“Mas, apesar dos titânicos esforços do núcleo dirigente para minimizar danos em perÃodo pré-eleitoral, esta Convenção não conseguiu esconder as profundas contradições, indefinições e conflitos que caracterizam a sua vida interna e o seu posicionamento polÃtico, e que põem a nu as suas incongruências, o seu oportunismo e crescente falta de credibilidade.
No meio das altercações entre a Ruptura/FER e a corrente social-democrata, a convenção do BE lembrou-nos a fase da adolescência. Desde logo pela ziguezagueante hesitação de Louçã sobre o que é o seu «governo de esquerda» afirmando na sexta-feira que este incluÃa o PS, mas sem Sócrates! e no domingo voltando com meia palavra atrás, não deixando contudo de atirar com a «riquÃssima» fórmula de que o tal «governo de esquerda» é um governo que «recusa a bancarrota, defende o emprego e uma “economia de decênciaâ€Â». Um adolescente indeciso dos seus primeiros amores não faria melhor.
Ao ouvir os principais dirigentes do BE lembrámo-nos de um jogo muito popular entre os adolescentes: o jogo das palavras proibidas. E nesta Convenção elas foram: balanço crÃtico; Manuel Alegre; ataque à LÃbia, ajuda à Grécia, Moção de Censura…
Mas compreendemos que assim tenha de ser num partido onde um dos seus deputados europeus diz que é um mero «eleitor» desse Partido; onde uma das suas destacadas dirigentes afirma com grande entusiasmo que o Bloco não tem uma ideologia; ou ainda onde um dos seus deputados e destacado dirigente assina um manifesto para a criação de um «movimento social mundial», «pela regulação democrática e solidária do capitalismo». Foi só pena não vermos Daniel Oliveira e Joana Amaral Dias a jogar ao elástico… o jogo mais indicado para um Partido que estica e encolhe a «esquerda grande» à medida das conveniências e das tricas internas e que encolhe cada vez mais a «confiança» que teima em pôr à direita da palavra «esquerda».”
No Avante, via Vermelhos.
“GOSTAVA DE VER A MESMA CAPACIDADE CRÃTICA DO RENATO TEIXEIRA SOBRE A rubra, ATÉ PORQUE, ESTà VISTO, SABE LER NAS ENTRELINHAS”.
A ver vamos se não faço como o Ângelo Alves. Deixa-me tentar:
A Revista Rubra, prova da sua maturidade polÃtica, revela-se a melhor publicação militante da esquerda portuguesa.
Consegui?
n se pode tocar nas vacas sagradas.
Alguns dirigentes do PCP não resistem a estas alfinetadas ao BE. Mas, convenhamos, que o BE também se põe a jeito! Resta saber se alguns dirigente do BE não têm nada a apontar ao PCP… Nesta altura, em que o POVO mais precisa de uma esquerda forte, vamo-nos entretendo com estas quezÃlias.
A suposta convergência, está visto, não passou de uma encenação. Os homens e mulheres de esquerda que querem uma ruptura efectiva com as polÃticas de direita que governam Portugal há mais de 3 décadas esperam, certamente, mais da esquerda que é suposto representar-nos!
É exactamente aà que quero chegar. De que adianta fazer encontros para jornalista ver se mal se entendem na rua seja para lutar contra o FMI, a NATO ou o Sócrates? Já nem falo de entendimentos eleitorais e de manifestos comuns com base em meia-dúzia de ideias de combate. Falo tão simplesmente da confluência das ideias de ambos para o mesmo calendário de luta. Enfim. O “governo de esquerda” vai continuar sem significar um pintelho, já que a palavra entrou na moda.
Aparte questões de estilo, não me parece que o que no artigo seja dito não seja fundamentado em factos ocorridos e, consequentemente, dignos de crÃtica, idêntica, aliás, à realizada no decurso da Convenção. Lembro que no próprio momento, à saÃda do encontro com o PCP, Louçã fez questão de evidenciar as diferenças entre os dois partidos. Ou é preciso ir buscar a gravação da declaração de Louçã?
Ouvi as declarações do Louçã e foram, recordarás, bem mais modestas face ao PCP. Interessa pouco, é verdade, mas estou em crer que pese embora a razão que ambos terão em algumas das crÃticas que trocam, o caminho da unidade é capaz de ser outro.
