O Ricardo Noronha pede moderação no debate sobre a Líbia, que tem sido, temos visto, pautado pela crispação. Ele só tem meia razão. Há alturas em que o debate tem que ser feito com o dedo em riste, de pistola apontada e com o coração nas mãos. É a única maneira de ser sérios, de um lado e do outro. Por isso vale mais meio Miguel, ainda que no caso tenha valido de pouco, do que meia dúzia de Tavares. Há polémicas que se ficarem pela alcova da diplomacia não produzem qualquer efeito e acabam afogadas no consenso, centrista de feitio e estéril por natureza. É assim como uma espécie de madeira alcatifada. Bem sabemos que a linha de guerra na Líbia só nos divide, hoje por hoje, em trincheiras http, mas não tenhamos dúvidas que o mundo é o moinho que Cartola canta, “que de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás à beira do abismo, abismo que cavaste com os teus pés”. A política, mesmo quando pode ser feita à distância do desconforto dos factos, é a antecâmara do que um dia há-de chegar a vias de facto.
Vou por uns dias e assim me despeço. Volto depois do Sócrates ir, e fomos nós, não eles, que deixámos as suas intenções à rasca. É que há coisas que não basta dizer basta, especialmente quando se partilhou o caminho e se preparam para continuar o desastre. Brindarei à distância convosco. La lotta segue, nel modo seguente.
GORIZIA, TU SIA MALEDETTA
La mattina del cinque di agosto Sotto l’acqua che cadeva a rovescio O Gorizia, tu sei maledetta O vigliacchi che voi ve ne state Voi chiamate il campo d’onore Cara moglie, che tu non mi senti, Traditori signori ufficiali O Gorizia, tu sei maledetta |
CURSE UPON YOU, GORIZIA
The fifth day of August in the morning the Italian troops were moving to Gorizia, that land so far away and everyone set off in grief. Under the rain pouring intorrents the enemy’s bullets were hailing Alas! Curse be upon you, Gorizia, And you cowards, curse be upon you! You lie in soft wool beds with your vives sneering at us, poor cannon fodder; You call a field of honour My dear wife, you cannot hear me, And you traitors, generals, officers, Alas! Curse be upon you, Gorizia, |
Só para dizer que essa mania de escrever sem as maiusculas é um disparate que só lembrava à f., que sendo pessoa de raciocinio minusculo, assim assumia a sua condição.
Muito sinceramente, espero que não pegue aqui a mania. Os textos ficam ilegiveis!
jmj não seja desagradável. há as minúsculas da sassmine e a minúscula f.. veja que é assim com quase tudo. há o bloco de esquerda e há a esquerda do bloco. há a direita de esquerda e a esquerda de direita. há os tavares dos migueis e o migueis dos tavares. só o ps é o que é e o sócrates que quase já deixou de ser. Mas isso é festa mais para o final da semana.
Longe de mim comparar alguém com anemonas multicelulares como a f.
Só continuo é a achar que copiar esse tique manhoso da escrita sem maíusculas é, no mínimo, pouco original, para além de dificultar a vida quem até está interessado em ler os textos que vocês escrevem.
Fiko ah xpera d kuando kumessarem a xcrever posts em sms.
(linguagem que como se pode ver, me escapa totalmente)
lol. isso é k ñ.
Excelente Renato, saluti ai compagni, ci vediamo dopo…
🙂
perforce.
Belissimo.
Grazie, imparare la canzone, spero.
Olha que não Renato. A única maneira de ser sério é discutir apenas com base naquilo que se sabe e não com a pretensão de ser um oráculo. Nós ainda não estamos em condições de avaliar todas as consequências do que está em curso. Podemos e devemos ter opiniões, mas com a consciência de que elas são ainda provisórias e muito limitadas.
Nem o Rui Tavares é pró-imperialista nem os que se opõe a qualquer tipo de ingerência externa são pró-kadhafi. Partamos dessa constatação simples e tudo o resto será mais interessante. Não peço cortesia, porque não vivemos na corte de Luís XVI, apenas um pouco de ponderação nos argumentos. Estou certo que me acompanhas no desejo de que o debate seja clarificador e dele saiamos todos mais esclarecidos para futuros combates.
Mas se te apetece navegar em águas turvas e travar o debate em torno de expressões como “campanha infame” e outras que tais, quem sou eu para criticar?
Calúnia é uma coisa, caracterizações políticas são outra. Acho que foi isso que não gostei no teu chamado. Não conheço o Rui Tavares para saber o que quer que seja que ele pensa da vida. Se é boa ou má pessoa, mais ou menos “anarquista”, simpático ou jogador de xadrez, o que me poderia interessar pois ando sempre à procura de parceiros. Cruzei-me com ele num debate sobre precariedade onde não me pareceu terrível. Apenas mau. Não faço ideia se ele é ou não imperialista. Moralmente, é questionável, mandando piropos laborais a reboque do debate político e formalmente a moção e especialmente a alínea que votou desencadeou mais uma cruzada imperialista. Às vezes, todos fazemos merda, mas não me parece que até ver ele esteja convencido disso. Abraço.
Limito-me a dizer-te que não peço moderação, apenas ponderação. E que há uma desproporção entre a informação de que dispomos e as certezas que por aí circulam. E faço-te ver que mesmo “de dedo em riste, de pistola apontada e com o coração nas mãos”, nem por isso se evita o “consenso, centrista de feitio e estéril por natureza”. Fosse tudo assim tão simples.
Um abraço.
Não podiamos estar mais de acordo, assim não se sacrifiquem as caracterizações. Pelo menos as que são possíveis de se fazer.
Cidadão Luís Rocha
Escreveu o cidadão: não, não esquecemos. Não esquecemos que ele também é “filho da mãe”.
Quanto ao não esquecemos. Quem? O cidadão a solo, ou o cidadão e outros cidadãos? Quanto ao despachar-me, em equidade com o Miguel Tavares, de “filho da mãe”, gostei da forma escorreita com grafou o epíteto.
Tão regalado fiquei que gostaria que o cidadão, in loco, o pronunciasse. In loco, deve ter uma musicalidade sublime. Estou feito para ouvir “a peça” in loco, onde e quando o cidadão lhe aprouver. Caso o cidadão faça parte de um colectivo – como me pareceu fazer crer –, estão, desde já, todos convidados para o momento.
Dado a administração do 5 DIAS não disponibilizar aos clientes o endereço e-mail dos comentadores, aqui vai o meu: Joaquim.pulga@nullgmail.com. Isto para o cidadão marcar o onde e quando e disso me informar.
Mais gostaria de solicitar que, após o encontro – ao qual tenho a certeza que não vai faltar –, desse alvíssaras do magnifico momento aos clientes do 5 DIAS.
Cordialmente
Isidoro de Machede
Uma grande posta.
E até breve
Festejemos pois. É a ultima madrugada socrática!