Nunca foi tão fácil definir os campos da polÃtica. Se a direita se divide entre a extrema-direita, a direita conservadora e a direita liberal, a esquerda, ainda que organicamente mais espartilhada, tem hoje apenas dois: reformistas e revolucionários. Depois de novo desastre aparatoso da esquerda do regime, onde se esfumou a confiança que lhe havia sido depositada nas ruas do protesto, de Seatle a Génova, de Davos a muitos paÃses sul-americanos, rapidamente os levantamentos deram lugar a suaves partidos da humanização capitalista. A Refundação Comunista em Itália, o Die Linke na Alemanha ou do Bloco de Esquerda em Portugal, são as maiores expressões europeias do fenómeno que levou as organizações que cresceram na luta social a definhar na estratégia institucional. Das acções de massas e da radicalização das lutas, para os abaixo-assinados e para a representação parlamentar. Da reinvenção dos protestos para a repetição da diplomacia de providência. Com essa experiência a esquerda radical e anti-capitalista sofreu duros revezes que aliados à repressão foram levando centenas de pessoas para casa. Com o estourar da crise tudo parece ter mudado e desde 2008 vários têm sido os sinais de que algo está a mudar. O silêncio está a virar ruÃdo outra vez e as pessoas parecem querer mais do que meia dúzia de deputados em seu nome. Isso vê-se nas ruas de Tunes como de Roma, Paris ou Atenas, presente-se em Londres e até se sente o cheiro disso no Rossio e na Avenida da Liberdade. A esquerda da esquerda parece querer deixar o lastro de discussões antigas e olhar para o futuro do cimo da montanha que a instabilidade social sempre gerou. O amanhã pode continuar sem cantar mas não tem porque continuar triste. As novas alianças forjam-se entre a fumaça dos confrontos, a impossibilidade reformista face à inexorável fúria do capital e a clareza revolucionária que o eco dos frigorÃficos sempre deu à luta de classes. No OUTRO DAVOS é tempo de voltar a mostrar que há outro caminho mas desta feita sem jogar todas as cartas nos suspeitos do costume. Este fim-de-semana há quem aposte toda a mudança nas urnas, mas o futuro vem seguramente de outro lado.
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Já vi, Renato.
Nunca tive muitas esperanças na «Rifundazione» ( o “chefinho” era um idiota que no PCI nunca teria chegado acima de ‘cab0’, 2ªs ou 3ªs linhas…) e o «Die Linke» é uma vingancinha pessoal dakele anão do Sarre, porque o SPD o cuspiu p’ra fora, fantasia.
Sobre o B.E. vou ficar calado, nunca «lá» fui, mas alguns dos meus amigos ainda ‘dão p’ra esse peditório’, vá-lhas-le zeus.
De resto, só espero que sim, que ‘aqueça’.
Pena já não estar na idade certa, saudades de ‘andar à porrada’.
🙁
E haverá idade para deixar a bulha?
James
Também eu já estou velhote, mas se isto aquecer, esqueço o reumático e o coração remendado e vou de novo para a rua lutar. E cá te espero…
Um abraço
Manuel Monteiro
Maniqueismo. Ou sim ou sopas. Não é verdade que haja quem exclusivamente “quem aposte toda a mudança nas urnas”. Pelo contrário, grassa a indiferença (excepto nos intelectuais abespinhados). O voto é uma componente, apenas uma, decerto importante em termos de desassossego do cidadão comum… assim como outras acções o seriam se elas porventura saissem do reino da epistemologia
Fale por si Xatoo, que eu até concedo. Mas aceite que há quem seja incapaz de ver a esquerda além do espectáculo eleitoral. O voto é uma componente, diz bem, quando se articula com a luta polÃtica. Esvaziado, vale o que vale e isso, tem-se visto, é muito pouco.
MuitÃssimo pouco.
🙁