Caro Renato, o debate de ontem vem sustentar a caricatura que ali é feita pelo Alves!! No meio da tensão dos amores rompidos e frustrações recalcadas, o do BE não conseguiu abjurar a cruzeta do outro!!
Nem vi caro Justiniano. Como foi isso? Confirma-se que a Cinderela já teve melhores dias?
Eu aguentei até ao consenso de Frankfurt, caro Renato!!
Mas a merda é que ainda andamos a levar com o de Washington.
As eleições para alguns partidos da esquerda (eu sei lá o que é isso…) têm mais importância do que o que pretendem fazer crer. E estamos em época de eleições. E o PCP sabe que a única forma de sair do gueto é pescar nas águas do Bloco. Quem for mais velho um bocado, sabe que, quando o PCP era a única força de esquerda “oficial” (parlamento, acesso à s televisões, aos jornais etc) nunca o nome, ou existência sequer, de outros partidos ou organizações polÃticas de esquerda era citado e, muito menos, feitas referências em comÃcios. Agora que a “maioria de esquerda” com o PS foi definitivamente enterrada (definitivamente para já, atrás dos tempos vêm tempos ou lá o que é), há que pescar noutras águas. As hostes mantiveram-se nervosa mas silenciosamente expectáveis sobre o que queria dizer a tal “troca de experiências” e “possibilidades de entendimento futuro” entre BE e PCP, até Jerónimo de Sousa primária e desbocadamente ter dado o tiro de partida com um comentário de bancada acerca da convenção do BE. Foi o arranque “oficioso” agora oficializado por esse artigo do Avante. Camaradas, já se pode, temos 3 semanas pra dar cabo deles.
LAM, táctica partidária à parte, vejo que não debate nenhuma das conclusões do Ângelo Alves. Terá dito só asneiras?
Mas há alguma novidade nas conclusões de Angelo Alves? Há alguma coisa que não tenha sido em momento próprio alvo de crÃticas e/ou opiniões, por junto ou separado? Não há, Renato. Não sejamos ingénuos, o que releva deste texto é tática partidária para uma coisa que vai acontecer daqui por 3 semanas. O chato é que isso se sobrepõe até (mas também confirma), que nem as circunstâncias atuais de necessidade de congregação de forças são capazes de sossegar o pito a alguma gente.
Quem lá esteve é que pode ajuizar se bate certo que “esta Convenção não conseguiu esconder as profundas contradições, indefinições e conflitos que caracterizam a sua vida interna e o seu posicionamento polÃtico, e que põem a nu as suas incongruências, o seu oportunismo e crescente falta de credibilidade” conforme o Ângelo concluiu.
Dia 6 vai começar a ladaÃnha das coligações patrióticas á Esquerda.
Até lá vai-se à “caça do possÃvel” dentro nos destroços (não muitos, diga-se) do Bloco, sabendo eles (não é Chico Lopes?) que a queda do BE não é proporcional à subida do PC.
Eu também poderia tirar outras conclusões, da amena conversa de café ( a que alguem chamou debate), entre o Jerónimo de Sousa e o Passos Coelho.
Afinal PS e PSD mais o CDS não são por igual , responsáveis pelo estado a que o paÃs chegou?
O programa já apresentado pelo PSD, não é um feroz ataque aos mais elementares direitos dos trabalhadores e dos mais pobres?
A fúria destrambelhada de privatizações , que vai da água á RTP, passando pelas linhas de comboio rentáveis, da REN , aos CTT, e á CGD, não mereceriam a condenação clara de qualquer dirigente de esquerda.
Só espero que Louçã esteja á altura, e denuncie ao PaÃs o que realmente representa Passos Coelho, como ontem denunciou o que representa Socrates.
E espero que Medeiros Ferreira esteja enganado, quando alvitrou que se pode estar a preparar um Compromisso Histórico á Italiana.
Se assim fôr muita coisa ficará explicada.
O Augusto tem sonhos molhados com o Compromisso Histórico à italiana.
Mas esquece-se que aqui não há nem nunca houve nenhum Berlinger (houve um Cunhal que está nos antÃpodas dessa criatura) e a essa corja de eurocomunistas, reformistas (sem reformas) e revisionistas que se auto-apelidam de renovadores, nós tratamos-lhes da saúde (para quem não aceite estatutos e programa, ou a vontade da maioria a porta da saÃda está sempre aberta).
Somos marxistas-leninistas com muita honra e não são meia dúzia de “aristocratas” “marxianos” que nos passam a perna com a velhÃssima lenga lenga/conto do vigário social democrata.
