Sempre gostei de lixo. Particularmente aquele onde se encontram rolos fotográficos por revelar, cadernetas de cromos, maquinetas antigas, cadeiras de formatos esquisitos, marcadores em couro, monitores de 15″… e outros objectivos, vá, rústicos, menos rústicos, insignificantes, bugigangas, óptimos para revenda, decorativos qb, inúteis ou ± inúteis. Será que o corte da Moody’s nos faz um paÃs rústico, menos rústico, uma bugiganga, óptimo para revenda, decorativo qb, inútel ou ± inútil?
Enfim, leiam atentamente esta magnÃfica linguagem para nós que somos lixo:
A Fitch e a Standard and Poor’s têm um ‘rating’ de ‘BBB-‘ para Portugal.››
Até sei algumas coisas de português e de inglês, mas desta confusão nada se percebe, exceptuando uma coisa: tal como nas ruas, em que o lixo se encontra à mão de todos, a esta escala significa exactamente o que?
Independentemente da posição que se tenha perante as regras do jogo do capitalismo, é fácil compreender o significado do “rating” e “credit default swaps”.
Não, não é assim tão fácil. E aquele b-a-bas e downgrades? Acho fantástico que se diga que é fácil compreender quando não se percebe bem o que é uma agência de rating e como tem assim tanto poder. Percebo uma parte, mas, nem sequer me parece lógico.
No meio disto tudo, há sempre boas notÃcias:
o Mira Amaral diz que « esta descida de ‘rating’ é uma acção de terrorismo financeiro».
É sempre um prazer ouvir os agentes do capital chamarem estes seus “bois dourados†pelo seu nome…
O Professor José Reis saúda os novos indignados.