Não posso estar mais em desacordo com a condenação que o Sérgio Lavos faz do que sucede em Londres.
Em primeiro lugar porque fá-lo repetindo a ideia veiculada pelo discurso dominante que as manifestações estão a ser convocadas através de uma dispendiosa marca de telemóveis. A coisa é repetida incessantemente nos media com o intuito de descredibilizar o carácter de classe do protesto, como se de um facto se tratasse. Quem pense um pouco perceberá que, uma esmagadora maioria dos que estão nas ruas não terão rendimentos para o referido telemóvel. No Egipto ou na TunÃsia também se propagou a ideia que a revolução tinha sido feita no Twitter, mesmo quando a percentagem de cidadãos com acesso à internet era baixÃssima. A internet e os telemóveis serão instrumentos, nunca o centro da revolução.
Quanto à pouca politização do protesto, não me parece nada de muito surpreendente. Depois de muitos anos de religiosa despolitização, descredibilização do papel dos sindicatos e com a falta de uma organização polÃtica de classe em que se possam rever é absurdo pensar que os protestos pudessem ser muito politizados. Ao invés, a batalha pela sua politização está no terreno. Deve ser feita nas ruas e não com prudentes demarcações.
Esta não é a minha revolução tal como o 25 de Abril não seria, mesmo com cravos e com poucos tiros, caso não tivesse existido o PREC ou SpÃnola tivesse conseguido manter o poder. Uma revolução define-se pelo que constrói, não pelo que destrói.
Entretanto, durante os próximos dias serão divulgados inúmeros relatos de cidadãos injustamente afectados pela fúria destruidora dos manifestantes. Gente que, pela primeira vez, terá antena aberta para denunciar os que, tal como os próprios, pouco têm a perder. Durante os próximos dias não será notÃcia os bancos e demais agências do grande capital destruÃdos. Os anúncios da McDonald’s darão lugar, por uma vez, à história do precário restaurante destruÃdo onde trabalhava uma famÃlia. É o capital à procura da solidariedade dos desesperados.
É claro que seria muito mais simpático uma revolução sem chamas nem vidros partidos, de gente bonita deitada na relva a tuÃtar do seu iPad mensagens eroticamente politizadas.
Mas é o que temos. Nem todos podemos ser bonitos ou fazer a revolução com a tecnologia que desejamos.
A esquerda que quer construir uma sociedade mais justa não se deve colocar à margem destes movimentos. Por mais violentos, lumpenizados ou despolitizados que se manifestem.
Embora tenda a concordar com a globalidade do texto, a meu ver, impõem-se duas notas: primeiro, não sei se será correcto menosprezar os actos de alguns dos amotinados sobre elementos da classe trabalhadora. Não se deve esquecer que foram, na sua maioria, trabalhadores e pequenos comerciantes que se viram privados dos seus bens durante estes dias. Daà que este tipo de acções dificilmente terá a aprovação da maioria da classe trabalhadora. Sem se desistir de procurar estabelecer uma relação de causalidade polÃtica e social para explicar o sucedido, penso que não devemos cair no extremo de subvalorizar a violência cega que ocorreu em Londres. Só descredibilizará a esquerda organizada e consequente. Pelo contrário, devemos louvar e incentivar a classe trabalhadora dos diferentes bairros onde ocorreram tumultos a auto-organizar-se, politizar o movimento e organizar defesas contra os lumpens de serviço. Caso contrário, a extrema-direita da English Defence League ocupará esse lugar, como já se adivinha.
Segundo, não sei se não será demasiado optimista caracterizar os sucessos na Inglaterra como uma “revolução”. Quando muito, será mais uma das convulsões destrutivas provocadas por um capitalismo em decadência, que deixa cada vez mais pessoas em total desesperança, aliado a um movimento social dos trabalhadores em crise, que não consegue organizar a luta destes segmentos sociais. Estamos numa etapa revolucionária, certamente, e estes movimentos farão parte dela. Mas caracterizá-los como uma “revolução”, per se, penso ser exagerado.
Completamente de acordo, Tiago Silva. Por mais que perceba a boa intenção do post do Tiago (em particular, em relação à destruição britânica dos movimentos polÃticos organizados), uma revolução humanista global poderá passar por Espanha, pelo Chile ou até pelos movimentos de contestação social em Israel, não pela violência gratuita e pelo saque de Londres.
