Este debate não trata, felizmente, de nenhum Renato, de nenhum Bruno, nem de nenhum Serras Pereira. Quanto ao tema o teu comentário acrescenta praticamente tudo o que faltava.
Já agora, Bruno, não o vejo mencionar o acordo Ribbentrop-Molotov, tratado internacional que permitiu a Hitler a aventura polaca, que previa a divisão do território polaco entre o III Reich e a URSS, que possibilitou Katyn, que desencadeou a II Guerra Mundial.
Como vê, não terão sido apenas os Chamberlaines e os Daladiers que nunca terão ido embora.
Devia nada. Precisamente por esse motivo. Quando MSP esperava a censura, ou, na melhor das hipóteses, um bolse, nada como lhe mostrar que a sua intervenção nem sequer superou, à luz de qualquer ponto de vista, o colostro.
Agora se me permite vou comprar cigarros. Talvez volte, talvez não. Não voltarei ao debate consigo, seguramente, para aturar nem a sua azia nem os seus insultos aos quais dificilmente regressarei sem resposta: melhoras ou condolências?
Caro Bruno,
tens toda a razão, mas o que eu queria dizer com “o fim da guerra” era o perÃodo final da mesma (“vers la fin de la guerre”).
Abraço republicano
Miguel Serras Pereira, não refira Hitler. Não estou aqui a apoiar o Renato mas, certamente, se vivesse na época, teria aplaudido o papel dos democratas Chamberlain e Daladier no Acordo de Munique. Não defendo a solução final para qualquer que seja o povo ou qualquer que seja o seguidor religioso. Não defendo que Hitler devesse ter eliminado quem quer que fosse que não a si e aos seus seguidores. Mas o espectáculo protagonizado pelos sionistas está ao nÃvel dos nazis. Ariel Sharon não merece qualquer tipo de piedade. Não defendo a tortura. Contudo, por azar, o carniceiro de Sabra e Chatila não foi julgado e condenado como devia ser. Felizmente, está bem onde está. Ali não chateia ninguém. E o Miguel Serras Pereira também está bem onde está, graças ao papel do Exército Vermelho, que limpou o nazi-fascismo. Infelizmente, para mim, os Chamberlaines e os Daladiers nunca se foram embora.
Ah, se não fossem os vermelhos. Ainda se vai descobrir que o Eusébio foi figura central da revolução.
Este debate não trata, felizmente, de nenhum Renato, de nenhum Bruno, nem de nenhum Serras Pereira. Quanto ao tema o teu comentário acrescenta praticamente tudo o que faltava.
De tanto repetir uma falsidade ela vai criando uma aura de verdade imutável.
Terá Sharon cometido muitos erros, mas ele não é libanês e não foi ele quem deu ordem para os massacres de Sabra e Chatila, os quais, aliás, devem ser lidos no contexto da guerra civil libanesa e dos seus massacres, de lado a lado.
O Exército Vermelho teve uma parcela da responsabilidade na queda do nazismo – o fascismo já havia caÃdo e com as tropas inglesas, americanas, polacas, indianas, brasileiras, entre, outras, mas nunca com os soviéticos – mas não toda, como parece óbvio.
Já agora, Bruno, não o vejo mencionar o acordo Ribbentrop-Molotov, tratado internacional que permitiu a Hitler a aventura polaca, que previa a divisão do território polaco entre o III Reich e a URSS, que possibilitou Katyn, que desencadeou a II Guerra Mundial.
Como vê, não terão sido apenas os Chamberlaines e os Daladiers que nunca terão ido embora.
Eu pecador me confesso: em público não desejo a morte a ninguém não é <«educativo»
Em privado eu seria perfeitamente capaz (com 2 dedos e um cotovelo…) de pôr debaixo de terra todas essas criaturas mencionadas acima ~~~ e elas merecê-lo-iam ~~~ mas guardaria silêncio sobre o assunto, nada de sequazes, prosélitos, catequistas, isso.
Depois teria que viver com a circunstância , nada fácil, assombrações.
🙁
acho que o renato deveria ter resistido à tentação de colocar em destaque um comentário em que se afirma a certeza de que o mesmo iria ser por si censurado. para além de ser mais giro, revelaria mais energia e criatividade na transformação da realidade e essas merdas assim.
Devia nada. Precisamente por esse motivo. Quando MSP esperava a censura, ou, na melhor das hipóteses, um bolse, nada como lhe mostrar que a sua intervenção nem sequer superou, à luz de qualquer ponto de vista, o colostro.
