depois para Director de Projecto (não existe nenhuma “Comissão Executiva”). Não me ofereci, Ricardo. Fui convidado.
Que me demiti em Abril de 2011 por discordar com muito do que estava a ser feito. Saà em silêncio e sem pedir nada em troca (o que não se verificou com quem saiu depois, como bem sabe).
Podia também explicar-lhe que, numa situação crÃtica na gestão do projecto, fui convidado a regressar em Setembro de 2011. Não me ofereci, fui convidado pelos eleitos democráticos. E aceitei, com muito gosto.
Podia dizer-lhe que trabalho mais de 14 horas por dia, numa equipa dedicada e humilde, ao serviço duma cidade especial e dum projecto especial. Que o faço com imenso empenho e determinação, tentando recuperar um projecto que estava por muitos condenado, e que, mesmo havendo muito a fazer, já se transformou num grande sucesso que orgulha os vimaranenses.
Quanto ao financiamento da Capital Europeia da Cultura, também tinha muito a contar-lhe. Desde logo que está mal informado. Contas erradas e histórias trocadas. Não Ricardo, não fui eu que deixei de fazer as ditas candidaturas. Nessa altura nem sequer lá trabalhava. Também devia saber que o investimento total não já não é o que diz (houve cortes orçamentais como veio a público) e que a esmagadora maioria desse investimento é feito na reabilitação de antigos edifÃcios industriais, convertendo-os em espaços de investigação, de produção e de criação.
Também devia saber (é público) que o programa tem muitas centenas de eventos, a maioria promovidos por artistas portugueses, muitos deles de Guimarães e da região, que têm a primeira oportunidade de se dar a conhecer à Europa. Não chega ver os portais de compras públicas, o programa da Capital da Cultura também está disponÃvel online.
Se nos conhecêssemos também lhe explicava que o meu cargo na ADDICT é não executivo e nada remunerado. Exerço-o porque acredito no projecto e porque fui eleito pelos mais de 100 associados, onde se contam a Fundação de Serralves, a Casa da Música, a Universidade do Porto, a Universidade de Aveiro, a Universidade Católica ou a RTP. Serão todos boys como eu?
Por falar nisso, também gostava de lhe dizer, quando nos conhecermos, que não faço parte de nenhuma sociedade secreta nem tenho actividade partidária, repeitando quem o faz.
Caro Ricardo, conheço há muito tempo pessoas como você. Gente que usa os blogs para insultar quem quer fazer alguma coisa, quem quer trabalhar, quem não tem medo de enfrentar desafios, quem não se resigna. Habituei-me a lidar com isso de forma tolerante. Tolerante mas não subserviente.
Como todas as pessoas, tenho muitos defeitos e cometo muitos erros, mas não me falta a coragem para resistir a estes seus ataques suezes.
Se sabe coisas tão graves sobre mim, não se esconda num blog. Não se resigne a brincar a este deporto nacional que é o insulto fácil e brejeiro. Processe-me. Tenha coragem. Talvez então nos conheçamos pessoalmente e eu lhe possa explicar com detalhe tudo o que refiro acima. Em blogs não voltaremos a falar, caro Ricardo.
Cumprimentos
Carlos Martins
Li com atenção o seu comentário, Carlos Martins. E depois de tudo o que apontou, não me parece que o meu post falte à verdade. Poderá não concordar com muitas das opiniões, produzidas à luz da minha ideologia polÃtica (acho a lei dos Ajustes Directos verdadeiramente abjecta, só para dar um exemplo – como é que é possÃvel num paÃs dito democrático entregar algo seja a quem for só porque sim e só porque o adjudicante assim o entende?), mas isso já é outra coisa. Insultos? Nem um.
Não entendo a referência à s raÃzes humildes, porque não tem nada a ver com o assunto em causa, nem ao facto de trabalhar muito – com tantos cargos, acredito que sim. Quanto à s lacunas do post sobre o seu passado, a ideia não era fazer uma enciclopédia sobre a sua pessoa. Até lhe digo mais: se é verdade que foi o criador do Imaginarius enquanto vereador da Feira – confesso que não sabia – a minha consideração por si aumentou mil por cento. Passei no Imaginarius alguns dos mais belos momentos da minha vida. Quem nunca viu Strange Fruit, só para dar um exemplo, nunca viu nada.
Quanto ao facto de me esconder num blogue, não se deve estar a dirigir a mim. Assino com o meu nome e não me escondo de nada. A proposta para processá-lo é descabida – não tenho por que o fazer, nunca me fez nada. O contrário é que seria normal, ser o Carlos Martins a processar-me no caso de se sentir ofendido.
E não o insultei, como diz antes. Pus em causa o seu trabalho, o que é muito diferente. Tem todo o direito de não gostar, mas não pode dizer que o insultei. Nem pode dizer que uso os blogues para isto ou para aquilo. É natural que não me conheça dos blogues, mas sempre critiquei sem contemplações todos aqueles que entendi que devia criticar, sobretudo na classe polÃtica e em especial aqueles que nos (des)governam. Aqueles que o nomearam.
Cumprimentos.