Isso é fazer o jogo da direita, que se pela por meter tudo no mesmo saco, enquanto se esquece o criminoso norueguês
Desculpem lá, mas onde é que encontram, no que escreve o Tiago, a defesa de que a via londrina é o caminho da “revolução”, humanista ou proletária?
O que é isso da esquerda organizada e consequente, Tiago Silva?
Terás lido o que escreveu o Tariq Ali? http://www.greenleft.org.au/node/48439 Também está a fazer o jogo da direita?
Li com bastante atenção, Renato. O que eu quero dizer, tão-somente, é que não se deve menosprezar a violência e destruição que se abateu sobre a própria classe trabalhadora dos bairros onde ocorreram os tumultos. Nem 8 nem 80: não devemos partir de uma análise puramente “criminológica” da coisa, mas também não podemos deixar ambiguidades quanto aos actos daqueles lumpens. Da minha parte, eu condeno-os, mas sei que o dedo deve ser apontado, em última instância, à s classes dominantes que criaram, e continuam a alimentar, um monstro que eles não conseguem conter. Por muito que distingamos o essencial do acessório, e por muito que achemos que a revolta se deve construir nos movimentos reais da sociedade, da minha parte não compactuo com actos perpetrados por lumpens que atacam os elementos da sua própria classe. Aliás, nem a esmagadora maioria da classe trabalhadora se revê nestes actos.
Não devias basear a tua análise apenas pelo que te chega dos suspeitos do costume. É evidente que há sempre excessos quando o rio extravasa, mas como tem dito a Gui, o Tiago ou o Tariq, o debate, à esquerda, devia ser sobretudo e principalmente, sobre as margens.
Tiago, sobre os alvos prioritários da destruição cada media diz coisas diferentes. No inÃcio ouvi, salvo erro na SIC, que apenas os pequenos negócios eram poupados. Pela informação que tenho não me parece que isso seja verdade. Acho que a destruição é despolitizada, graças a muitos anos de Tatcher, Major, Blair e afins.
Repara que não digo que é uma revolução.
Precisamente, mesmo a destruição bacoca tem um fundamento polÃtico, seja ela generalizada ou não. Eu apenas queria dizer que o facto de esta onda atingir os mesmos que são atingidos pelos roubos do Cameron e afins não deve ser passada em branco.
Feios, porcos, maus e presos. LOL
O homem da música é infinitamente mais inteligente do que os ideólogos de meia leca (renato) aqui do 5.
Ah são estes que andam a medir a inteligência com base no tamanho da sua toleirice que se permitem estas pequenas barbaridades.
“…Quem pense um pouco perceberá que, uma esmagadora maioria dos que estão nas ruas não terão rendimentos para o referido telemóvel…”
Tiago essa afirmação é redondamente falsa. Basta olhar a realidade Portuguesa (exactamente, os pobres) – que até têm menor poder de compra.
Pelos relatos que nos chegam (do capital e do anti capital) os que estão na rua – no toca e foge, varrendo, roubando, queimando tudo o que encontram pela frente – na sua maioria, são especialmente gente mal fomada civicamente. E merecem ser condenados por isso.
Não acredito que o desempregado que luta e “briga” por uma vida digna e justa, tenha alguma coisa a ver com aquilo que vai saltando cá para fora.
O justo não pode pagar NUNCA pelo pecador.
Isto que se passa em Londres nunca poderá ser uma revolução. Como diz o Tiago Silva, poderá ser quanto muito uma imagem decandente do capitalismo e por incrivel que pareça, do anti capitalismo. Ambos e à sua maneira vão vender muito peixe. Literalmente vender o seu peixe.
Quem tem um minimo de inteligência e está informado saberá distinguir, sem necessidade de injecções cerebrais.
Rui F., até me arrepio com o seu comentário. Caracterizar quem quer seja como “gente mal formada civicamente”, faz-me lembrar qualquer coisa na história recente da Humanidade. Coisa que, com a sua inteligência, irá certamente investigar.
Pelo que percebo, o carÃssimo, acha que os “pobres”, pelo menos em Portugal, têm telemóveis demais. Pode-me referenciar algum estudo sério sobre a matéria?
Mas o que é arrepiante é que, quando/se ocorrer cá ainda vamos ter declarados apoiantes de esquerda a defender, com as milÃcias de extrema direita, a criminalização e punição dos miseráveis numa manifesta opção de classe.