Não tive a censura, mas o bolsar não faltou.
E a incompreensão, também não. Bruno Carvalho, ouça, por favor: uma coisa é AS não merecer piedade, outra é um tipo comprazer-se com a sua agonia. Como bem explica o camarada aviador: posso estar perfeitamente decidido a limpar do mapa um tirano, mas recusar-me a fazer das consequências de uma sua agonia prolongada um espectáculo de circo. Quer outro exemplo? Não me chocaria que Ezra Pound tivesse sido fuzilado por resistentes italianos que o tivessem apanhado no fim da guerra; mas acho abominável que tenha sido enjaulado e oferecido em espectáculo nessa condição. Percebeu agora? Quanto à discussão sobre a Segunda Guerra Mundial que me propõe, terá de ficar para outra altura. De qualquer modo, não me lembro de ter alguma vez pensado ou dito que a natureza anti-popular do regime estalinista foi consequência ou condição do combate do Exército Vermelho contra os nazis.
Por fim, não faltou o analfabetismo militante do Maradona, que manifestamente ignora a diferença insondável que separa uma disjuntiva de uma copulativa. É de supor que, nalgum magazine genérico-jugularmente correcto que a Jornalista de Ferro lhe tenha emprestado, possa ter lido a legenda mais extensa de uma fotografia do Deleuze, confundindo, com a ignorância do francês a ajudar, a oposição entre “ou bien … ou bien” e “et … et” com a sua dentidade ou equivalência.
msp
MSP, tratou-se de uma citação sua e de uma pergunta que depois de me insultar sem qualquer piedade, não respondeu. Reproduzi o seu colostro e guardei para agora o bolse. A queda do Salazar da cadeira não foi obra da classe operária, nem tão pouco o coma do Sharon, mas estou certo que terão assistido ao fenómeno com regozijo. Devemos guardar a misericórdia para quem a merece e devemos, como o movimento popular, brindar à queda de generais no campo do inimigo. Quando caem assim, de cadeiras ou em comas, é menos entusiástico mas igualmente motivo de grandes festejos. O mundo, e principalmente o povo que tanto cantamos, agradece.
Agora se me permite vou comprar cigarros. Talvez volte, talvez não. Não voltarei ao debate consigo, seguramente, para aturar nem a sua azia nem os seus insultos aos quais dificilmente regressarei sem resposta: melhoras ou condolências?
Miguel,
Gosto de te ver tomar distâncias, aqui na blogosfera, em relação à esquerda moralista com que à s vezes namora. Eles não vão gostar nada de ver dizer que não te chocaria ver o Pound fuzilado. Quer dizer, o problema não seria o Pound, seria um ser humano. Por mim, nesse ponto, tendo a estar de acordo contigo, embora não percebo muito bem porque é que se mataria o Pound depois da guerra, quando já não representaria ameaça. Por vingança? Nestas questões de morte e de fuzilamento e eliminações, não há justificação que não seja a da luta, e a da defesa de uma conquista colectiva ameaçada pelo interesse egoÃsta de uns poucos. Já a vingança, ainda mais servida por tribunais, me parece uma descarga inútil de raiva, numa ordem polÃtica que deve ser tão racional como o binómio de newton e a vénus de milo.
O mesmo vale para o Sharon. A vingança não faz parte da polÃtica. E de resto, quando um gajo destes sai de cena, há logo vinte filhos-da-puta (especializados em fazer, diria o Alberto Pimenta) em fila para o lugar dele.
Abraços a todos,
bruno
Caro Bruno,
tens toda a razão, mas o que eu queria dizer com “o fim da guerra” era o perÃodo final da mesma (“vers la fin de la guerre”).
Abraço republicano
msp
é muito mau chamar palerma ou pior ao miguel ?
msp, não sei porque é que alguns o odeiam tanto por aki (dá p’ra notar…) eu se quisesse e soubesse não teria dito/escrito melhor.
Greetings e é isso mesmo, nada a acrescentar.
🙂
Se esta imagem o choca, Miguel Serras Pereira, o que dizer, então, dos cartoons realizados pelo excelente artista brasileiro Carlos Latuff?
Quanto ao cartoon publicado pelo Renato Teixeira, não me choca e apenas expressa o sentimento de muitos palestinianos, como também de muitos que os apoiam.
