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Assim como assim, ainda bem que o então major Otelo Saraiva de Carvalho não “sabia o que sabe hoje”e, por isso, “fez” o 25 de Abril.
Mas, aqui entre a gente, mesmo que ele tivesse saltado fora, ou nem sequer tivesse sucumbido às insistências do Duran Clemente para ir à sua primeira reunião com o Movimento, suponho que não teria sido complicado arranjarem outro gajo qualquer para coordenar operacionalmente o golpe.
Tal como arranjaram o Otelo para substituir o Vasco Lourenço, quando este foi desterrado para os Açores…
Conheço Otelo da Guiné, do Centro de Operações, onde fui várias vezes entregar em mãos material cripto, assim como da sua intervenção artÃstica (Otelo é um comediante de grande talento)em favor dos leprosos. Por isso, não me custa nada dizer que se trata de um bom homem, mas todos nós conhecemos pessoas que têm, diante de uma situação menos fácil de compreender, tendência para a vulgaridade, sem perceberem que essa é a formula pouco mágica de se vulgarizarem. Que pena!
o duran clemente é que nada tem a ver com o 25 de abril… só com o 25 de novembro…
O Duran Clemente estava na Guiné em 25/4/1974, tendo feito parte da primeira Comissão Coordenadora do MFA nessa colónia (entrevistada pelo Joaquim Letria num programa que lhe trouxe dissabores, por eles dizerem que as tropas portuguesas e do PAIGC estavam já a confraternizar no mato, quando o SpÃnola ainda tinha veleidades a federalismos referendários), pelo boa razão de ser membro do Movimento dos Capitães praticamente desde o seu inÃcio.
Foi ele que arrastou o Otelo para a primeira reunião do Movimento em que este aceitou participar.
Repito, em boa hora o fez. Mas parece que custou um bocado a convencê-lo.
Hoje pode-se dizer que Otelo não fez o golpe uns anos antes, pois que podia ser um ” Alferes de Abril” pela simples razão que era um admirador de Salazar.
Repito: Duran Clemente não teve qualquer participação activa no 25 de Abril!
Acabei de sumarizar aquela que, para aqui, era pertinente. Mas a sua participação foi maior e mais longa, desde as fases iniciais do Movimento dos Capitães, particularmente na atracção e envolvimento de camaradas seus na Guiné. Estando lá em Abril de 1974, é claro que não participou nas movimentações de tropas ocorridas em Lisboa…
Cheguei da Guiné no dia 22 de Abril de 1974, e posso dizer, COM TODA A CERTEZA, ao Sr. Gonçalo Moreno que ele está muito enganado.