Se há coisa que eu gosto, são so argumentos dos extremos. Idênticos.
Então dê-me lá o seu estudo que prova que a maioria dos tipos que anda lá nas ruas não tem possibilidades de ter um telemóvel?!
Tiago a ladaÃnha dos trabalhadores vinda do tipos do PC continua desarmante.
Olhe…a esmagadora maioria dos tipos que andam a fazer merda lá em Londres, não tenho pena absolutamente nenhuma deles. Nem os confundo com os outros que se viram com a vida transtornada, de uma hora para a outra.
Fique sabendo que a antena está aberta e os relatos da classe trabalhadora (exactamente, a verdadeira classe trabalhadora) sucedem-se. Só não lê, não ouve quem não quer ou não tem capacidade.
Os pobres em Portugal não têm telemóvel? Essa é boa.
Imagino um paÃs de gente rica aqui…deve haver uns 500.000 ou 1.000.000 de telemóveis no máximo!
O que me arrepia é o populismo Saloio de certa Esquerda que não entende de maneira nenhuma e cada vez menos, a classe trabalhadora.
“Caracterizar quem quer seja como “gente mal formada civicamenteâ€, faz-me lembrar qualquer coisa na história recente da Humanidade. Coisa que, com a sua inteligência, irá certamente investigar.”
Vejamos: gente que ataca, destroi e pilha. Gente mal formada, sem dúvida.
“Toca a mandar esta gente toda para câmara de gás…e já agora para uma esterilização forçada de todos aqueles que já tenham idade para procriar.E , já agora, condenemos os pobre por serem pobres!”
Coitadinhos: foram forçados a pilhar e destruir porque não podiam comprar blackberrys. Sem isso, como se vive ?
O que eu me farto de rir com estes patéticos sonhos molhados…. “é a revolução”, “é a luta contra o capital”…
A bem dizer, é uma palhaçada. Arruina-se este, destroi-se o bem daquele, saca-se umas coisas lá para casa, e ainda dá para pregar um pin no blusão para daqui a uns anos dizer “eu estava lá”.
O LuÃs faz-me lembrar alguém…quem será?
O de não me faz lembrar ninguém.
Em todo o caso, a questão mantém-se: uns sonhos molhados com “a revolução”, um bocado de agitação e garantias de que os filhos-da-puta, ups, “manifestantes”, são “pobres”, e que é necessário politizar os saques, ups, “protestos”.
A bem dizer, giro mesmo era terem feito uma acampada.
Não. Seria demasiado fácil dizer que o luÃs me fazia lembrar um fdp qualquer….
A mãe não tem qualquer culpa do filho ser o que é
Portanto para quê insultar a mãe do LuÃs?
Quanto ao paleio….pois está certo,confere.
Renato, claro que sim. Daà distinguir o essencial do acessório. Obviamente que o essencial é procurar as causas para o que aconteceu, numa perspectiva polÃtica e social. Obviamente, que a principal violência é aquela que milhões de pessoas sofrem todos os dias graças ás pilhagens dos Camerons pelo globo fora. Em Portugal e no resto da Europa, somos pilhados pelos nossos governos todos os dias. Até para os actos extravasados de Londres devemos buscar uma explicação polÃtica e social, não criminológica ou de outro foro qualquer. O que não quer dizer que não tenha uma postura crÃtica. O que eu gostaria, sinceramente, é que a auto-organização popular fizesse o que 16.000 polÃcias não conseguem.
Sonhar por sonhar prefiro que deixem de ser precisos 16 mil polÃcias. O debate é sobre o concreto, não sobre o que desejamos. Neste particular, confesso, estranho já te ter lido mais angustias sobre os desordeiros de segunda do que sobre os primeiros. Ter sentido crÃtico é uma coisa, perder a perspectiva é alimentar a ilusão da equidistância.
Renato, eu próprio disse que concordava com a globalidade do texto do Tiago Mota Saraiva. O pequenos textos que tanto eu como o Daniel Maciel escrevemos para o Sentidos Distintos partiam da mesma perspectiva veiculada por ti e pelo Tiago, neste texto: enquadrar os acontecimentos numa dada conjuntura, responsabilizar a polÃtica da miséria, a pauperização generalizada e a exclusão social como fontes da violência. Não vou estar a chover no molhado.
