Cada dia me enojam mais
as putas leis religiosas, a sua conduta moral
o seu melhor remédio para a SIDA é a virgindade…
A religião, desde a Inquisição
exerce poderosa e dura repressão
a tudo o que seja sexo e liberdade.
Desfruta da tua vida, e a foder, que são dois dias
e que nada te reprima, rebelião contra a hipocrisia!
Hoje em dia, na nossa geração
o que dita o catecismo, nem Deus o cumpre
nem sequer o que presume ser conservador.
Eis aqui a hipocrisia moral
aquela que os nossos pais sofreram, sem prazer carnal
delimitando o seu sexo para procriar.
Desfruta da tua vida, e a foder, que são dois dias
e que nada te reprima, rebelião contra a hipocrisia!
Sexo! Liberdade!
Anarquia sexual!
Sexo! Liberdade!
Anarquia! Anarquia!
Sexo! Liberdade!
Sexo! Anarquia!
Ninguém te deve impor jamais
faz o que quiseres com o teu corpo em plena liberdade
masturbação, penetração, pratica sexo oral.
E se lutas pela liberdade
não te esqueças, irmão, do homossexual
que já sofreu bastante em clandestinidade.
Desfruta da tua vida, e a foder, que são dois dias
e que nada te reprima, rebelião contra a hipocrisia!
Sexo! Liberdade!…
Esta é a minha cabeça, o meu cérebro, as minhas orelhas
eu já tenho a minha moralidade.
Desfruta da tua vida, e a foder, que são dois dias
e que nada te reprima, rebelião contra a hipocrisia!
Ide à merda e deixai-nos de uma vez em Paz!
—————
(Sexo y Religion – SKA-P) *tradução minha
Sem pôr em causa o teu direito de postares o que te apetecer, devo dizer-te que acho o teu post, e em especial as suas partes gráficas, inutilmente ofensivas de muita gente e de péssimo gosto.
Cordialmente, António Figueira
Sem pôr em causa o teu direito de comentar, devo dizer que acho inutilmente ofensiva de muita gente e de péssimo gosto a história de repressão, mortes e injúrias várias da igreja católica.
Um abraço, João Labrincha
Caro João Labrincha,
de acordo com o que a sua resposta ao comentário do AF diz da Igreja Católica. Peca por defeito.
No entanto, as injunções éticas e estéticas – e, por conseguinte, também polÃticas – do seu post não me parecem propor qualquer alternativa consistente à moral católica e aos seus preceitos de origem pretensamente divina. As religiões mantêm-nos numa menoridade que nos veda a cidadania democrática adulta através da dÃvida e da culpa. Mas o caos do vale tudo que o seu post advoga, o refrão da legitimidade a priori de qualquer pulsão por ser pulsão, não nos aproxima da cidadania democrática nem da extensão de uma esfera erótica emancipada. Não nos ensina a escolher nem a compor (no sentido musical, se quiser), refazendo, como criação de liberdade, aquilo que nos faz. Sugere a guerra de todos contra todos, erotiza-a, recomenda-a. E ao denunciar sumariamente como tirania ilegÃtima e usurpação – não a autoridade religiosa – mas tudo o que ponha limites ao “vale tudo”, é a tirania, religiosa ou não, que acaba por legitimar.
Sei que a intenção era boa, mas não basta, caro Joao. Você, para criticar a sagrada famÃlia, pode e deve fazer melhor.
Cordialmente
msp
Ole1 “Puto”, desculpa se te deslduio, mas o “host” deste blog ne3o se chama Nuno Calado, mas sim Paulo Garcia! Escolhi este nome para o blog por razf5es “sentimentais”, pois o Planeta Pop foi um programa da minha autoria que muito prazer me deu produzir na companhia do grande Nuno Calado!
Sem pôr em causa o teu direito de comentar o meu comentário, e sem querer alongar demasiado uma discussão que me parece ser demasiado auto-evidente para poder ser verdadeiramente útil, deixa-me perguntar-te: se alguém também achar “inutilmente ofensiva de muita gente e de péssimo gosto a história de repressão, mortes e injúrias várias”, por exemplo, do comunismo, resulta daà minimamente útil ou de gosto aceitável a representação dos órgãos fálicos de Lenine? Acresce que, ao contrário de Lenine, aquele que designas de “filho de Deus” é, para muitos, isso mesmo – um filho de Deus: achas que serve qualquer propósito, para além de ofender (gratuitamente, julgo eu), representá-lo de rabo alçado? Vou acrescentar: para além de inutilmente ofensivo e de péssimo gosto, parece-me muito, muitÃssimo tonto.
Cordialmente, AF
PS Registo que retiraste as partes gráficas a que eu me referia. Acho bem.
