Depois das músicas e dos álbuns, fica aqui a última parte do balanço musical de 2010:
Concertos:
  1 – Unthanks (Sintra)
  2 – Flaming Lips (Sudoeste)
  3 – Staff Benda Bilili (Sines)
  4 – Vampire Weekend (SBSR)
  5 – Hot Chip (SBSR)
  6 – Vieux Farka Toure (MED)
  7 – Massive Attack (Sudoeste)
  8 – Grizzly Bear (Coliseu)
  9 – Yo La Tengo (Aula Magna)
  10 – N’Diale (Sines)
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Surpresas:
 – discos de estreia de Surfer Blood, Wild Nothing, Amparo Sanchez, Beat Connection, Drums, Tame Impala ou Twin Sahadow;
 – embora ainda com algumas barreiras, a maior abertura do meu gosto musical ao universo electrónico
 – os festivais Bons Sons e o Milhões de Festa – o primeiro, já com alguns anos de existência, destacou-se por reunir a nata da música portuguesa com ligações tradicionais e de diferentes gerações; o segundo, na sua primeira edição, pela simpatia, pelo ambiente e pelas boas condições logÃsticas;
 – Flaming Lips e Hot Chip ao vivo - os primeiros mostraram que, para além de uma excelente banda, sao brutais entertainers; os segundos, numa carreira que discograficamente foi decaindo, deram um excelente concerto no Super Bock Super RockÂ
 – discos de Beach House e Cocorosie – duas bandas que dificilmente voltaria a ouvir, mas surpreenderam imenso em 2010;
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Confirmações:
 – Massive Attack e Vampire Weekend ao vivo - confirmaram o estatuto que os seus concertos – os primeiros compensaram a relativa desilusão do concerto de Novembro de 2009, os segundos voltaram a fazer explodir um festival, depois do Alive 2008;Â
 – Staff Benda Bilili e Unthanks ao vivo - do Congo ou do Norte de Inglaterra, em toadas festivas ou melancólicas, os dois projectos deram naturalmente óptimos concertos em Portugal;
 – concertos no Campo Pequeno. Depois dos Massive Attack, foi a vez dos Interpol sofrerem com a acústica do espaço - começa a tornar-se nÃtido que está longe de ser um sÃtio ideal para concertos
 – o MED – quer no cartaz, quer na simpatia, quer no espaço, confirmou-se ser um óptimo festival (um único senão: substituir a Megamúsica pela FNAC, na banca de venda de discos, foi um insulto para quem gosta de música étnica)
 – os discos Afrocubism e San Patricio – tudo o que Nick Gold e Ry Cooder mexem, transforma-se em ouro;
Decepções:
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 – discos de Efterklang e Yeasayer. Os Efterklang aproximaram-se mais dos Keane do que da beleza etérea de Parades, os Yeasayer ficaram mais próximos da electrónica 80’s ultra-duvidosa do que do fabuloso psicadelismo mestiço de All Hour Cymbals;
 – álbum a solo de Jonsi – os Sigur Ros são e serão uma banda única e obrigatória, a estreia a solo do seu lÃder foi um rotundo falhanço, entrando por caminhos de uma alegria bem duvidosa:
 – as condições do SBSR – nas acessibilidades, na organização do espaço, no pó… musicalmente teve talvez o melhor cartaz, mas há condições mÃnimas para organizar um festival;
 – M.I.A. e Fanfarlo ao vivo – a primeira prometia um espectáculo explosivo e foi um incómodo recital de graves; o concerto dos segundos foi comparado previamente ao primeiro dos Arcade Fire em Portugal, mas foi bem morno;
 – Cesária Évora ao vivo – a expectativa era muita, sendo a primeira vez que via a grande diva cabo-verdiana. A voz continua incrÃvel, mas faltou alma e chama ao concerto.
Óptimos discos de 2009 que só ouvi devidamente em 2010:
 Ballake Sissoko & Vincent Segal – Chamber Music
 Fanfarlo – Reservoir
 Moderat – Moderat
 Mount Eerie – Wind’s Poem
 Unthanks – Here’s the Tender Coming
Brevemente, a entrada musical em 2011…
Consigo concordar ZERO com o que diz sobre o albúm a solo de Jónsi. Bem, concordo com a parte sobre Sigur Rós, agora o albúm a solo, não sendo nenhuma masterpiece, está bom. A espaços mesmo muito bom.
torgal atõ não gostas de pó?
Gosto bastante dos postais musicais do João Torgal e queria só deixar algumas notas:
– Vi os Vampire Weekend no Coliseu do Porto, já no final do ano, e fiquei com essa sensação de confirmação, depois de ter assistido ao concerto do Alive em 2008 (como o tempo passa!).
– Faltou referir mais em pormenor o espectacular concerto que os Grizzly Bear deram no Coliseu de Lisboa, o que me leva à próxima nota…
– A superioridade do Coliseu em relação ao Campo Pequeno! Não percebo a insistência em organizarem concertos na praça de touros (acho que tem qualquer coisa a ver com a disputa entre a MnC e a EiN, certo?), mas está mais que visto que o espaço não tem condições acústicas para um concerto com o mÃnimo de qualidade. Já lá vi Editors, Franz Ferdinand e Arctic Monkeys (não necessariamente por esta ordem) e em todas as vezes saà a pensar “este concerto no Coliseu é que era…”.