O meu comentário inicial foi uma nota complementar ao post do Tiago, não uma refutação da sua argumentação. Pilhar, roubar os seus camaradas de classe é condenável? Sem dúvida e para mim será sempre. As reacções derivam de uma determinada conjuntura polÃtico-social? Óbvio que sim. Uma coisa não inviabiliza a outra. Aliás, tenho lido posições de grupos no terreno, inclusivamente de anarquistas, sempre mais propensos ao comummente chamado de “acção directa”, onde formulam uma posição similar a esta.
Não sei se estaremos de acordo. Acho que o retrato de que foram principalmente “camaradas de classe” os visados nos motins parece-me enganador. Nem tudo que é paki é prole, especialmente em Londres. Acho que a sobrevalorização do excesso pretende camuflar, como bem desmonta o Tiago, a profunda natureza polÃtica (e em boa parte também de classe) do que se está a passar.
Bem, eu não vou andar a investigar um a um quem foram os visados dos ataques, mas segundo o que tenho ouvido e lido (e acredita, que não foi nos media do capital), a violência é, em larga medida, direccionada aos habitantes dos bairros onde deflagraram os confrontos. Desculpa, mas duvido que as vÃtimas sejam todos uns burgueses exploradores. Aliás, tenho falado com amigos meus que estão lá, a minha namorada esteve lá até ontem e, garantem-me que a situação é bastante complicada. Eles não são ricos, nem andam em grandes carros, mas borraram-se de medo. A violência, em grande medida, gostemos ou não, tem sido arbitrária. Isto não é igual aos confrontos na Grécia ou na América do Sul. Não ganhamos nada em escamotear isso numa análise que se queira séria.
Concordo contigo quando dizes que os media vão tentar sobrevalorizar isto até ao auge, e descredibilizar ao máximo todos aqueles que desejam examinar a situação de um ponto de vista polÃtico de esquerda. Aliás, isso acontece sempre. Agora, não é por isso que vou deixar de ver as coisas como ela são. Tudo bem que o levantamento tem uma conjuntura polÃtica e social por trás, e isso é o central numa análise. Por isso, não acho que esteja a sobrevalorizar seja o que for. No texto que escrevi, tal como nas conversas que tenho tido sobre isto, sempre privilegiei a questão polÃtica, a fonte da violência, e não a violência em si. Agora, desculpa, mas temos de ver as coisas como elas são e não como desejamos que elas fossem, tal como tu disseste. Mais uma vez, nem 8 nem 80.
Tiago, não é preciso mitificarmos. Nem eu digo que são todos burgueses, nem tu que são todos operários. A questão é não alinhar no embrulho que sabemos de antemão qual é a sua intenção.
“…na sua maioria, são especialmente gente mal fomada civicamente. E merecem ser condenados por isso.”
Isto é uma pérola!
Toca a mandar esta gente toda para câmara de gás…e já agora para uma esterilização forçada de todos aqueles que já tenham idade para procriar.
E , já agora, condenemos os pobre por serem pobres!
para os Gulags foram e muitos.
rui f,
mas que raio é que eu tenho que ver com os gulags?
argumente, homem! não mande coisas para o ar quando fica sem capacidade de justificar as suas próprias alarvidades boçais.
é que se estiver caladinho, pelo menos não cai no ridÃculo.
passar bem!
Alarvidades?
CaÃste de cabeça do berço?
Toma qualquer merda.
Cheiras a mofo
Como é possÃvel que este Rui apareça por aqui,boçal criatura alarve,que utiliza o insulto como arma de argumentação?Este Rui F pensará que está no Insurgente?Ou entre confrades das milÃcias adjacentes?
De
Aos pesporrentes trato-os com a devida vénia…ou será ténia?
O Rui sabe do que a sua casa gasta.Por isso,independentemente da vénia,repete-se o que já se disse:a boçal criatura alarde alarvidades.As mÃlicias não vão longe com “pesporrentes”(?)assim
Uma ténia para o Rui?Isso e muito mais
De
peço perdão.
A minha devida ténia.
sub,
A filha de um multi-milionario foi apanhada a pilhar coisas tipo LCDs e agora????
Quando os fdps do costume se abstêm de vomitar distracções a dialética desbrava o que há a desbravar da realidade.
Agradeço-vos estes 5 minutos de úteis comentários.
O que eu gostaria, sinceramente, é que a auto-organização popular fizesse o que 16.000 polÃcias não conseguem.
—
É precisamente isto que está a acontecer, Tiago. 🙂 Muito bonito.
e cá estão os nazis do costume a confundir auto-organização com milicias de extrema-direita organizadas.
