Com ar durão e sacana
fez a posta imperialista
agora, fica letrista
passado o fim-de-semana.
*
Agora, fica letrista
e posta com grande afinco
em versos, fez trinta e cinco
(quer poema que lhe assista).
*
Em versos, fez trinta e cinco
sem estrutura nenhuma
Não domino bem a pluma
mas com poesia não brinco.
*
Não te vou pedir que escrevas como Camões, o galego.
Mas advirto, meu de Deus, és rapsoda sem emprego.
Gostei muito do poema, Ricardo. E tem versos em que se nota que houve empenho (falo a sério, são bons). Sobre historiografia e demais falamos nos próximos dias (estou cheio de trabalho hoje). Abraço e parabéns pelo texto.
Por certo, não para Ricardo que se nota que é leitor costumeiro de versos mas para quem venha para aquà ter, o texto está em formato de soneto shakespeariano (3 quartetos e um dÃstico) com um cheirinho a lÃrica galaico-portuguesa (outro dia também temos que falar disso) com o recurso ao leixa-pren (repetição de versos, embora não sejam os de costume nas cantigas de amigo).
Pela resposta diria que nem és galego nem algarvio, mas sim açoriano. 🙂
Eu sou daqueles que “venho para aqui ter” e tenho de bater palmas por este belo esgalhanço, tanto na forma como no conteúdo. Unidade copular contra a monarquia da armada! 😉
_________Andam doidos, doidos mesmo,
_________Os reguilas do costume,
_________Com as porradas a esmo:
_________Não vai parar o queixume.
_________A PolÃcia é gente bruta,
_________Que não olha a *despesas*
_________Quem se meter na luta
_________Não aventará surpresas. . .
_________Filhos da puta, cabrões,
_________Não é coisa que se diga,
_________(Há outras opiniões
_________Aà é que está a *espiga* . . .)
_________Têm firme de aguentar,
_________Quando eles só instigam?
_________Quem pode isso suportar?
_________Não me digam, não me digam. . .
_________Pois tu não te ficarias,
_________Sendo polÃcia de choque,
_________Para essas tropelias,
_________Leva-se tudo a reboque.