Eis que, tal como se esperava, surgiram as medidas do PEC III. Depois de dois planos de contenção e de sacrifÃcio, de promessas infundadas, de previsões incorrectas, de mentiras contÃnuas, voltamos ao mesmo: mais contenção, mais sacrifÃcio, mais mentira.
Subida do IVA para um valor histórico, descidas nos salários na função pública (vá lá que de forma progressiva e só acima dos 1500€), cortes nos benefÃcios fiscais, agravamento do desconto para a A.D.S.E, o uso do fundo de pensões da PT para mascarar a realidade, etc, etc. E tudo isto com aquele ar de pseudo-responsabilidade, de pseudo-estadista, de pseudo-competência, de pseudo-preocupação,  próprio dos mais descarados aldrabões.
Enquanto isso, cresce o desemprego e a precariedade. A propósito deste fenómeno, queria escrever umas palavras sobre uma verdadeira instituição nacional: o RECIBO VERDE.
Não falo dos recibos verdes utilizados conforme manda a lei, para trabalhadores independentes, para um biscate, para uma prestação de serviços ocasional, numa lógica de opção própria, de complemento do emprego principal ou de evitar simplesmente o desemprego total. Falo dos funcionários CONTRATADOS por uma empresa para um trabalho com horário fixo, em part-time ou full-time, e que estão ILEGALMENTE a trabalhar por recibos verdes, sem quaisquer subsÃdios ou protecção e frequentemente com salários insultuosos. Um fenómeno mediático claro e despudorado, transversal a empregos com maior ou menor qualificação e a diversas áreas laborais (não serão quase todas?) e que incluirá naturalmente o sector da comunicação social. Aliás, essa será a razão porque não me lembro de nunca ter visto uma reportagem de fundo sobre esta matéria. Seria estúpido um media se denunciar a si próprio…
Perante isto, o que faz o Estado para punir as inúmeras empresas que agem à margem da lei. Simples: rigorosamente nada. Porque as coisas são assim, em Portugal a lei é feita para não ser cumprida. A não ser que se faça alarido, que não se tenha poder ou que se coloque em causa as instituições ou o sistema. Aà sim, vem a referência ao “Estado de Direito” (designação um tanto ou quanto irónica, quando é mantido impunemente um trapaceiro como primeiro-ministro), que a brincadeira tem limites. O verdadeiro paÃs do faz-de-conta…
eh pá!
já não passas recibos verdes há algum tempo… se este é o que tens em casa para digitalizar! 🙂
Não li o texto, porque ando preguiçosa, mas o tÃtulo não podia estar melhor. Perfeito!!!! Portugal mesmo sem o PEC III, IV ou V foi, desde que eu me lembre de existir, sempre um paÃs do “faz de conta”. Triste, é muito triste chegar a esta conclusão. Estou farta de aqui estar, mas para onde ir? Para o PaÃs do faz de conta? Raios me partam…
frequentemente com salários insultuosos. pois…
frequentemente com salários insultuosos. pois…
Felizmente que nos ateliers dos camaradas arquitectos, insignes apoiantes do PCP, nada disto se passa, é tudo rapaziada com contrato sem termo, mesmo os estagiários. E mais todas as regalias defendidas pelo camarada Carvalho da Silva, aumentos anuais superiores aos da inflação, semanas de 35h…