Eu não confundi, subcarvalho 🙂
É nestes momentos que tenho que dar razão aos americanos e à sua legalização do uso e porte de armas de grande calibre.
Tivessem aqueles pequenos comerciantes organizados e cada um com um “canhão” nas mãos queria ver aqueles bandalhos a destruÃrem-lhes o trabalho de uma vida…
Katulo a babar-se pelas armas qual defensor de Charlton Heston,um canastrão actor presidente vitalÃcio da NRA (national rifle associatipon)nos EUA e com ligações sujas e sórdidas à industria do armamento.Está certo.O Insurgente também vai por esta via.
E não é que o trabalho desta vida não é sistematicamente destruÃdo pelos neo-liberais enquistados no poder e seus mandantes ? Quotidianamente e sem direito a telenovelas na televisão ou nos ditos Insurgentes?
Ora se os que vêem o seu trabalho diário ser apagado do mapa pelo poder reinante,causador de tanto desemprego e miséria tivessem organizados e cada um com um “canhão†nas mãos queria ver aqueles bandalhos dos neo-liberais a destruÃrem-lhes o trabalho de uma vida…
Era assim não era?
De(mente),
Vê este vÃdeo para perceberes como é que os americanos (neste caso coreanos-americanos) se preparam para os bandalhos que tencionam destruir-lhe a sua propriedade.
Os Europeus também vão chegar à conclusão que os americanos têm razão e as coisas não vão lá com “paninhos quentes”. Esta década vai assistir a muitas mudanças. E nenhuma será no sentido que desejas…
ei katulo…já te passou da memória los angeles 1992???
Heston era um fascista ligado ao negócio de armas.Katulo não está ligado ao negócio de armas,acho
Quanto ao próprio Katulo,há uma questão que me intriga.Um dos nicks usados pelo Katulo,Wily Brandt, é o de alguém conhecido pela sua posição de aversão ao descontrolo do armamento.Claramente alguém que não se identificava com o comentário troglodita do Katulo.A questão que levanto é se a escolha dos nicks por parte do Katulo se prende com a eventual eficácia destes no meio em que os usa…Isso tem um nome,não tem?Ou melhor tem vários nomes,não tem?
“Tivessem aqueles pequenos comerciantes organizados e cada um com um “canhão†nas mãos queria ver aqueles bandalhos a destruÃrem-lhes o trabalho de uma vida…”
É verdade. Não lhes destruÃam o trabalho de uma vida. Aproveitavam e destruÃam-lhe a vida, igualmente.
Brilhante, este comentário do Katulo…
Porra até arripia tamanha valentia…com as botas do meu pai, sou eu um homem.
Esclarece-me uma coisa, sabes qual é o efeito de um tiro no corpo humano????
Muito Bem!
Porém, uma revolução define-se pelo que constroi e pelo que intencionadadmente destroi.
Já agora uma nota: têm noção que o aparelho que a jovem está a segurar enquanto deitada na relvinha é um Kindle, não têm? Não é um iPad…
E o invejoso ao lado não imagina sequer o que inveja…
A posição da menina é de um conforto nebular.
Ele quer um Kindle e vai levar um “triciclo” (TM)
O argumento da politização não faz muito sentido se atentarmos ao que se passou no mundo árabe. E a treta dos blackberry faz algum sentido: a capacidade walkie-talkie de muitos modelos sempre fez deles telemóveis de eleição para muita malta ligada ao tráfego de droga; que agora está bem embrenhada nestes eventos.
Depois, não me parece que o “terreno” esteja muito propÃcio para essa tal “batalha pela sua politização”, para dizer o mÃnimo.
LM R, convirás que a extrema direita já está no terreno.
Esses o que fazem não é batalhar pela politização; é integrar a violência, dando-lhe uma camada de verniz com ar “polÃtico”. É mais fácil.
É curioso o silêncio arrogante do visado. Esperava dele, que tantas vezes tenho visto a defender, contra o politicamente correcto Daniel Oliveira, posições bem mais comprometidas com este lado da barricada (aqui faz mesmo sentido, literalmente, falar da barricada). Até o vi a anunciar manifes pela sabotagem e pelo bloqueio no social-democrata arrastão, vejam bem!