O mesmo não se pode dizer do famigerado “compromisso histórico” à largo do ratazana que se forjou em nome do mÃtico “alegrismo”, o poeta sebastianista que se zanga com o neoliberalismo antes das eleições mas que apoia “obedientemente” a Troika e o FMI. Ninguém sonhou com as tristes figuras de Louçã e Sócrates no mesmo palco, no mesmo comÃcio, aconteceu mesmo.
E olhe que a malta de esquerda que se preza quer no BE, quer no PCP lamenta francamente essas asneiras.
Estamos juntos na luta, aqueles que nesses partidos de esquerda, em outras organizações polÃticas e sociais e simples cidadãos que afirmam uma alternativa de esquerda contra os partidos do FMI, PS-PSD-CDS, nem com Sócrates nem sem Sócrates, nenhum compromisso com a burguesia.
Já que invocas os estatutos do PCP, deverias saber que o debate se faz internamente. Desrespeitas continuamente esses estatutos, ó camarada!
Por essa lógica o Jerónimo também não devia debater com o Louçã, nem mesmo para debate eleitoral, já que só o pode fazer internamente.
Já cá faltava esta provocação. Não sou mais papista que o papa. Agora quando tentaram, internamente, liquidar o meu partido pela direita estive lá para defendê-lo.
Sabes muito bem que no PCP nem todos pensamos da mesma maneira mas, se alguma coisa do que eu digo é contrária a uma orientação do partido que me apontem concretamente o que é.
E não sou mais nem menos que o Saramago, sabes que a cultura do partido é que somos todos iguais como camaradas (tratamo-nos por tu). O Saramago disse e abraçou quem lhe deu na gana. Podes crer que sou muito mais leal não a uma abstração chamada “partido” mas aos militantes comunistas que o compõem, a essa massa humana trabalhadora que é o PCP.
Sabes bem a que tipo de debate me estou a referir… Comparar o debate interno com uma analogia entre o debate entre o Jerónimo e o Louçã não me parece a melhor opção.
Por momentos pensei que o Camarro e o Chalana fossem a mesma pessoa. Mas não, já vi que não.
Olha camarada, não quero discutir isto contigo, mas sinto me à vontade parar falar de pessoas que saÃram do partido a atacá-lo pelas tribunas da burguesia, a desrespeitar o colectivo partidário e a proclamar a sua vontade de liquidar o marxismo-leninismo.
Não é debate interno na medida em que essas pessoas não pertencem ao PCP. E não te fica bem esse tom, olha que telhados de vidro temos todos se formos a ver, mas eu não entro nesse jogo.
Sou daqueles que dou ao partido (tempo, dinheiro, esforço, dedicação, sacrifÃcio, couro e cabelo) sem nada receber em troca. Não tenho nada a recear de conversas ameaçadoras.
Conversas ameaçadoras??!!!
Já atacaste, aqui no 5 dias, militantes do PCP! Não são ex-militantes!
Aqui vai:
http://5dias.net/2011/04/24/junta-de-convergencia-nacional-v-%e2%80%93-perguntas-avulsas/
Rocha says:
24 de Abril de 2011 at 11:12
Teixeira, da Silvas e Dias podem chorar, mas com o PCP não mamam!
Segundo nos consta, como já foi dito neste blog a intenção desta junta de convergência petit-burguesa era dar uma segunda vida ao alegrismo. Um passeio dos alegres papalvos. 99% do PCP não dá um cêntimo para esse peditório.
Não terão sido esses militantes a ir contra as orientações do partido? Seria bom perceber se o PCP optou pela versão bloquista de democracia interna onde uns militantes valem mais do que outros fruto do protagonismo mediático que têm, não raras vezes à custa do trabalho colectivo. O manifesto caminha com o PS. É isso que o PCP tem vindo a dizer?
Renato,
Não subscrevo o manifesto! Se alguns comunistas acham por bem assiná-lo, isso é com eles. A fazer crÃticas a esses camaradas, prefiro fazê-las internamente, alÃas, como mandam os estatutos. Era aà que eu queria chegar com esta troca de palavras com o Rocha.
Mas isso não esclarece quem tem razão, se a parte do partido que tem falado contra o Manifesto se a parte que o subscreveu. Longe de mim querer meter-me nos assuntos internos do PCP, mas convirá que a sua posição face ao PS e a subscrição pública de manifestos diz respeito a todos aqueles com quem o PCP quer dialogar. Ou não será assim?