Tenha juÃzo, irra! Ofender gratuitamente? Que léria é essa? Vá mas é dormir que o seu mal é sono ou a falta dele…
história de repressão, mortes e injúrias várias da igreja católica.
Meu caro, isso é verdade mas pertence à História.
Se quiser encontrar nos dias de hoje sinais evidentes dos efeitos perniciosos da religião terá que se virar para o mundo muçulmano e esquecer a Igreja Católica (que, na verdade, já é inofensiva). Mas aà terá que enfrentar um obstáculo: a única religião que parece bem a um esquerdista radical criticar é a Católica; se tentar levantar crÃticas contra o Islamismo arrisca-se a ser apelidado de “intolerante” e “xenófobo”…
“Se quiser encontrar nos dias de hoje sinais evidentes dos efeitos perniciosos da religião terá que se virar para o mundo muçulmano e esquecer a Igreja Católica (que, na verdade, já é inofensiva)”
Eu não considero inofensivo que a Igreja Católica, sabendo da influência que ainda tem, critique publicamente o uso de um meio contraceptivo que previne uma doença mortal como a SIDA. Não considero igualmente inofensiva uma instituição que, para evitar um escândalo, pretende ocultar episódios de pedofilÃa no seu seio. Também não são inofensivas as palavras recentes de um certo pároco sobre a homossexulidade nem a posição oficial da Igreja, como não é inofensivo o silêncio perante certas guerras e certas misérias…
Um dia ainda gostaria de perceber essa teoria de um esquerda pró fundamentalismo islâmico. Se acha que defender o direito de um povo a libertar-se de uma ocupação feita por um Governo fundamentalista é o mesmo que defender actos terroristas. não tenho muito a dizer-lhe na verdade…
João, concordo com o José Marques e não deverias ter retirado a imagem. Que se foda o purismo!
é. a esquerda é pró-fundamentalismo islâmico. por isso é que o Sarkozy e os amigos já foram à LÃbia dar a sua bênção à introdução da Sharia. que como toda a gente sabe, é um superior garante das liberdades individuais.
de resto, tenho pouco a acrescentar. que se foda o puritanismo. não, não devias ter retirado a imagem, João.
Há limites para o que desejares despejar, se tens problemas com a Inquisição e com a Igreja, vai ao Campo de Santana e resolve a coisa
Ninguém tem que aturar os teus problemas mal resolvidos
Que esta porcaria seja apagada, depois chama-lhe censura ou o raio que te parta
Bom comentário
PS: o de António Figueira
Pois eu acho mal…Até porque, como muitos (provavelmente mais que os eventuais ofendidos) não vi nada, não sei de que se trata e julgo que devia deixar as outras pessoas ofenderem-se (ou não) por elas próprias. Se a si não lhe fazia diferença, então para que levantar tanta polémica? Alem disso, gosto muito dos Ska-P e que eu saiba ainda há liberdade de expressão neste paÃs, embora não seja graças a você.
Se não gosta do que vê, devia reparar numa cruzali do seu lado direito que serve para fechar a pagina, agora vir refilar em nome das eventuais multidões de ofendidos, parece-me, no mÃnimo, prematuro. Veja lá se posso usar a palavra prematuro, não vá o António ser contra o aborto.
Nao se iniba, passe já uma fatuha ao João, como aos outros que fizeram os cartoons do “profeta”.
Fiz um comentário:
“Há limites para o que desejares despejar, se tens problemas com a Inquisição e com a Igreja, vai ao Campo de Santana e resolve a coisa
Ninguém tem que aturar os teus problemas mal resolvidos
Que esta porcaria seja apagada, depois chama-lhe censura ou o raio que te parta”
Indica que continua a aguardar moderação, será que o João apenas aceita comentários muito elaborados ? Ou escolhe com cuidado ? Estranho para não dizer outra coisa
vi ali para cima a expressão “vale tudo”.
Ninguém te deve impor jamais
faz o que quiseres com o teu corpo em plena liberdade
masturbação, penetração, pratica sexo oral.
E se lutas pela liberdade
não te esqueças, irmão, do homossexual
que já sofreu bastante em clandestinidade.
é isto o vale tudo? a masturbação? (ficas cego!), a penetração (bom, depende, quem é que penetra quem?) o sexo oral? (mulher que beija os meus filhos não me faz broches!). é que há aqui comentários (desculpa lá, querido Figueira, mas o teu é logo o primeiro, sim) que me deixaram absolutamente perplexa. e a pensar no que o Picasso tinha a dizer sobre o bom-gosto.
Querida Sassmine,
Eu não disse o q tu dizes q eu digo.
Eu disse e volto a dizer q reproduzir imagens do JC a mexer no falo ou a virar o cu me parece ofensivo para muita gente, inútil e de mau gosto.