Mas é assim, ao fim de algum tempo as questões de classe, de formação polÃtica e de classe manifestam-se nas esciolhas que se fazem. Falar mal do Passos Coelho é fácil e une-nos a todxs, agora uma rebelião nas ruas com gente que cheira mal e que rouba e que até usa telefones de marca, isso é um escândalo! Pois é mesmo aqui que se fazem as escolhas, e do Sérgio foi julgar os actos de quem rebenta depois de séculos entre a escravatura e a mendicidade, de décadas entre o centro social, o anuncio de tv que lhe diz que só é um homenzinho se tiver uns adidas e de anos entre tiros da polÃcia e irmãos que morrem do craque. É pena ver que mais um aliado, embora apenas internético, caia nas graciosas e doces mãos da doce social-democracia-do-bom-senso, terá alguma vez realmente saÃdo de lá?
aquilo não é um iPad, amiguinhos.
Pois não :). A história do iPad vem de trás.
Estive em Estrasburgo aquando da cimeira da NATO de 2009. Vi milhares de manifestantes sinceramente determinados na dissolução da NATO e outros, poucos mas não tão poucos assim, a destruir, partir, incendiar – a intimidar, inclusivamente, aqueles com quem à partida estariam com eles na manifestação. Não comparo com os tumultos de Londres – pois os black bloc são tudo menos jovens marginalizados por décadas de uma polÃtica racista e criadora de guetos – mas sei como facilmente as pessoas, nomeadamente a classe trabalhadora, se vira contra a violência gratuita. Já o livro irlandês «Insurreição» falava (referindo-se ao ano de 1921) do aproveitamento por parte do lumpen de uma situação revolucionária (que não é o caso em Londres) para pilhar e roubar…
Agora, uma coisa é certa (citando Ângelo Alves no Facebook): «Quem tentar dissociar os acontecimentos de Londres da evidente aproximação de uma nova explosão de crise (desta feita podendo envolver inclusive os chamados “paÃses emergentes” e assim atirar para o abismo da recessão a economia mundial) e da resposta violenta, racista, xenófoba e anti-democrática do sistema face ao aprofundamento da sua crise, então não perceberá nada do que se está a passar…».
E estou tentado a concordar com o Tiago: não estamos perante violência de classe contra a classe exploradora. Dizer que a explosão social tem uma profunda marca de classe será uma coisa; que se dirige contra uma classe especÃfica é outra bem diferente.
http://www.abc.net.au/unleashed/2833334.html
Sem mitificar, nem idealizar, muito menos demonizar, um texto que, além de descrever a vivência diária em Londres, comporta uma análise polÃtica da raiz dos motins.
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Moços,
Ainda não percebi a importancia que se quer dar ao iPad, blackberry e afins.
Os maus e os bons não foram todos eles formatados para consumir, consumir, consumir e consumir??? Os bons e os maus…muitos deles que nunca vergaram a mola e são engordados em bairros manhosos apenas para: consumir, consumir, consumir e consumir e os culpados são: Major, Tatcher, Blair Gordan e companhia. Se pensam que há solução, tirem o cavalinho sa chuva.
Imagem a notÃcia: bandos de jovens nas ruas de Havana a vandalizarem edifÃcios, carros, a provocarem incêndios e até a assaltarem transeuntes. A imprensa alega motivações: más condições de vida, falta de liberdade de imprensa, falta de liberdade de associação e de liberdade polÃtica, restrições ao acesso à Internet, impossibilidade de emigrar… Entretanto, novas notÃcias informam que distúrbios de igual violência já se alastraram a Santiago de Cuba…
Estão a imaginar as reacções do blogue 5Dias, não estão?
Primeira hipótese: nem sequer comentam o assunto. Hipótese muito plausÃvel atendendo a que o mesmo blogue não abordou, nem ao de leve, o último congresso do PC cubano, um congresso de importância histórica.
Segunda hipótese: o assunto é abordado, mas a coragem e a vontade de mudança dos manifestantes não é minimamente elogiada. Pelo contrário: são altamente criticados. Os mais apparatchiks de entre os comentadores do 5 Dias dirão que se tratam de “provocadores”, “contra-revolucionários”, “agentes da CIA”, “infiltrados de Miami”, e outras coisas que tal.
Imaginem…
Imaginamos?Qual imaginar qual carapuça.O que vemos é alguém disparar um comentário ao lado para não falar do tema quente.E insistir na velha estratégia de falar de Cuba ou de qualquer outro sÃtio como manobra de distracção ou de intimidação .Rodrigues lá tem os seus ódios de estimação e os seus amores peculiares.Enfim um appaparitck da direita nauseabunda ou dita civilizada?