– Nas decepções, incluÃa também o concerto de Beirut no SW. Não pelo concerto em si, já que o Zack Condon e a sua banda mostraram uma atitude irrepreensÃvel, mas pelas condições. Muita gente para uma tenda tão exÃgua, e demasiadas pessoas mais interessadas em serem vistas do que em assistir ao concerto. Uma desilusão.
– Quanto aos Fanfarlo, fartei-me de ouvir nos spots da rádio que era o primeiro concerto em Portugal. Mas eu lembro-me bem de os ver ao fim da tarde no palco secundário do SW (2008 ou 2009?), na altura do primeiro EP.
Então e o concerto inesquecÃvel dos Sonic Youth?
Não interessa, sou grande fã dos Sigur Ros. É talvez a minha banda favorita e, apesar de considerar o “Med Sud…” um disco menor (falta alguma intensidade e os travos de guitarra tocados com o arco de violino, tão caracterÃsticos), continuo a achá-lo óptimo (por exemplo, “Gobledigook” é uma fantástica reinvnção rÃtmica e “Ara Batur” e “Festival” são de uma beleza arrebatadora). O disco a solo é o prolongamento do que considero ser o pior tema desse disco: “Vid Spilum Endalaust”.
Hugo, não vi os Sonic Youth. Não sou fã, mas é daquelas bandas que qualquer um gostaria de ver ao vivo.
Miguel, duas notas:
– faço minhas as tuas palavras em relação a Beirut (não só pelas pessoas, mas pela qualidade acústica, absolutamente miserável). Espero que este ano no SBSR seja bem melhor.
– também vi os Fanfarlo no Sudoeste, em 2008. Na altura, ao final da tarde e praticamente sem público, foi uma boa surpresa. Até por isso a desilusão agora foi maior (embora o som do Lux também nao ajude).
Não sou um enorme fã, mas gostei p/ex. deste disquinho:
Sigur Ros – Med Sud I Eyrum Vid Spilum Endalaust (2008)
capa aki:
http://img806.imageshack.us/i/medsudieyrumvidspilumen.jpg/
Review by Tim Sendra:
With their fifth full-length album, Med Sud I Eyrum Vid Spilum Endalaust (translated as With a Buzz in Our Ears We Play
Endlessly), Sigur Rós have taken the poppy, sunshiny leanings of their previous album a step further into the light.
The band has always been known for otherworldly soundscapes, and while there is enough of that here to keep the
faithful happy, the band also writes straightforward, three-minute pop songs like the incredible catchy, sticky-sweet
duo (“Gobbldigook,” “Innà Mér Syngur Vitleysingur”) that kick the album off like the first rays of the morning sun
blazing through your bedroom window. That feeling continues on through the album as both the joyously soaring vocals
and the buoyant melodies keep things floating happily on air. The arrangement of sound is quite different from previous
albums, too. In the past their sound was characterized by a great wash of instruments merging together into great,
gently heaving walls and waves of sound; on this album, for the most part, you can pick out individual instruments
whether it’s the acoustic guitar that underpins many of the songs (and provides the main backing on the intimate and
quite lovely, and quite un-Sigur Rós-like, “Illgresi”) or the lone piano that begins “Ãra Bátur” (which does expand out
into an epic undertaking with over 90 people including the London Sinfonietta and London Oratory Boy’s Choir eventually
playing on the track). Despite the few tracks that reach for the heavens, for the first time the band sounds grounded
and stripped down. Songs like “Festival,” with its pounding bassline and charging drums, and the melancholy album
closer, “All Alright,” which is based on a lonely piano figure (and features lyrics sung in English for the first time
in the group’s history), are firmly tethered to earth and shorn of excess artifice. In the past it was easy to be
impressed with the sound of Sigur Rós, to be carried away by the grandeur of the band and be hit hard by the titanic
emotions. On Med Sud I Eyrum Vid Spilum Endalaust you can really hear the human hearts behind the wall of sound, and
while the emotional impact is on a smaller scale, somehow it is even more affecting. (AMG)
Tracklist:
01 Gobbledigook
02 Innà mér syngur vitleysingur
03 Gódan daginn
04 Vid spilum endalaust
05 Festival
06 Med sud à eyrum
07 Ãra bátur
08 Ãllgresi
09 FljótavÃk
10 Straumnes
11 All Alright
Regressei a este post para me orientar nos próximos downloads e só agora vi a resposta. Acho que assim o percebo, tanto que a “Vid spilum endalaust” é das músicas que ouço com mais gosto do “Med Sud I Eyrum Vid Spilum Endalaust” é natural que depois vejamos a “Go Do”, “Boy Lilikoy”, etc.. do álbum a solo com olhos completamente diferentes – questões de gosto, portanto. Mas então, e só a tÃtulo de curiosidade, qual é a sua opinião sobre o Takk? “Glosoli”, “Hoppipola”, “Saeglopur”..
Se calhar, a transição para o inglês também não abonou muito a favor do álbum a solo, não sei.. Mas vejo ali muito daquilo que gosto nos Sigur Rós.
O “Takk” é mais do mesmo, mas é maravilhoso e gosto dele na Ãntegra. O “Hoppippola” era talvez a música mais pop dos Sigur Ros até à altura, mas acho-a muito bonita. No entanto, a minha preferência vai para a sequência “Milanó” e “Gong”, Sigur Ros Vintage, com toda a força emotiva do melhor dos discos anteriores.