Há 60 anos atrás, julgo que qualquer bom artista teria feito o mesmo desenho em relação a Hitler.
Obrigado, caro James Cook Alvega. Mas não seja tão modesto – fui eu que comecei por fazer minhas as suas palavras… Bem gostava eu de o ver cruzar de vez em quando os céus da nossa esplanada via-factuante – si jamais le coeur vous en dit.
Quanto ao resto, Renato Teixeira e Admirador@s, a resposta é, não só mas também: nem melhoras nem condolências. Ou seja, nem melhoras nem condolências, mas com a seguinte precisão : podemos saudar como uma boa notÃcia ou um acaso feliz, um acidente que nos livra de um tirano, mas regozijarmo-nos com o seu apodrecimento em vida por doença, oferecer a sua imagem nessa condição como atracção circense, é uma obscenidade. E só pode servir para reforçar a bestialidade polÃtica dos tempos que correm e da qual esse tirano foi protagonista.
Reforçar não, lembrar. Simplesmente lembrar. E festejar, claro. Festejar sempre! Há brindes que não se devem deixar por fazer.
ah, ah, ah, ah, ah! Coitadinho Só não percebo é o perfil ideológico: o Miguel Serras Pereira é anarquista, moralista ou anarco-moralista?
Caro Ho Chi Mihn,
Creio que o Miguel Serras Pereira é destas pessoas que se ofende com muito pouco. Na verdade, apenas se trata de uma simples imagem, a qual o MSP diz ser “reaccionária”.
Que diria o próprio se visse as imagens publicadas pelo cartoonista Carlos Latuff contra as continuadas agressões do exército israelita ao povo palestiniano?
No fundo, trata-se de um moralista, com muito pouco de anarquista.
Um abraço
Não é a imagem, isoladamente, que é reaccionária – mas o post, no seu todo.
Uma coisa é limpar o sarampo a um ditador ou agente do tirano, outra é propor como objecto de gozo a imagem do apodrecimento em vida de alguém – ainda que seja um carrasco – reduzido à impotência.
Repito: “podemos saudar como uma boa notÃcia ou um acaso feliz, um acidente que nos livra de um tirano, mas regozijarmo-nos com o seu apodrecimento em vida por doença, oferecer a sua imagem nessa condição como atracção circense, é uma obscenidade. E só pode servir para reforçar a bestialidade polÃtica dos tempos que correm e da qual esse tirano foi protagonista”.
msp
Sim, sim…
O problema foi quando escreveu o seguinte:
«O modo como você alimenta com piscadelas de olho o branqueamento do nazismo e de Hitler mete nojo. Exultar com o espectáculo da miséria fÃsica e agonia prolongada seja de quem for – ainda que de Hitler, Pinochet, Estaline ou Pol Pot se tratasse – é uma vileza de esbirro e um refocilar de delator.»
Pode tentar disfarçar agora uma coisa que já deu para mostrar que…
…não merece a pena.
Evidente.
Obrigado pelo “evidente”, Renato Teixeira. Claro que eu não escreveria o que escrevi se não achasse que tinha razão para o escrever.
Miguel, o que cita do que escrevi é uma observação ao comentário de alguém, apoiado pelo RT, que dizia que o Hitler não tinha sido assim tão mau, pois só exagerara um bocadinho… O que é que acha problemático, ao certo?
msp
Nubloso.
Óh Serras Peireira:
Deixo-te um link sublime: http://3.bp.blogspot.com/_Bu3NXADAiWM/S9hqaOSUQ0I/AAAAAAAADwo/btPM7z9gaFc/s400/mussolini_e_petacci_a_piazzale_loreto_1945.jpg
Na Primavera de 45, os partisans italianos capturaram, julgaram e fuzilaram Mussolini e a sua pequena corte. Reaccionários como eram (repara que não houve “garantias legais” para os réus) arrastaram os corpos pelas ruas de Milão para que o reaccionarÃssimo povo pudesse pontapear e cuspir sobre os cadáveres. Depois, penduraram-nos (num retrógado exibicionismo) na praça central da cidade. Enfim, dessa (e de outras fotos) fizeram-se postais que circularam em grande gozo e revanche por meia Europa (a malta devia ter muito pouca consciência sobre “direitos humanos”, “dignidade da pessoa” e esse tipo de coisas)…
No próximo 25 de Abril (data da libertação da Itália) não se esqueça de encomendar uma missa