Ainda bem que isto é um blog de “esquerda”. Civilizada.
Bem visto. Eu aponto para a primeira hipótese, embora a segunda também é provável de suceder. A dualidade de critérios desta malta é impressionante. Falam eles no “fascismo” da Scotland Yard quando por muito menos em Cuba quem sai da linha leva logo na corneta.
Katulo fala em fascismo?O Katulo fala mesmo em fascismo?Ah…fala também em Cuba.
Esta malta é impressionante.Não consegue deixar de tentar fazer o seu “trabalhinho”,mesmo quando se fala na Inglaterra
Uma malta “interessante” este Katulo,não?
Quando não se tem argumentos para rebater o OBVIO e o OBVIO é que criamos monstros com a ganancia que comsumissem, vem o Vasco Rodrigues imaginar o que não existe.
Mesmo que acontecesse o que imaginou essa carola ” brilhante” ninguem concordaria , nem mesmo no 5dias, digo eu que apenas venho aqui de ves em quando.
Portuguesmente falando dizia-lhe o que acho da tua imaginação mas é gastar velas com ruim defunto.
Não há nada de “óbvio” na tua análise simplista, proferida em frases desconexas, sem lógica e sem conteúdo. Na realidade, a única coisa “óbvia” é um comentário desses só poder sair da boca de um esquerdista radical.
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Creio que o Tiago Silva e o Vasco têm, em grande medida, razão. Não me parece que se ponha em causa a oligarquia dominante e, menos ainda, o princÃpio da sua hegemonia, atacando membros comuns da grande maioria explorada e precarizada pela ordem existente e pelo governo da sua economia polÃtica. A injustiça combate-se com a justiça, a negação da igualdade com a participação democrática na direcção da cidade e da sua economia, a selva da concorrência e da competição com a solidariedade e objectivos comuns partilháveis – e não com a exasperação da guerra de todos contra todos nas fileiras dos dominados. Não são esquisitices de quem quer uma revolução ideal – são condições necessárias e substantivas do combate pela liberdade igual para todos, pela conquista dessa liberdade comum que, só ela, poderá garantir a igualdade de todos.
Acrescento à recomendação de leitura do Tiago Silva, uma outra: a dos posts do Alexandre Abreu nos Ladrões de Bicicletas: Notas sobre os Motins no Reino Unido I e II ( http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2011/08/notas-sobre-os-motins-no-reino-unido-i.html ; http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2011/08/notas-sobre-os-motins-no-reino-unido-i_09.html ).
Saudações democráticas
msp
Qual caráter de classe? O lumpen puro e duro agora já é classe social? Alguma vez revolucionários a sério apoiaram atos de mero vandalismo e pilhagem, ainda por cima de objetos sÃmbolos de standing social? Vão ler Marx, como a minha geração leu e releu.
Alguns dizem aqui: esta não é a minha revolução. Mas a revolução tem donos? A revolução terá que ser esse chá dançante da limpinha luta de classes?
Estes jovens não têm objectivos, é certo. Não conseguem distinguir o alvo da sua raiva e disparam para o lado. Mas se os revolucionários, em vez de ficar de fora destas movimentações anárquicas, nelas mergulhassem para lhe dar uma visão do inimigo a abater, não seria mais eficaz do que estar a bater punhetas teóricas?
Sim, tenho em Londres o meu filho e os meus netos e tremo com o que lhe possa suceder, mas já disse ao meu filho: se não engrossas as fileiras da revolta consciente contra o capitalismo podes vir a ser uma vÃtima da fúria e do desespero dos mais pobres…Depois não te queixes.
Numa primeira fase estes desesperados da vida vão ter contra eles a classe a que pertencem,mas eles libertaram demónios, despertaram a repressão, lançaram o debate.
350 mil manifestantes pacÃficos em Londres não conseguiram demover a classe dominante da sua polÃtica de rapina. Umas centenas de jovens lançaram o pânico nas fileiras inimigas. Desorientou o campo popular? Mas também deu pistas e abriu portas…
Manuel Monteiro
Não é para ser chato, mas um Blackberry no Reino Unido custa exactamente ZERO libras, com planos a partir de 20 libras por mês. Toda a gente tem um.