Mas a subscrição desse documento é feita individual ou colectivamente? É legÃtimo inferir que, só porque alguns militantes comunistas assinaram esse Manifesto, o PCP estará na disposição de dialogar com o PS?
Isso vale, quanto muito, para militantes de base. Os dirigentes sabem que falam também pelos outros. Deviam redobrar cuidados quando colocam em seu nome individual o capital colectivo da organização dos quais são porta-vozes.
Penso que, actualmente, nenhum dos subscritores é dirigente do PCP.
Camarro, sabe bem que isso é um argumento formal. São tidos como tal, interna e externamente.
Não é um argumento formal, é um argumento de facto. Embora perceba o que o Renato quer dizer.
Rocha, para alguem de um partido que engoliu sapos vivos na primeira eleição de Soares, estamos conversados.
Quanto aos aristocratas, olhe que Cunhal não era nenhum operário.
Espero que a previsão de Medeiros Ferreira esteja errada.
Veremos…..
É Augusto é melhor falar do que se passou há décadas e que foram apoios crÃticos e do tipo “mal menor” do PCP a candidatos presidenciais do PS, prática que entretanto se reviu e abandonou.
É melhor falar disso, porque não convém nada falar do apoio entusiástico, imediato e em conjunto com Sócrates e o PS que aconteceu apenas há uns meses em relação ao Alegre.
mas que interesse tem um PCP com uma aliança de esquerda se já tem a CDU … e os Verdes?
acabei de ouvir na tvi24 o “ganda nóia” sobre os debates já efectuados;
no meio de muitas asneiras ditas fixei-me na “simpatia de Jerónimo”.
Camarada Rocha:
Todo este post é uma (básica) provocação. A propósito duma (infelizmente) justa análise ao que têm sido os zig-zags do BE$, o articulista lá foi capaz de meter uma bucha anti-pcp.
Bucha anti-PCP?!? Onde? Não me diga que o Chalana é pouco amigo da auto-crÃtica, ainda por cima dispondo de tão exÃmio analista?
As qualidades analiticas do “eximio analista” serão analisadas no local de análise indicado, caro Renato.
O facto de isso não lhe agradar, porque se sente excluÃdo é, como dizer, uma chatice, que a mim e a outros militantes do PCP não aquece nem arrefece.
e então, ao invés de se discutir nesta caixa de comentários o zig-zaguear bloquistas, toda a sanha e preconceito anti-pcp teve rédea solta.
Imagino que este tipo de tácticas seja o prelúdio do apelo ao “voto em branco” com que o articulista já nos brindou durante a campanha presidencial e que apenas auxiliou a eleição de Cavaco.
Ele há tipos com pouca capacidade de previsão. Perdeu uma boa oportunidade de não mandar uma boca anti-esquerdista.
O que o Gerónimo hoje defende, já o Xico Lopes defendia há 3 meses atrás. Neste caso, é o que se pode chamar duma “evolução positiva” por parte do articulista.
Quanto à s “bocas”, parece-me bem que se o articulista anda à chuva… molha-se.
Errado. Não tÃnhamos nenhuma garantia que votar Lopes não seria votar em Alegre. De todo em todo, mesmo que acabasse por não apenar ao voto no candidato do Sócrates, o voto no Lopes contribuiria para o duelo entre Alegre e Cavaco, as duas caras do regime.
Pode retomar todo o debate aqui: http://5dias.net/tag/presidenciais-2010/
Se fosse consequente, pelo seu modo de pensar, apelava agora e de novo no voto em branco.
Pois se afirma que votar Xico Lopes não impediria uma 2ª volta Alegre/Cavaco – e portanto não valeria a pena votar – então agora, como votar CDU ou Bloco, não impedirá o Governo FMI, o mesmo tipo de conclusão se impunha.
O apelo ao voto útil do articulista, neste caso e pela maneira como é feito, apenas revela os “tacticismos” d’ habitude
Não oh bigodes, o voto fora do espectro dos partidos da troika reduz o número de deputados desse programa. O voto em Lopes ajudava ao duelo entre dois candidatos da situação.
Whatever! O Renato há-de dar todas as justificações ab nauseam porque toda a gente está sempre errada e o Renato tem sempre a razão toda. Agradeço-lhe o apelo (desta vez) ao voto consequente.