Se me apetece chatear o imperialismo norte-americano, por hipótese, faço-o politicamente e não fazendo o Obama figurar em imagens hard-core – com a importante diferença que o Obama não consta que seja divino para ninguém.
As considerações sobre a masturbação, os broches, et al. não têm nada a ver com isso – em matéria de cama, estou como o grande Rabelais: “fait ce que tu voudrais” (rima e é verdade).
Beijinhos, AF
Sassmine:
Concordo com António Figueira
…com o grande Rabelais
( e com a reprodução do naco do poema que escolheste…)
Figueira, as considerações sobre os broches, se notares bem, não eram para ti. só mesmo a do bom-gosto. não foste tu que falaste no vale-tudo. aliás, essa expressão até foi incluÃda num coment que aparentemente defendia o post do João. aparentemente. 😉
É, sorry, li a correr. Gosto (subst.) é uma expressão lixada, imenso que se lhe diga, mas os bonecos do Mighty One que o João postou eram inequÃvocos: eram mesmo de mto mau gosto.
O que vale ao António é que teve a sorte de ler, em tempo útil, presumo, o Rabelais. Sem esta referência, sem esta basezinha erudita, como é que seria?
Seria uma merda!
jajaja! 🙂
Se não me engano, há aqui uma injução claramente normativa: “Desfruta da tua vida, e a foder, que são dois dias /e que nada te reprima, rebelião contra a hipocrisia!” – singularmente sumária e simplista. Aliás, todo o texto não passa de uma auto-refutação e de redução ao absurdo do seu protesto contra a opressão religiosa. A imposição moral(ista) da sexualidade – definida em termos que, como cantava Brel, confundem o erotismo e a ginástica (confondent l’érotisme et la gymnastique) – pode ser tão perversa, ou mais ainda, do que a sua interdição. Pasolini sabia-o e soube mostrá-lo. E, diga-se de passagem, configura o contrário da autonomia (efectivamente incompatÃvel com a heteronomia da regulamentação religiosa dos usos e costumes).
Acho que isto é evidente mesmo sem desenhos. E, por mim, é isto e não a falta de respeito pelas crenças absurdas na filiação divina, que critico no post. Ainda que reconheça que o AF tem razão num aspecto importante: “Se me apetece chatear o imperialismo norte-americano, por hipótese, faço-o politicamente e não fazendo o Obama figurar em imagens hard-core (…)”.
msp
Imposição moralista da sexualidade? “Ninguém te deve impor jamais |
faz o que quiseres com o teu corpo em plena liberdade”? Para mim isto no limite diz até que se não quiseres foder nunca, ninguém tem nada a ver com isso. Desde que isso seja uma livre escolha tua. Realmente as interpretações têm muito que se lhe diga…
Se é para falar a sério, ouça, por favor. No mÃnimo, o post sugere, ainda que pelos melhores motivos (combater a heteronomia religosa, a sacralização de uma ordem sobrerepressiva, etc.), a ideia de uma sexualidade espontaneamente não-conflitual, naturalmente boa, alheia a qualquer normatividade ou só à do critério da gratificação indiscriminada. Ora, a sexualidade – e, mais ainda, o erotismo – é sempre moldada, elaborada, “instituÃda”, em termos social-históricos. Opor a sua “dessocialização” de princÃpio à sobrerepressão da lei religiosa e dos interditos sacralizados é formular uma falsa alternativa e condenar a contestação da heteronomia religiosa a um beco sem saÃda ou birra infantil. Um pouco como se à exploração, por exemplo, opuséssemos não outras relações sociais de produção e a instauração de relações de poder alternativas (anti-hierárquicas, igualitárias), mas a injunção: “apropria-te como te apetecer do que te apetecer” e mais nada.
Este era e é o meu ponto. Não se trata de escolher entre a organização hierárquica e/ou sobrerepressiva e a ausência ou negação de toda a organização (o “caos” ou o “vale tudo” do simples apetite ou capricho imediato) – mas de opor à dominação organizada a organização da liberdade.
Pode ser assim?
msp
à memória do santo padre
saturado pela recusa
debatendo-me com o cansaço
cedo-me ao colchão
desprendidamente
esboço um espreguiçar
de aliviar desprezos
sem nada alternativo
recorro à masturbação
… porquê a virgem maria?
incomodado,
por cair de lado
sobre tal imagem,
acabo no chão
repugnou-me a ideia, a visão
mas, acreditem
foi das maiores “fodas” que dei até hoje
abençoado o autor
de tão nobre e ilustre imagem
Já agora, ouviram a entrevista a Januário Torgal Ferreira?
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2000827
sim. 🙂
Obrigado por me fazer descobrir este grupo.