“Repara que não digo que é uma revolução.”
Exacto. Não é.
E as marcas que estes incidentes vão deixar são mais votos nos conservadores, mais inscrições nas organizações da extrema-direita.
Um movimento revolucionário não é um jogo de croquet, claro, mas também não é nada disto.
Há qualquer coisa de fascistóide num tal comportamento não há?Uma volta pelo insurgente permitiu identificar alguns do mesmo género.O contágio propaga-se do insurgente para aqui,ou simplesmente o José é visita única?É que reparei que um indivÃduo de extrema-direita, ligado a um blog racista e neo-nazi chamado gladius,enchia os comentários do insurgente.Agora aparece o José a bater palmas ao seu dilecto amigo ,o Katulo e a pedir armas.O medo começa a acercar-se dos Josés e Katulos desta vida?Esta é a saÃda para quem sente que a contestação ao regime de Passos Coelho vai aumentar?E para quem quer defender o magro pecúlio de Nogueira Leite e quejandos da contestação popular?
Já se tinha percebido que o De soletra mal. Tem-se agora a confirmação que nem ler sabe.
Nem soletrar,nem ler
Lol
Isso queria o José e o seu amigo Katulo
“Agora aparece o José a bater palmas ao seu dilecto amigo ,o Katulo e a pedir armas”
Não, não sabe ler…
Olhe que sim,olhe que sim.José dixit:”“Tivessem aqueles pequenos comerciantes organizados e cada um com um “canhão†nas mãos queria ver aqueles bandalhos a destruÃrem-lhes o trabalho de uma vida…â€
É verdade. Não lhes destruÃam o trabalho de uma vida. Aproveitavam e destruÃam-lhe a vida, igualmente.
Brilhante, este comentário do Katulo…”
e eu repito:“Agora aparece o José a bater palmas ao seu dilecto amigo ,o Katulo e a pedir armasâ€
“Há qualquer coisa de fascistóide num tal comportamento não há?Uma volta pelo insurgente permitiu identificar alguns do mesmo género.O contágio propaga-se do insurgente para aqui,ou simplesmente o José é visita única?É que reparei que um indivÃduo de extrema-direita, ligado a um blog racista e neo-nazi chamado gladius,enchia os comentários do insurgente.Agora aparece o José a bater palmas ao seu dilecto amigo ,o Katulo e a pedir armas.O medo começa a acercar-se dos Josés e Katulos desta vida?”
Fascistoide é a técnica do de: quando a conversa não agrada, vá de colar a etiqueta “de direita”, “fascista”, ou outra qualquer. Argumentos é que nicles. Népia. Rien.
Deliram com a ideia de que uma explosão de vandalismo é um embrião da revolução, imaginam que os pilhados são exploradores (na melhor das hipóteses, danos colaterais justificáveis pela “raiva” e pelos “excessos” da “revolução”).
E embalados pelos delÃrios, demonstram a sua natureza totalitária.
LuÃs?Anda com certeza distraÃdo,não anda?Não lê ou não está interessado?A acusação de comportamento fascistóide está perfeitamente clara.E provada.Quem defende milÃcias com armas de fogo e defende o direito à utilização indiscriminada de armas pode ter tal qualificativo?Comportamento fascistóide?(Não adianta entrar em histerias e começar logo a falar em fascismo e coisas do género LuÃs.As palavras usadas foram”comportamento fascistóide”)Quem utiliza expressões como”cada um com um “canhão†nas mãos queria ver aqueles bandalhos… ” ou”Os Europeus também vão chegar à conclusão que os americanos têm razão e as coisas não vão lá com “paninhos quentesâ€(e só à bala), pode ser apelidado de ter comportamento fascistóide ?A palavra fascista foi usada para qualificar um que o era(lastimo se o admira,mas…a verdade acima de tudo)um tal Charlton Heston.
Revoltou-lhe a ideia da acusação ao Insurgente de dar abrigo a um xenófobo neo-nazi?Mas é a realidade e provei-o dando dados…e nomes
LuÃs…pese embora a sua possÃvel simpatia por essa coisa chamada “Insurgente”,pese embora as suas aldrabices ao estilo também do Insurgente sobre o que aqui se disse e sobre aquilo que diz,pese tudo isto numa coisa fui claro:provei o que disse..Com exemplos como argumentos.
Oh LuÃs e não é que embalado pelo delÃrio demonstrou a sua natureza….?
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