Panfleto que vai ser distribuÃdo na manifestação Domingo, dia 19. São Jorge, Av. Liberdade, 16 horas.
NÃO PAGAMOS A DÃVIDA DELES!
Eles, para citar uma velha canção de outros tempos, são «os que comem tudo e não deiÂxam nada».
Se, numa famÃlia, um dos seus membros gasta o orÂçaÂmento familiar em coisas que não dizem respeito ao interesse colectivo, é desonesto dizer que não há dinheiro para comer. O que houve foi um desvio do diÂnheiÂro colectivo para coisas que apenas beneÂfiÂciam quem se serviu dele. Num paÃs acontece exactaÂmenÂte o mesmo.
Há dinheiro que chegue para pagar os trabalhadores da administração pública, da saúde pública, do ensino público; para pagar as pensões, a solidariedade soÂcial, os serviços públicos de necessidade essencial.
Talvez não haja dinheiro que chegue para os bancos viverem à tripa-forra do crédito internacional e da espeÂculação financeira desvairada. Mas isso é proÂbleÂma deles.
Certamente jamais haverá dinheiro que chegue para sustentar os custos da transformação de tarefas públicas e de recursos naturais em monopólio privado ou em parcerias público-privadas. Mas isso é problema deles.
Não fomos nós que pedimos emprestado para ofereÂcer à banca, pois não? Não fomos nós que criáÂmos parceÂrias público-privadas que gastam mais dinheiÂro a proÂcesÂsar o lixo municipal do que aquele que estava previsto nos impostos, pois não?
Então porque havemos de ser nós a pagar os custos desse desvario financeiro? Nós já pagámos o que havia a pagar – com os impostos e com a riqueza do trabalho que produzimos todo os dias. Por isso, nós
NÃO PAGAMOS A DÃVIDA DELES
não pagamos! | juros exorbitantes
48% da dÃvida será reembolsada à banca alemã e francesa, que pede emprestado a 2% para emprestar acima de 10% no caso português e grego |
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parcerias público-privadas
59,6 mil milhões de euÂros (5400 por português), para fazer aquilo que compete ao Estado, para o qual afinal já pagámos impostos |
não  pagamos! | |
não pagamos! | 4 vezes mais gastos com as Forças Armadas do que com a Cultura
2 submarinos, 240 carros blindados, intervenções armadas em vários cantos do globo |
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refinanciamento de bancos privados
a dÃvida tem duas componentes: a pública e a privada; 43% da dÃvida externa é da responsabilidade dos bancos |
não pagamos! | |
não pagamos! | privatizações à vista
para pagar as privatizações impostas pela Troika, bancos e empresas terão de pedir novos financiamentos externos; adivinhe quem irá pagar esses novos empréstimos ainda não anunciados? |
Seriam necessárias muitas folhas como esta para listar tudo o que não estamos dispostos a pagar. Não queremos pagar dÃvidas injustas, ou seja, dÃvidas que não nos dizem respeito, que não correspondem ao interesse público; dÃvidas que acarretam uma lista interminável de injustiças sociais; dÃvidas que criam um tremendo défice de justiça democrática e social.
Quantos sacrifÃcios, quantos cortes nos salários, nas pensões, nas presÂtaÂções de solidariedade social, na saúde, no ensino, serão necessários para compreendermos que não devemos pagar a conta deles?
Comité Contra o Pagamento da DÃvida Pública
panfleto: Muito Bom! (diz o prof nos 3 últimos meses de contrato… )
até domingo!
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E quem financia as couves espanholas que comes? E quem financia a fruta argentina que comes? E quem financia a carne de vaca sul-americana que comes?
Podes dizer, nós passamos a produzir isso. Mas não plantas uma couve hoje e ela nasce amanhã.
E tens acesso às contas publicas para saber se há para pagar salários?
E gostas de ser caloteiro?
Deixem de ser chicos espertos e pensem. Temos de renegociar a divida e já! Não pagar é assinar o óbito do paÃs.
“E gostas de ser caloteiro?”
Sim.
És mesmo um ganda xico.Vai falar assim para os bancos,seu palhaço!
Agradece ao cavaco e,já agora,como seu criminoso amiguinho.Palhaço,quem é q acabou com a agricultura,as pescas,a industria.Qualfoi o paÃs q recebeu o dinheiro para os findos estruturais e,quais foramo s resultados-qtos jipes,montes,várias casas,putas aqui e acolá?Vai bardamerda!
“E tens acesso à s contas publicas para saber se há para pagar salários?”
Se deixares de pagar dÃvida, se calhar há mais dinheiro para pagar salários do que se a continuares a pagar.
“Podes dizer, nós passamos a produzir isso. Mas não plantas uma couve hoje e ela nasce amanhã.”
Sim, mas a couve também não nasce de um dia para o outro nos paÃses donde nós a importamos. Não é portanto uma desvantagem comparativa.
Pois não nascem, mas ao contrário dos paÃses onde tu compras as coisas que comes, em Portugal a produção está destruÃda.
Se não pagares sobra-te mais dinheiro, tens razão. Mas isto é como tudo. Até quando esse dinheiro chega?! E quando terminar (sim, porque não vais produzir riqueza enquanto não produzires) vais pagar salários como?! E quanto terminar quem empresta a um caloteiro?!
Temos de deixar de achar que isto é tão simples como não nos apetecer. Tão normal como irmos lá e dizer que não pagamos.